15 - Não há duas sem Três

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Uns dias após o seu regresso a Pemberly, Lizzy teve uma visita que muito lhe agradou: a visita de Nelly e John, os netos de Mrs. Reynolds. E mesmo esta tentando evitar a euforia dos pequenos, eles entraram na casa como dois pestinhas cheios de alegria por poderem voltar a ver Lizzy. Darcy que estava com Lizzy, assim que os viu entrar, olhou para eles sério fazendo com que os dois logo parassem quase em sentido como dois soldados, levanto-se e saiu da sala.

Lizzy chamou-os então, e estes contaram tudo o que tinham feito durante aqueles dias, mesmo tentando dar a atenção aos dois pequenos, ela não conseguia tirar de sua cabeça a reacção do marido perante a entrada das duas crianças. Ambos queriam muito ter os seus filhos, mas porque não podiam amar aquelas duas crianças enquanto esperavam pelas suas. Depressa percebeu o porquê, Nelly e John eram simplesmente filhos dos empregados: Orgulho. Talvez fosse isso que impedisse Darcy de os amar, talvez o orgulhoso Mr. Darcy ainda não estivesse tão esquecido como Lizzy pensara.

As lágrimas começaram a cair-lhe teimosamente, porém quando viu já estava rodeada por dois bracinhos e duas mãos pequenas que lhe limpavam as lágrimas. Lizzy não pode deixar de sorrir, com aquele carinho de Nelly. E com um simples sorriso dela tudo melhorou, era tão bom sentir como uma criança nos pode salvar de uma escuridão...com apenas um gesto, um sorriso, uma palavra, um sorriso...e tudo se torna tão maravilhoso de novo. Passaram algumas horas brincando com as bonecas de Nelly e a carruagem de John, foram depois até ao jardim onde elas puderam correr, saltar, ser crianças.

Enquanto Lizzy passou toda a manhã e parte da tarde com as criança, Darcy tratava com Martin, de tudo o que tinham para fazer. Havia muita coisa para se tratar de forma a Darcy os poder ajudar. Ele sabia que tinha deixado Lizzy magoada com a sua atitude, mas Martin tinha pedido que apenas ele saberia do que se passava. Contudo, naquele dia, naquele momento ele decidiu que iria contar a Lizzy o que se passava, e disse-o a Martin.

No final do dia, depois de tanta brincadeira, correria e muitas histórias ouvidas, os pequenos estavam esgotados e foram com Martin e Mrs. Raynolds para casa. Darcy estava na sala acompanhado por Lizzy e Gerogiana quando esta se veio despedir. Georgiana aproveitou e também se recolheu, deixando o casal sozinho.

- Amanhã vou a Londres.- disse Darcy calmamente.

- Vais deixar-me sozinha de novo?

- Não vais ficar sozinha. Tens Georgiana, Mrs. Reynolds...e os netos dela...sei que ficas bem e distraída.

- Estou a referir-me a ti, vou ficar sem ti. Naquele quarto enorme, numa cama enorme...sem ti.

- Estás com medo?- pergunta Darcy com um meio sorriso nos lábios.

- Não. Mas vou sentir a tua falta. Vou sentir muito a tua falta...

- Não penso demorar muito tempo. Não consigo deixar-te durante muito tempo, sem ti é como se parte de mim faltasse.- e ao dizer isto aproximou-se de Lizzy abraçando-a...- Há algo que quero que saibas, e assim poderás perceber porque me afasto de ti de novo...- Lizzy olha para ele, mas nada diz...- É algo que se que te fará triste...mas...

- O que é? Fala comigo...estás a assustar-me?

- Calma. É sobre os Martin...ele veio falar comigo, aliás ele e Mrs. Reynolds. Vieram pedir-me ajuda, sabes que Mrs. Reynolds é importante para mim e para Georgiana, e não há nada que ela me pedisse que eu não lhe daria. - Lizzy assente.

Mrs. Reynolds estava na família de Darcy há mais de 60 anos, serviu ainda os avós de Darcy, viu o pai de Darcy nascer e crescer, formar a sua família. Viu este nascer, crescer, tornar-se responsável pela irmã ainda novo, Mrs. Reynolds era como uma avó, uma tia, uma mãe...tudo junto para Darcy. Darcy tinha crescido junto com a filha de Mrs. Reynolds, Nathalie. Tinham sido amigos desde muito pequenos até hoje, mesmo sendo aquele homem arrogante, frio, orgulhoso e cheio de preconceitos para o mundo, em Pemberley ele se transformava no Darcy que sempre fora desde pequeno. Lizzy sabia que para ele lhe estar a contar, não seriam boas noitícias...

(HIATUS) A Simplicidade da Paciência #ConcursoStarOnde histórias criam vida. Descubra agora