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- O garoto da água - gritou Ochako - Deixa de ser um bostinha e vem tirar vantagem de mim o que acha?

- Cadê a garota doce? - perguntou Katsuki debochado enquanto batia com a cabeça de um dos caras na parede.

- Deixei no dormitório - ela sorri sendo molhada pelos respingos da individualidade do garoto.

- Sua vadia - o garoto com a individualidade de água correu em direção a Uraraka que estava em posição de luta mirando um soco que foi em vão quando a garota tocou em seu braço e o fez flutuar.

- Não estou disponível para relacionamentos gatinho - ela sorriu - Te disse isso lá no bar quando neguei sua bebida.

- Me coloca no chão sua vagabunda - ele gritou.

- Talvez um pouco mais tarde - ela esperou ele subir um pouco mais e liberou sua individualidade.

- OK isso foi estranho - disse Katsuki olhando seus óculos quebrados no chão - Mas ninguém viu, então não vamos ganhar suspensão certo.

- Acho que sim - ela disse em meio a sua respiração cansada.

O Beep do celular de Ochako chamou a atenção dos dois, uma mensagem no grupo dizendo que já estavam indo embora.

- Precisamos ir kacchan - ela mostrou a mensagem para ele que a seguiu em silêncio até a frente do pub onde todos olharam sem entender o porquê eles estavam molhados e uraraka estava sem sapato.

- Não tentem explicar - disse Kirishima debochado.

- Vai se foder e vamos logo - disse Katsuki um pouco irritado com a situação.

- Eu vou pro meu apartamento, é mais perto daqui e preciso pegar algumas coisas - Uraraka se despediu indo em uma direção oposta - vejo vocês segunda.

- Vai deixar ela ir sozinha? - perguntou Mina - Eu sei que você mora na mesma direção - ela sorriu - Usa essa desculpa e agarra sua garota kazinho.

Katsuki não disse nada apenas parou seu caminho até o metro e seguiu na direção oposta sem dizer a ninguém, não faria mal nenhum almoçar domingo com sua família mesmo, em passos curtos ele seguiu com as mãos no bolso observando ela caminhar tranquila sob o meio fio  com os sapatos vermelhos nas mãos, seus cabelos curtos estavam bagunçado pela água deixando alguns fios colados em sua nuca, a visão que ele tinha das costas completamente nuas dela sob a luz dos postes era perfeita, ela tinha um corpo incrível, ela era incrível. Katsuki apenas sorriu ao ficar observando ela em silêncio.

- Vai ficar me seguindo por quanto tempo mais? - ela virou de frente pra ele e o pegou de surpresa, não imaginava que tinha chamado a atenção da garota. - Eu sei me virar Katsuki, não precisa me vigiar até minha casa.

- Eu moro pra cá também - ele disse suspirando alto.

- Foi uma desculpa muito boa - ela sorriu - não pensou nela sozinho não é.

- Cala a boca cara redonda - ele apertou uma das bochechas dela e seguiu ao seu lado.

- Porque eu tenho a impressão de que eu conheço um Bakugou Katsuki completamente diferente do que todo mundo conhece? - aquela pergunta pegou o loiro desprevenido, ainda estava um pouco tonto da cerveja e tinha medo de falar alguma besteira.

- Não sei - ele encarou os olhos castanhos - Talvez  só seja eu mesmo...

- E porque comigo? - eles estavam parados na portaria do prédio dela.

- Eu não sei tá legal - ele estava frustrado - Só que eu não consigo mais ter controle de nada quando estou com você.

- Isso foi repentino - ela disse puxando o ar - Quer entrar?

- E porque eu deveria? - ele perguntou desconfiado.

- Katsuki relaxa - ela sorriu - Vou te oferecer um café, se quiser - ela abriu o grande portão com seu controle eletrônico.

- O-ok - ele estava envergonhado demais, depois de perceber a besteira que falou, só puxou seu boné para os olhos e seguiu até o apartamento dela.
Era um local simples, com poucas mobílias, uma TV pequena na sala com um monte de almofadas coloridas no sofá, o piso de madeira precisava de uma boa cera, mas não quis questionar. - Seus pais?

- Eu moro sozinha desde o ano passado - ela apareceu na sala vestindo uma grande camisa roxa - Meus pais não tinham condições de se mudar junto comigo e tem a mineradora também - ela vasculhava alguma coisa nos armários e geladeira.

- Entendi - ele disse observando a foto dela com seus pais em cima da mesinha de centro ao lado de um gato branco de gesso.

- Não tenho muitas coisas aqui - ela disse coçando a cabeça - Faz um pouco mais de duas semanas que não venho então encontrei salgadinhos e suco de laranja - Ela sorriu.

- acho melhor eu ir, já são quase cinco - Ele disse ao olhar de relance o relógio da TV

- ah... Tudo bem - ela disse meio desanimada. - Nos vemos...

- Amanhã... - ele disse parado na porta, sentindo sua bochecha queimar - Se quiser almoçar comigo.

- C-certo - estava envergonhada demais para olhar pra ele - espero você daqui a pouco então.

Os olhos deles se encontraram, ela segurava a porta com uma das mãos e observava o olhar dele um pouco acima do seu e de repente sentiu uma vontade absurda de beijar aquela boca, mas não o fez. Não tinha coragem o suficiente pra isso até que sentiu um leve e quente beijo no canto dos lábios, ela fechou a porta tão rápido que ficou pensando se não teria acertado o garoto no rosto.

Katsuki seguiu pelo corredor com um meio sorriso no rosto, de certa forma ganhou a noite inteira, agradeceria Kirishima por ser teimoso o bastante para convencê-lo de tudo isso, sentia um frio incontrolável na barriga, mas não queria controlar mais nada, estava gostando da sensação de não ter controle, nunca se sentiu tão vivo com tão pouco, nem Deku estragaria seu humor. O caminho até sua casa foi silencioso, mas quando abriu a porta pode ouvir sua mãe resmungar algo no quarto ao lado do seu, mas ele não fez questão de responder, mas ainda sim custou a dormir e ficou ali pensando em cada palavra dita e em cada ação tomada. Katsuki só tinha uma certeza, não teria mais medo de demonstrar o sentimento guardado a mais de um ano.

Close To Me... (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora