Capítulo 05

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Anahí

Acordo na manhã seguinte e me apronto pra ir correr na praia. De todos os tipos de atividade física, correr sempre foi a mais divertida pra mim. Era o momento onde eu podia ficar sozinha e esvaziar minha mente.

Me encaro no espelho e suspiro ao me lembrar que algumas vezes Alfonso corria comigo, que foi esse maldito quem me apresentou a corrida como forma de relaxamento.

Reviro os olhos ao lembrar das vezes em que apostamos corrida e o cretino sempre ganhava de mim.

- Parfait Anahí, será que não tem nada que a porra da sua versão adolescente tenha feito sem o Alfonso?

- Não! - debocho de mim mesma, encarando meu reflexo no espelho como se fosse minha versão adolescente. - Quem mandou você cair na lábia dele e ser sua melhor amiga?

- Mon Die! - me estresso comigo mesma e deixo o quarto.

Chego na cozinha terminando de arrumar meu rabo de cavalo, mas paro constrangida ao ver meus pais rindo e aos beijos. Tinha esquecido como eles são romanticamente enjoativos.

- Pardon! Excuse moi. (Perdão! Com licença)

- Filha! - minha mãe sorri quando me vê.

- Bonjoooour! - forço um sorriso.

- Você fica tão fofa falando em francês, não parece minha mãe quando morava com a gente, querida?

- Fofa? Pai eu não tenho mais cinco anos. - reviro os olhos.

- Desculpe, meu amor, é que você se parece muito com a minha mãe. - meu pai sorri.

- Eu sei e adoro ser comparada com ela, mas não precisa apelar.

Meu pai dá risada, enquanto minha mãe me dá uma boa encarada.

- Onde vai vestida assim?

- Vou correr na praia. - dou de ombros. - Preciso começar a me desestressar e me preparar antes que a parentada chegue e me bombardeie com: "Você não está namorando?" "Quando vai se casar" "Uma mulher não é nada sem um marido" e todo blá, blá, blá que me espera. - reviro os olhos.

- Sabe ainda não entendo como você nunca namorou, você é tão linda. - minha mãe diz. - Aposto que tem muitos franceses de olho em você, você quem banca a difícil.

- Aham, com certeza. - ironizo.

- Eu achava que você e o Poncho iam acabar se envolvendo, graças a Deus isso não aconteceu, mas eu me lembro de como os garotos passaram a te olhar diferente, conforme você foi crescendo.

- Ok só pra esclarecer. Eu tô muito bem sozinha e não quero ninguém, beleza? Coloquem uma placa na porta avisando os parentes. Anahí muito bem solteira, não perturbe!

- Mas filha....

- Tchau mãe, tchau pai, até mais tarde! - aceno dando as costas pra eles.

Pego meu celular e pra aquecer dou play na música "Lonely Day" do System of Down, um rock com alguns momentos mais suaves. Saio de casa caminhando em direção à praia e consigo relaxar ao som da música.

Conforme passo pelas pessoas a maioria acena pra mim. Na maioria das vezes morar em uma cidade pequena é um saco porque todo mundo conhece todo mundo.

Desço a rua enquanto a música entra no solo da guitarra com a bateria. Sorrio me lembrando de como foi difícil tocar essa parte no piano. Alfonso com certeza ficaria orgulhoso se me visse tocando a canção de uma de suas bandas preferidas, que passou a ser uma das minhas preferidas também.

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⏰ Última atualização: Aug 23, 2019 ⏰

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