Começava mais um dia de trabalho. Seria uma semana intensa cheia de coisas a fazer. Quando se trabalha em uma produtora de eventos, noivas nunca te deixam em paz (risos). Preparamos todos os check lists da semana, para melhor se organizar e não esquecer nada.
Após o almoço Lauro, meu chefe, me chamou para fazermos as compras do próximo evento. Sendo assim, peguei a lista de compras e nos dirigimos ao mercado mais próximo. Entre conversas, falamos de tudo, inclusive de homens. Meu chefe era casado com outro cara e éramos muito próximos, tínhamos essa liberdade de conversar sobre tudo.
Nossa que mercado lotado, passávamos corredor por corredor, sempre pedindo desculpas por esbarrar em alguém, devido os corredores serem apertados e os carrinhos de compras enormes. Nosso carrinho já estava cheio, isso tornava mais devagar pelo peso. Quando viramos no penúltimo corredor, ao final deste havia um rapaz parado verificando valores naqueles leitores de código de barras.
Continuamos a pegar produtos, quando nos aproximamos do rapaz, ele queria continuar pelo corredor porem não havia espaço para todos passarem, então, ele encostou de lado para nos esperar. Logo, comecei a observa-lo dos pés à cabeça, loiro, deveria medir 1.85 de altura, corpo malhado, mas nada exagerado, lábios finos e pele lisa, aparentava ter uns 25 anos. Conforme a cada passo que dávamos, eu observava mais de perto aquele homem, que estava com um leve sorriso no rosto. Há poucos passos dele, percebi seu excesso de bagagem, e que por sinal, minha mão no carrinho estava exatamente na mesma altura de sua mala. Então, ao passar por ele, nos cumprimentamos e de leve passei meus dedos naquele volume que elevava a calça jeans dele.
Continuamos pelos corredores para finalizar a compra, tive a audácia de passar a mão e depois fiquei com medo dele vir atrás e fazer algum barraco ou coisa do tipo. Observo que onde íamos no mercado ele sempre estava por perto, até que fomos para o caixa, ele ficou na fila ao lado e não parava de me olhar, pensei comigo, vou apanhar no estacionamento.
Passados 10 minutos na fila, ele saiu em direção aos últimos corredores, disse a Lauro, que iria ao banheiro, saio discretamente, e o observo de longe, acabo me distraindo e quando ergo a cabeça ele está parado à minha frente me olhando, naquele embalo ambos tentando se desviar para passar e sempre os passos iam para o mesmo lado. Bom , já que ele não foi nem um pouco grosseiro comigo, reajo e peço o número de telefone, ele diz que não tinha, mas eu poderia passar o meu que ele ligaria. Na hora me senti um adolescente fazendo coisa errada e esqueço meu número, a única coisa que lembro era o número da minha mesa na empresa, então foi o que passei e me virei e voltei para a fila.
Aquela tarde ninguém tirava aquele sorriso do meu rosto. Quando voltávamos, no carro contei tudo para Lauro, que ria descontroladamente da minha cara. Ele disse que eu era louco e que podiam achar meu corpo após dias jogado em casa, pois eu morava sozinho e o cara poderia me fazer algum mal. Rimos e ainda comentei que ele nem ligaria.
Chegamos na empresa, já logo mudamos de assunto, fui finalizando os projetos que estavam em andamento fui interrompido pelo telefone que começava a tocar alto, atendi como de costume. Ouço uma voz familiar, antes que eu pudesse perguntar quem era, logo se apresenta, sou Anderson, quero falar com o Thony, apenas respondi pode falar, sou eu. Ele continua, você passou seu contato no mercado hoje e quero te ver mais tarde, podemos? Sem pensar, respondo que sim, me perguntou onde poderia ser e falo que poderia ser na minha casa, passei o endereço e combinamos às 20 horas.
Desligo a ligação, chamo Lauro e falo quem acabava de me ligar, ele me aconselha a deixar algum vizinho avisado que se ouvir algum grito da minha casa, para ir me socorrer e começamos a rir imaginando a cena.
Termina o expediente e vou para casa, chego dou uma ajeitada em tudo que estava parecendo uma zona, coloquei bebida para gelar e coloquei uma torta para assar, não sabia se ele estaria com fome.
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THONNYANDO
Short StoryAs aventuras, a cada rapaz que conheci teve um Thonny diferente. Thonny sou eu, para pessoas que não conseguem falar meu nome inteiro. Fica aqui o convite a ler os Thonnys que diferem em minha vida. Serão 100 contos, que mais marcaram os meus anos...