Capitulo 4

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Pov Caroline

Nós compartilhamos sangue. Ainda não acredito que isso aconteceu. Eu nunca fiz isso antes! Me descontrolei completamente, não foi planejado. Mas ele me enlouqueceu tanto, que acabei me transformando. Klaus, ao me ver nessa situação deu um meio sorriso, daquele tipo bem arrogante, que ele costumava dar quando conseguia fazer as merdas que planejava. E inclinou a cabeça para o lado, me oferecendo o pescoço. E aquela veia pulsante me chamando justamente quando eu estava conseguindo voltar ao normal. Então desisti de tentar me controlar. Me aproximei de seu pescoço, sentindo seu cheiro, mordi devagar sua pele macia e o suguei lentamente. E conforme seu sangue ia ocupando espaço em minha boca, meu tesão ia aumentando. Então continuei a subir e descer no seu pau, conforme o ritmo das minhas chupadas, até que o senti em meu pescoço também. Mas Klaus não foi nem um pouco delicado e me mordeu com força, e aquela pontada de dor me excitou mais ainda, então aumentei o ritmo de subidas e descidas, me empinava, rebolava... Eu já não tinha mais controle de mim.

E ao mergulhar nessa situação tão íntima, notei que esse momento pode ser muito mais do que uma experiência altamente erótica. Porque me vi mostrando meus momentos mais vulneráveis ao Klaus e vendo também os dele. E por incrível que possa parecer, não me importei em mostrar tudo o que eu sentia. E notei que ele também se mostrava a mim completamente. Ele com certeza viu qual era meu maior desejo e o medo que eu tinha de assumir isso até pra mim mesma. E eu não deveria me surpreender em ver Klaus e seus pensamentos mais profundos, porque eu bebi seu sangue antes. Ele me curou duas vezes me alimentando diretamente do pulso, mas nos dois momentos eu estava machucada, então as imagens que via eu não sabia se eram realmente vindas do Klaus ou alucinações minhas por conta da dor e do veneno. Mas dessa vez foi profundo e completamente consciente. Algo totalmente novo.

Ficamos nisso por alguns momentos até que meu tesão chegou num nível que eu precisava parar de beber pra poder respirar e gemer, gemer muito. Senti Klaus soltar meu pescoço quando inclinei minha cabeça pra trás, enquanto gemia cada vez mais alto sem controle algum, ate que o orgasmo tomou conta de mim, me esquentando completamente e me fazendo gemer o nome do Klaus de novo naquela tarde. Apoiei minha cabeça em seu ombro, enquanto tentava retomar o controle do meu corpo e colocar meus pensamentos no lugar. Senti que Klaus também estava meio zonzo porque nesses segundos que ficamos assim o máximo que ele conseguia fazer era beijar meu pescoço onde antes ele mordeu com violência, mas de uma maneira tão delicada que eu sentia mais sua respiração que seus lábios.

Klaus me ama. Esse foi o primeiro pensamento que consegui ordenar em minha cabeça. Essa é uma das várias conclusões a que cheguei naquela tarde. Aquele homem perigoso e descontrolado, em quem ainda consegui ver algo de bom. Aquele hibrido que é capaz de destruir cidades inteiras e matar centenas de pessoas e que ao mesmo tempo se mostrava delicado e cuidadoso comigo. Ele me ama. Naquele momento eu não sabia bem como lidar com isso, então resolvi sair de cima dele e catar minhas roupas. Acho que ele notou que eu de repente fiquei meio fria e distante, então se levantou sem dizer nada, vestiu a cueca e a calça e foi se servir de mais uma dose de uísque. Não soube o que dizer ao Klaus depois de toda a nossa entrega. Me senti vulnerável. Eu simplesmente... não soube!! Mas ao mesmo tempo eu não queria brigar com ele e estragar nossos últimos momentos juntos. Foi tão bom até agora e as decisões foram definitivamente tomadas então eu não vou me estressar. Pensei numa maneira de amenizar o clima que ficou meio tenso com a minha atitude de me distanciar. Aí tive uma ideia meio clichê e boba mas que ali naquele momento poderia dar certo. Aproveitei que ele estava no bar, de costas pra sala onde eu estava, peguei toda a minha roupa, coloquei em um canto e vesti apenas a blusa dele. Talvez isso o fizesse rir.

Pov Klaus

Ela ficou silenciosa de novo. Assim como ficou logo depois de me encher de perguntas ao entrarmos no chalé. Com uma expressão de quem estava pensando rápido demais. E queria parecer distante, mas depois da experiência que tivemos ao compartilharmos sangue, nossa conexão se intensificou. Seu corpo emanava proximidade de mim, como um ímã poderoso, assim como meu corpo respondia ao dela. E era uma sensação forte demais pra que Caroline pudesse derrubar com essa atitude. Mesmo assim ela insistia em se manter distante. Eu pensei em algo que pudesse fazê-la relaxar, então peguei uma dose de uísque pra mim e outra pra ela e ia puxar alguma conversa aleatória só pra fazê-la falar comigo e desistir dessa armadura em que ela se enfiou. Porque pra mim também não foi fácil ver o que vi na mente dela. Caroline quer ir embora comigo. Ela me quer. Me deseja. Mas apesar disso, ela tem uma visão muito definida de objetivos e sonhos que deve ter. E sabe separar o que quer do que precisa. Não sei até onde isso vai ser bom pra ela, mas me parece que é no mínimo necessário. E saber que ela reprime o que sente por mim me dói muito. Porém, não vou ficar aqui me lamentando. Quero aproveitar meus últimos momentos com Caroline da melhor maneira possível. Então vou falar sobre qualquer outra coisa que não inclua o que vimos na mente um do outro e o que realmente sentimos. Quando me virei de costas pro bar e de frente pra ela, segurando os dois copos de uísque e já tentando puxar um assunto qualquer, me deparei com Caroline vestindo minha blusa. Fazia tempo que nenhuma mulher vestia uma roupa minha. Nem lembro quando foi a última vez que isso aconteceu. Então eu dei risada não só disso mas da cara dela, que parecia querer ver minha reação. É, foi engraçado. E conseguiu quebrar o clima pesado que rapidamente se instalou ali. Só que era Caroline. Usando minha blusa. Então não foi só engraçado, ela também estava sexy. Minha primeira reação, rapidamente controlada, foi de agarrá-la, arrancar aquela roupa e continuar transando com ela por horas. Mas tínhamos acabado de fazer isso pela segunda vez. Não queria parecer um tarado.

- Ficou linda em você - Eu disse em meio a risadas.

- Obrigada! - Ela pareceu satisfeita e aliviada com a minha reação.

Pov Caroline

Ele riu. Ótimo! Consegui quebrar o clima péssimo que eu mesma criei depois de transarmos e compartilharmos nossos mais íntimos desejos. Klaus me deu um dos copos com uísque e sentamos no sofá ainda rindo e olhando um pro outro. Depois que paramos de rir, ficamos num silêncio meio constrangedor. Acho que, por mais que a gente não quisesse falar sobre o que vimos na mente um do outro durante o compartilhamento de sangue, as imagens que víamos ainda estavam nítidas em nossas cabeças. Pelo menos na minha. Mas acho que Klaus se encontrava na mesma situação, porque ele se mostrava ao mesmo tempo constrangido pelo silêncio e meio indignado com o que viu em mim. A vontade de abandonar todos os meus planos e me jogar de cabeça nessa aventura pelo mundo que Klaus ofereceu era enorme! Ele viu isso. Mas ele também viu o quanto essa vontade está reprimida em mim. Desde aquele momento no baile dos Mikaelsons em que ele me disse que eu poderia escolher qualquer lugar do mundo que ele me levaria pra conhecer, eu sonho com esse momento, mas ao mesmo tempo me recrimino por isso. Então aquele olhar que ele me lançava era de alguém bastante chateado e ao mesmo tempo curioso. Ele queria entender minha cabeça. Mas ela é complexa demais. Eu mesma não me entendo.

- As vezes você parece ser mais complicada que eu - Klaus disse, me tirando dos meus pensamentos.

- Sério? O híbrido de 1000 anos que já fez as piores coisas e que tem graves problemas de confiança e autoestima quer me julgar agora? - Ele quer entrar na minha mente de novo. Não posso permitir.

- Caroline, o híbrido de 1000 anos, tem justamente 1000 anos. Isso não te diz nada? Eu já lidei com todo tipo de gente. Das mais flexíveis às mais difíceis de lidar. Você é difícil. Não precisa se comparar moralmente a mim, o assunto não é esse. Eu não disse que você é má. - Ele me lançava um olhar irônico e meio impaciente, apesar de sua voz soar calma.

Eu fiquei olhando pra ele, sem saber o que mais dizer pra me defender. Ele tem razão.

- Não há muito o que fazer sobre isso, então podemos mudar de assunto?

- Claro! Podemos falar sobre seus planos pro futuro.

Quando ele disse isso fiquei feliz e aliviada. Porque a gente finalmente mudaria de assunto e eu poderia falar e falar sobre meus planos que tenho desde criança. Então comecei a contar sobre os meus estudos, o curso que escolhi fazer, as mudanças drásticas na rotina que viriam e, conforme eu ia falando ia me animando e via Klaus sorrindo, mas não parecia estar rindo de mim. Parecia estar animado porque eu estava animada, ainda que demonstrasse de forma bem sutil que não concordasse em nada com aquilo. Seu olhar ainda demonstrava uma certa reprovação e indignação. Ele acha que eu estou escondendo minha vontade de ir embora com ele e criando planos apenas pra me reprimir. Mas isso não é verdade. Meus planos pessoais foram alimentados por anos. Eu tenho tudo esquematizado em minha vida e vou fazer dar certo sim! E não será o meu vampirismo, o convite do Klaus de conhecer o mundo e viver uma louca e atraente aventura e nem a minha vontade de mergulhar de cabeça nisso que vão me atrapalhar!

Quando notei que ele me julgava em seu olhar, enquanto eu falava, perdi a paciência e me levantei do sofá. Como se eu mesma morasse ali, fui até o bar na sala e me servi de mais uma dose de uísque, de costas pro Klaus. Dose essa que virei de uma vez. Eu não queria encará-lo. Senti minhas costas se arrepiando. Era o olhar do Klaus me estudando, enquanto eu pegava a bebida. A presença dele sempre me perturbou. Piorou depois que ele me curou pela primeira vez, no meu aniversário. Toda vez que ele aparecia na minha frente e quando eu era obrigada a distrair ele pra ajudar meus amigos, sua proximidade de mim me deixava sem ação, vulnerável. Eu tinha sensações estranhas em meu corpo e minha mente começava a trabalhar muito mais rápido que o normal. Parecia que eu vivia exposta a ele e que era nítido o que eu sentia, então eu escondia ao máximo com hostilidade e repulsa. Eu pensava que era porque tínhamos uma forte atração um pelo outro. Mas se fosse só isso, então essa sensação diminuiria depois que passamos boa parte da tarde transando. Bem, minhas sensações não diminuíram em nada. Acho que estão mais fortes agora. Deve ser porque compartilhamos sangue. Merda! Senti o calor do seu corpo antes dele chegar por trás de mim e pegar a garrafa de uísque pra se servir também. Ele meio que se roçou em mim nessa hora, me provocando mas só pegou a garrafa e se afastou. Desejei que ele me tocasse.

- O que houve que ficou silenciosa de repente?

Eu finalmente me virei de frente pra ele. Klaus ainda sorria, mas seu sorriso diminuiu um pouco quando viu que eu estava visivelmente irritada.

- Você acha que o mundo gira a sua volta, Klaus?

- O que? - Ele me perguntou ainda sorrindo mas meio surpreso com minha mudança repentina de humor.

- Você me entendeu! O que está pensando? Que vou largar tudo o que sonhei em fazer por uma aventura que eu não tenho a menor ideia de quando ou como vai terminar? Acha que vou ficar a sua disposição enquanto você me mima, como se eu fosse uma princesa???

Conforme eu ia falando meu tom de voz aumentava e Klaus foi de assustado a irritado em um segundo. Largou a garrafa de uísque numa mesinha no canto da sala.

- Caroline, em momento algum te obriguei a fazer nada! Você é livre pra ser e fazer o que quiser, tomar as decisões que achar melhor!

Enquanto ele falava isso num tom de voz meio alto e bastante irritado, ia se aproximando de mim cada vez mais.

- Eu te quero e você sabe disso. Meu convite sempre estará aberto pra você. Eu sempre estarei aberto pra você. Mas a decisão de aceitar ou não meu convite é apenas sua. - Ele continuou dizendo, agora muito próximo de mim e num tom de voz bem mais baixo.

- Então por que me perturba? - Perguntei, quase chorando. Sussurrei, pra falar a verdade.   

- Fazer um convite e ser sincero sobre o que sinto por você não é perturbar. Se você se sente perturbada me pergunto se não é o momento de refletir sobre o que realmente será melhor pra você.

Ele me respondeu, quase sussurrando também. Ficamos em silêncio, encarando um ao outro. Eu me controlando pra não chorar e pior, pra não jogar tudo pro alto e não ir embora com ele só com a roupa do corpo mesmo. Mas eu não podia. Eu não devia. Era necessário que eu seguisse minha vida sozinha. Klaus foi controlando a irritação e agora estava mais calmo. Pensei ter visto seus olhos lacrimejando um pouco, mas deve ter sido impressão minha.

- Eu não posso... - Respondi baixinho, desviando meu olhar.

- Eu sei. - Respondeu Klaus, depois de tocar meu rosto, me fazendo olhar pra ele.

Toquei em seu rosto também. Nesses segundos em que ficamos encarando um ao outro em silêncio, notei que ele de fato respeitaria qualquer decisão que eu tomasse. Nossa estranha relação sempre foi assim. Por mais que ele fosse nosso inimigo, quisesse matar meus amigos e odiasse todo mundo, a forma como ele me tratava sempre foi diferente. E tirando os dois momentos em que ele me machucou, sendo bem imbecil, principalmente quando me mordeu em um dos seus surtos de raiva, não houve outros momentos que eu possa dizer que ele me maltratou. Posso fazer uma lista enorme com tudo o que ele fez a todos os meus amigos. Mas a lista do que ele fez de ruim comigo é quase vazia. O fato é que, mesmo sabendo que minha resposta é não, ele ainda estava ali na minha frente. Tocando em meu rosto, me olhando nos olhos, demonstrando que me esperaria. Será? Klaus desceu suas mãos até a minha cintura, me puxando suavemente.

- Vem cá - disse ele bem baixinho e me beijou lentamente.

E eu não sei porque, mas precisava sentir seus lábios nos meus de novo. Então apenas correspondi ao seu beijo, enquanto me aconchegava nele.

Pov Klaus

Nosso beijo dessa vez foi terno, profundo. Parecia que queríamos transmitir dessa forma tudo o que realmente desejávamos dizer e fazer, mas que as circunstâncias não permitiam. Minha língua tocava a dela devagar, mas de forma intensa. Desci as mãos da cintura pra barra da minha blusa e subi, percebendo que ela estava sem calcinha. Isso me deixou duro imediatamente, porem mantive o ritmo lento. A suspendi, enlaçando suas pernas em minha cintura.

"I want your confession." - Klaroline Where stories live. Discover now