20- O quadro

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Klaus saiu de casa odiando ter deixado Bonnie sozinha, mesmo reconhecendo que ela precisava de algum espaço para curar as dores deixadas por pessoas com quem ela amou mais da metade da vida. Ele entrou no bar e praguejou ao ver que Camille estava lá, assim como Natasha e alguns lobos. Ele andou até o balcão e pediu um uísque, estava disposto a ignorar tudo a sua volta, ele começava a pensar que Bonnie estava com dúvidas sobre eles, que ela se balançou com a declaração patética de Damon. O medo de perdê-la sussurrou em seus ouvidos.

Camille andou até ele e se sentou no banco ao seu lado. "Não era assim que eu imaginava que acabaria sua noite." Ela riu debochada enquanto Klaus servia sua primeira dose de bourbon no copo, ele pretendia esvaziar a garrafa tanto quanto sua mente barulhenta. "E eu achando que terminaria minha noite com o mínimo de paz." Ele respondeu com acidez. "Poxa Klaus, eu sou sua amiga, não há porque me tratar assim!" Ela disse cheia de cinismo. Klaus segurou seu rosto com a mão forte, fazendo-a encara-lo. "Acha que eu não sei que andou contando historinhas por aí?" Ele perguntou se referindo a Caroline saber da existência dela.

Camille ficou imóvel no mesmo instante confirmando a Klaus que foi ela quem contou. O coração descompassou e ela desviou o olhar. "Eu não quis romper nossa amizade antes, mas você está me provando que nunca foi verdadeiramente leal, então não vou mais perder tempo com isso." Ele sinalizou entre os dois. "Boa noite, Camille!" Disse deixando um bolo de notas altas sobre o caixa para o barmen, pegou a garrafa de bourbon e saiu do bar.

Natasha observou a cena em silêncio. Quando Klaus saiu, ela achou que era oportuno iniciar uma discussão sobre sua principal questão. "Vejam Klaus, a criatura mais poderosa do mundo, simplesmente perdido entre as intrigas de humanas e bruxas, quando ele deveria tomar como esposa uma loba, uma igual a ele, que prosperasse a matilha e consequentemente o colocasse na posição de alpha dos alphas, seu lugar de direito." Ela resmungou para os outros vampiros.

Todos a ouviram com atenção, não era como se não concordassem, mas quem diria isso a Klaus? Nunca, nenhum deles seria capaz de questionar sua escolha pela bruxa Bennett, era como assinar a sentença de morte. "Os sinais são claros, quando ele se relacionou com uma loba ela lhe deu uma herdeira." Ela disse orgulhosa de ter como comprovar seu ponto. "E quem se candidata a ser tal loba, você Natasha?" Um dos lobos provocou fazendo os outros rirem. "Pelo bem da matilha, eu faria tal sacrifício!" Ela respondeu arrancando dos outros ainda mais risadas.

Ser a fêmea do alpha era uma honra grande dentro da matilha, além do mais, o alpha em questão sendo o híbrido mais poderoso do mundo, a ironia dela sobre "sacrifício" era divertida. A lobinha era ambiciosa, sempre fora, ela desertou de sua matilha anterior porque teve um caso com o alpha, tentou por anos fazê-lo se separar da esposa humana e se casar com ela para legitimar seu reinado, mas no fim todo o grupo a desprezou, não havia honra no comportamento deles.

O alpha foi desafiado e também acabou perdendo a liderança, além da esposa. Natasha  não viu mais motivos para continuar o romance então se isolou. Klaus deu a chance dela e tantos outros reencontrarem a vida em bando, a matilha de híbridos era sua nova família agora, e o relacionamento de Klaus com uma bruxa era uma ameaça para a soberania lupina. A sagacidade de Natasha aflorava, ela começava a traçar um plano para mostrar a Klaus a verdade.

Bonnie tomou um banho quente e ganhou de Freya um chá calmante. A cunhada sentia a magia desestabilizada da Bennett e mesmo tendo sido avisada por Klaus para que Bonnie não fosse incomodada, ela se sentiu na obrigação de melhorar o estado dela. Bonnie se deitou sentindo-se melhor, exceto pelo espaço vazio do seu lado da cama.

O dia logo raiaria, então ela ligou para Klaus. "Oi, amor!" Ele disse com o sotaque charmoso e a voz sedutora. Bonnie corou mesmo por telefone, ela imaginava se um dia pararia de derreter ao ouvi-lo chamá-la de amor. "Vem para casa!" Ela disse manhosa desejando que ele estivesse ali, a aninhando em seus braços. Klaus não respondeu, e nos cinco segundos seguintes ela sentiu a presença dele no complexo. Mais dois segundos e ela o sentiu no quarto.

A Rainha - KlonnieOnde histórias criam vida. Descubra agora