Epilogo

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Depois de um ano, finalmente volto para Paris. Alya me pega no aeroporto, irei ficar na casa dela.  Até o clima parece mais agradável, em New York é tudo tão negro.

— Então, conheceu alguém? — Ela começa às perguntas no carro, eu tinha sentido falta desse entusiasmo.

— Algumas pessoas, ninguém importante. — Dou de ombros, em relação a gostar para namorar não tinha conhecido.

— Nem alguém como o Adrien? — Esse nome me pega de surpresa, não achei que o citariam tão cedo para mim. Não que eu não pense nele, acho que faço isso todos os dias, é quase instintivo.

— Teve um, mas só nos beijamos. — Marco, ele me lembra bastante o Adrien com os cabelos loiros, porém é um galinha, prefiro fingir que isso nem aconteceu.

— Realmente Nova York te mudou, você nunca beijariam alguém só por beijar. — Ela comenta e eu sinto quase como uma farpa. Não sou a mesma de antes.

— Vamos parar de falar sobre mim e você Alya como vai o namoro? — Faço uma cara de interessada.

Passamos o resto do trajeto falando sobre ela e o Nino, que já até fizeram sexo no ano que estive fora.

É bom sair da pauta Adrien. Ele ainda é um fantasma em minha consciência.

•••

A casa dela continua a mesma de sempre, pelo menos a sala. Seu quarto está diferente e não é pouco. Alya tirou os posters que tinha da Ladybug e do Chat Noir, junto com os de outros heróis. Pelo o que eu soube ela também tinha acabado com o Ladyblog por motivos de estudo. Eu sei que não foi esse o motivo real. A vida de heroína tem mudado minha amiga, stalkear os heróis não tem tanto sentido.

— Enjoou de super-heróis? — Pergunto me sentando na cama.

— Não, você sabe... a escola tá puxando o saco do ensino médio. Não tenho tempo para ficar correndo Paris procurando por heróis. — Ela responde, mas nós sabemos o motivo real.

•••

Alya tem toda uma programação para a semana que vou passar aqui. Pelo visto, nesses sete dias irei nos ponto turísticos mais famosos, de acordo com minha amiga tenho que me "reafrancesar" seja o que isso for.

Cada dia da semana vejo um dos meus antigos colegas, todos parecem determinados no plano de me levar nos pontos turísticos. Isso acaba sendo uma experiência bem legal.

O Adrien não vai em nenhum dia, eu sinceramente não espero que ele venha, por mais que algo em mim ainda queira vê-lo. Estar tão perto dele, na mesma cidade, me faz pensar nele com uma maior frequência.

Eu o superei disso eu tenho certeza, mas ainda sim tenho esperança de falar com ele ao menos. Acho que não vou conseguir.

•••

— Alya, o Adrien não quis me ver? — Pergunto na penúltima noite, sei a resposta antes mesmo dela falar algo.

— Não foi bem isso... — Ela responde claramente desconfortável. —Depois da briga de vocês, sempre que falávamos de você, ele ficava muito irritado, então nem chamamos ele para nada.

— Hmm... Entendo. — Nós duas dormimos no silêncio que se segue.

Eu penso nele e em tudo o que tivemos.

•••

No último dia, vamos para um shopping, ver filmes e comer. Um encontro normal de amigos.

Alya me arrasta pelos corredores até um restaurante bem chique e caro.

— Eu não posso comer aqui, é caríssimo. — Reclamo na porta do estabelecimento.

— Relaxa, você não vai pagar nada. Temos um patrocinador — Faz um sinal de aspas. — secreto. — Faz um shiu com um dedo nos lábios. — Vamos logo.

Ela puxa meu braço até uma mesa no canto, onde vários conhecidos meus se sentam. Eu gosto, mas é tudo muito formal, acho que por causa do ambiente. Nós não parecemos relaxados.

— O patrocinador está chegando. — Alya anuncia. Todos olham para trás.

Para minha surpresa o Adrien chega, não tinha percebido a saudade que sinto por ele até esse momento. Me levanto da cadeira, abruptamente. Meus pensamentos são dominados por ele.

O loiro me abraça, não como amantes que outrora fomos, mas como amigos que se reencontram, sinto vontade de chorar.

— Preciso conversar com você mais tarde. — Ele sussurra o que me causa arrepios.

Diferente do que eu pensei, o clima fica mais leve quando o Adrien chega. Esse um ano que passei fora parecem ter mudado ele, de alguma forma parece mais confiante.

Ele agora não é mais a criança que deixei para trás.

•••

Praticamente todos foram embora, só sobra o quarteto de antes, eu, Alya, Nino e Adrien. Porém, Alya e Nino não estão na vibe grupo, pois são andam colados.

— Ei. — O loiro fala. — Quer dar uma fugidinha preciso falar com você.

— Eles não vão perceber? — Pergunto.

— Estão muito concentrados um no outro. — Pega minha mão. — Vamos.

Ele está tão diferente, com atitude. Será que é o mesmo que eu conheci a um ano?

•••

Paramos para tomar um soverte.

— Marinette, desde que você partiu as coisas ficaram estranhas. — Adrien começa encarando a casquinha. — Ser herói sem você era estranho, não ter você toda atrapalhada perto de mim foi estranho. Esse ano que se passou eu literalmente não consegui te tirar da minha cabeça. — Tento falar algo, mas ele me interrompe. — Eu sei que nós dois não daríamos certo, ainda mais porque agora você está em Nova York. Acho que não consigo te superar, pois não terminamos da maneira certa. — Silêncio, eu sabia exatamente o que ele significava com aquelas palavras.

—Eu te entendo eu sinto assim também. Um dia podemos ser algo, mas esse dia não vai ser hoje, nem tão cedo. Precisamos de tempo para fechar todas as feridas que abrimos um no outro. Você me perdoa Adrien? — Pergunto encarando ele, pela primeira vez em um ano a única coisa que sinto por aqueles olhos verdes é compaixão.

— Sim. Você me perdoa Marinette? — Adrien pregunta.

— Sim. Quem sabe um dia possamos ser amigos. — Ele olha para o horizonte.

— Quem sabe? — Respondo retoricamente. Nenhum de nós sabe o dia de amanhã.

Nós dois saímos a procura da Alya e do Nino.

•••

No avião, me sinto mais leve que quando embarquei a um ano. Era como se uma pequena parte de mim tivesse ficado em Paris, mas agora eu estou levando ela de volta.

O Adrien sempre vai ser uma parte importante da minha vida, meu primeiro amor. Porém, agora que fechei todas as feridas podemos recomeçar do jeito certo. E também posso recomeçar com outras pessoas.

Quem sabe o que o destino me guarda, só sei que de agora em diante, tudo será mais interessante.

O fim de uma história [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora