Capítulo 03

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Anahí

Na manhã seguinte quando desço pra tomar café, não acredito quando dou de cara com Maite.

- Oh mon Dieu!! - vou até ela e a abraço.

- Any! - ela ri e me abraça quando vou pra cima dela.

Houve uma época que além de Angelique, Maite foi uma grande amiga e confidente. Eu e Melany até chegamos a ser bem próximas, mas poderíamos ter sido muito mais que isso se não fosse por Alfonso e pela morte dela, tão precoce e repentina.

- Vous est magnifique! - seguro as mãos dela, fazendo um exame detalhado.

- Se você quis dizer que estou magnifica, obrigada. - Maite ri.

- Pardon! Eu quis dizer que você está linda, magnifica, encantadora. - sorrio.

- Merci beaucoup! É assim que se fala né? - Maite ri.

- Isso mesmo. Você daria uma ótima francesa. - sorrio orgulhosa. - Angelique também!

- Ah obrigada por me incluir na conversa. - minha irmã diz se fingindo de ofendida.

- Não fica com ciúmes, você já ta sendo bastante bajulada. - brinco a abraçando.

- Sim e esqueceu que eu vim aqui com você buscar a Any pra fazermos a prova do nosso vestido de madrinha? - Maite pergunta.

- Ah espero que tenha ficado lindo, já que você não me deixou fazê-los.

- Você tinha prometido o vestido de noiva, não queria te dar ainda mais trabalho.

- Tudo bem, vamos até a estilista então, estou ansiosa pra ver. - sorrio empolgada.

- Não quer tomar café primeiro? - minha irmã pergunta.

- Não, a gente come alguma coisa na rua. - sorrio empolgada.

- Então ta! - minha irmã dá de ombros.


Angelique vai dirigindo até a cidade e quando vejo a confeitaria onde costumava vir toda semana, peço à ela pra parar. Ela mal estaciona o carro e eu já desço correndo.

Quando entro no lugar, parece que sou transportada de volta pra minha infância, pra época onde tudo era feliz e perfeito. Ah como eu queria voltar praquela época e ficar por lá.

- Bonjooour senhor Bastistaaa! - sorrio pro senhor barrigudo atrás do balcão.

Quando Alfonso e eu éramos crianças, costumávamos brincar que o senhor Batista escondia na barriga os melhores doces da confeitaria pra que crianças como nós não roubassem.

- Bom... Anahí?! - ele arregala os olhos ao me reconhecer.

- Oui! - coloco as mãos na cintura e dou meu melhor sorriso.

O senhor Batista saia de trás do balcão e me abraça. Retribuo, porque ele e este lugar, estão entre as melhores lembranças que tenho de Smalltown Beach. Fui muito feliz, aprontei e dei muita risada entre essas mesas e balcões.

- Você está linda. Não sabia que já tinha voltado pra cidade. Angelique, Maite. Bom dia!

- Bom dia senhor Batista! - Angelique sorri.

- Sentem meninas, por favor.

Nos sentamos e logo o senhor Batista nos entrega o cardápio. Só então percebo que as pessoas estão me apontando e cochichando. Com certeza estão dizendo que a filha desgarrada dos Portilla está de volta.

Smalltown Beach - PausadaOnde histórias criam vida. Descubra agora