Depois que os policiais saíram, a casa ficou em silêncio. Anastasia e a sra. Alicia pegaram as xícaras e copos vazios juntamente com o restante dos sanduíches de salmão e os levaram para a cozinha. Na porta da rua, Christian despediu-se dos policiais e retornou à sala, falando alto o suficiente para que elas pudessem ouvi-lo:
— Por favor, Anastasia, não demore. Precisamos conversar.
— Sobre o quê? — retrucou ela.
—- Sobre as visitinhas que você tem feito à minha irmã. Pronto! La se ia a oportunidade de lavar a louça e, dessa forma, a dar as explicações que, na certa, ele lhe cobraria mais cedo ou mais tarde. Sentindo o ambiente tenso, a sra. Alicia deu uma desculpa qualquer e foi para o quarto. Àquela altura dos acontecimentos, tudo era melhor do que presenciar mais uma das eternas discussões entre a filha e o ex-genro.
Relutante, Anastasia deixou a louça empilhada sobre a pia e retornou a sala, Christian estava parado em frente a lareira, com o olhar perdido entre as chamas. Procurando aliviar um pouco a tensão que permeava o ambiente, Anastasia perguntou com forcada cordialidade:
— Quer tomar alguma coisa?
— Aceito um uísque, se não for incômodo. -— Claro que não.
— Por que não me acompanha? Tenho a impressão de que também está precisando de um drinque.
— É... é uma boa idéia.
Em poucos minutos, Anastasia já havia apanhado uma garrafa de uísque, outra de licor, dois copos e um porta gelo. Colocando a bandeja sobre a mesinha da sala, serviu-se de uma pequena dose de licor, sentou-se numa poltrona e pediu a Christian que ficasse à vontade para preparar o seu próprio drinque. Ele se afastou da lareira, encheu o copo de gelo, completou-o com o líquido cor de âmbar e acomodou-se diante de Anastasia. Confusa e embaraçada, ela puxou assunto:
— Acha que a polícia pode mesmo nos ajudar, Christian?
— Não sei, não. Eles vão investigar o caso, interrogar várias pessoas, mas... se Jô foi realmente seqüestrada. Creio que ninguém poderá fazer grande coisa até que nos mandem o pedido de resgate.
— Mas, nessas ocasiões os seqüestradores têm por hábito exigir que os pais não informem a polícia sobre o desaparecimento da criança.
— Sim, isso é muito comum. Inclusive não consigo entender por que ainda não deram o primeiro passo. Nas atuais circunstâncias, já era hora de eles terem se comunicado conosco. Seja como for, não se preocupe, Anastasia. Farei absolutamente tudo o que eles pedirem. Qualquer coisa, para que Jô volte sã e salva para casa. Eu lhe prometo.
As palavras de Christian pegaram Anastasia de surpresa, pois não imaginava que a filha fosse tão importante assim para ele. Naqueles cinco anos, havia pensado que a insistência do ex-marido em compartilhar por mais tempo da companhia de Jô fosse mais uma fórmula que ele tinha encontrado para importuná-la.
Tomando um longo gole de licor, Anastasia ganhou um pouco mais de tempo para observá-lo. Christian Grey era mesmo um homem muito atraente, apesar da expressão fria e distante que sempre dominava seu rosto e seus olhos. E ainda mantinha a mesma atitude reservada que sempre o caracterizou, até quando, havia cinco anos, tentara aproximar-se dela e fazer daquele casamento um vínculo real.
Ao perceber que ele também a encarava, Anastasia desviou os olhos. Então Christian comentou:
— Você estava me observando de uma forma muito estranha, como se não quisesse deixar escapar nenhum detalhe de minha fisionomia. Estou certo?
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Christian Grey
FanficAnastasia odiava Christian Grey. Tanto quanto o desejava... Mãos fortes, possessivas, acariciaram a mulher adormecida, despertando-a de seus sonhos. Sem saber quem a tocava com tanta intimidade, Anastasia quis gritar, mas não pôde. Os lábios quentes...