Dividindo a sala com uma chata

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Por Ryan

O primeiro dia de aula não foi como eu esperava, minha mãe me obrigou a ir de ônibus dizendo que tenho que me misturar, e por obedecer ela o que eu ganho? uma garota caindo em cima de mim, ah e vale reforça que foi duas vezes. Eu estava pronto para agir como um cara solitário no intervalo mas meu plano vai por água abaixo quando uma garota chega do nada e começa a falar comigo, ela tem problema? digo o meu nome para ela ir embora e logo saio de perto.
Minha volta para casa foi tranquila, eu falaria com minha mãe e minha irmã por vídeo chamada hoje. Você deve estar pensando em onde está meu pai, ele esta em Tóquio a trabalho, Nunca vai ver elas e nem sequer pergunta por mim, tudo pra ele é somente trabalho!
Meus pensamentos são interrompidos pelo gritinho de Megan feliz por me ver, sorrio olhando para a tela do computador:

- Oi Meg, cadê a mamãe?- pergunto vendo que ela esta sozinha.

- Ela já esta vindo, como é aí?- ela pergunta entusiasmada.
Megan sempre quis conhecer o Brasil e quando soube que eu estudaria aqui ela literalmente pulou de felicidade, mas logo parou quando descobriu que apenas eu viria, precisei aprender o português em um mês e não vou mentir, foi muito difícil!

- É legal, bem diferente de Los Angeles- digo dando de ombros- como vocês estão ai?

- Estamos otimas! e eu tenho várias fofocas pra te contar sobre os empregados- ela fala animada me fazendo rir.

- Stuart finalmente chamou Lisa para sair?- pergunto assumindo o modo fofoqueiro.

- Não, ele tá enrolando, mas a Yasmim tem namorado novo!- ela bate palminhas e então nossa mãe chega.

- Ok, chega de falarem dos empregados!- ela repreende- como você está filho?

- Estou bem mãe, meu primeiro dia de aula foi tranquilo- digo calmamente- mas quero saber de você? ele ja ligou?

- Não meu querido- ela sorrir mas sei que é um sorriso triste- seu pai é muito ocupado, não pode perder tempo.
Ela sempre defende ele, mesmo ele sendo o idiota que nem liga pra família.

- Família não é perda de tempo mãe!- digo.
Nossa conversa é interrompida quando ouço alguém bater na porta do apartamento, me despeço delas e vou atender encontrando Débora, minha vizinha, com o São Bernardo dela na minha porta.

Porque esse cachorro tinha que ser do tamanho de uma vaca?!

- Oi, preciso sair e não posso deixar o Beethoven sozinho em casa- ela me explica- pode olhar ele pra mim?

- Débora, eu não sou muito chegado à cachorros, principalmente os grandes- falo recuando passos.

- Não se preocupe, ele é um amor- ela diz me dando a coleira- volto daqui a pouco!- e então ela entra no elevador.
Faço uma careta enquanto entro junto com o cachorro, assim que solto a coleira dele o mesmo caminha até meu quarto e eu o sigo, ele deita na minha cama de barriga para cima deixando um mar de baba cair na minha cama:

- Não Beethoven! Você ta babando na minha cama!- falo tentando tirar ele de cima da cama.
Ele de repente levanta e vem pra cima de mim me derrubando no chão, então ele começa a me lamber:

- Ai que nojo, chega!- tento levantar mas meu Deus que cachorro pesado.
Quando finalmente consigo levantar limpo meu rosto no lençol da cama, ja está sujo mesmo!

- Cachorro mal!- brigo com ele recebendo um latido que pareceu mais um rugido- É, você é muito mal!
Ele late novamente e vem na minha direção latindo, por instinto saio correndo pela sala:

- Ah ta bom Desculpa!- grito fugindo dele- você é bonzinho, um amor lembra?- ele continua atrás de mim- sai daqui seu canibal!

Bom, não sou muito fã de cachorros, eu não tenho medo apenas não gosto deles e os piores são os grandes tipo esse!
Quando me mudei pra cá vim por ser perto do colégio mas ninguém me falou que tinha essa bicho do mal morando ao lado:

O Nosso Jeito De ViverOnde histórias criam vida. Descubra agora