O começo do fim

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Depois de uma longa luta com um akumatizado, finalmente eu retorno para casa.

Chego na varanda e antes que eu pense em me destransformar, vejo a luz da sala de estar acesa. Que estranho a essa hora da noite eles deviam estar dormindo.

Desço me escorando nas beiradas da parede para escutar a conversa. Minha mãe anda desesperada de um lado para o outro e seus passos são audíveis do lado de fora.

— Mas e nossa filha? O que aconteceria com ela? Não podemos simplesmente aceitar a proposta. — Fico atrás de uma pilastra escutando tudo.

— Ela vai ficar bem. Quer dizer não é como se Nova York fosse ruim, ela vai ter tantas oportunidades, não até mais, do que ela teria aqui. — Nova York? Estados Unidos? Do que eles estão falando. Tento me aproximar mas acabo escorregando.

— Tom! Você ouviu? — Sabine abre a janela e eu me encolho em meu esconderijo. — Deve ter sido só um passarinho. Vamos dormir, já está tarde, amanhã a gente conversa. — Minha mãe parece abatida.

Volto para minha varanda, meio abatida. Do que será que eles estavam falando? Não valia a pena gastar minha cabeça com isso agora.

—Tikki pontinhas fora! — Grito sem entusiasmo nenhum e me jogo na cama.

Tenho uma noite tranquila, sem sonhos.

•••

— Marinette! — Minha mãe me empurra tentando me acordar. — Marinette! Hora de acordar!

Esfrego os olhos devagar, me espreguiçando.

— Acordei. — Faço minhas higienes pessoais.

— Mari, de noite vamos jantar fora.

Não respondo, pois estou escovando meus dentes. Será que esse restaurante tem algo haver com a conversa de ontem? Sobre Nova York, provavelmente, só essa noite dirá. Algo me diz, que seja o que for não será bom.

Levo uma casaco extra para escola, a previsão diz que vai chover.

•••

Fico meio perdida em meus pensamentos durante a aula. Alya tenta me tirar do transe me empurrando.

— Acorda Marinette. Parece que você passou a aula toda no mundo da lua. — Minha amiga me dá uns empurrões.

— Estou é? Acho que estou cansada da escola, sabe o fim do ano me deixa assim. — Eu tento inventar uma desculpa, não quero preocupar a Alya sem motivo.

— Você vai poder ir para o acampamento de inverno, né? — Ela pergunta, nem com meus pais eu falei ainda, mas não quero desaponta-la.

— To vendo ainda. — Para minha amiga seria a primeira vez que faria essa viagem, só que todo o ano eu a faço e não aguento mais. Acho que por hoje tudo o que eu quero é me deitar nas cobertas e pensar sobre tudo isso.

Compro soverte no caminho de casa.

•••

—Marinette Dupain-Cheng! Não estou vendo você pronta! — Minha mãe grita abrindo a porta do quarto. — Eu te falei do jantar, não era para você ter esquecido.

Eu estou de pijama, vendo série e tomando soverte. O pior que nem foi esquecimento o que me fez ficar assim, acho que não queria ir, a chuva lá fora é como se o próprio clima estivesse mandando eu ficar em casa.

— Sou obrigada a ir? — Pergunto.

— Não vou nem lhe responder, estou te esperando lá em baixo. Você tem cinco minutos. — Minha mãe fecha a porta.

O fim de uma história [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora