Minha respiração ofegante denunciava o quão sedentária estou me tornando. Estou há um mês sem fazer qualquer atividade física, minhas pernas chegam a doer.
Foi muito rápido o momento em que me dei conta do quão errado seria estar num quarto, a sós, com um homem. Isso seria uma viagem sem volta para o inferno. Foi tão automático quando percebi que eu não tinha muito a perde, mas minha dignidade vale muito ainda.
Em meu quarto pude rir a vontade da situação. Jason não entendeu o momento onde abri a porta e corri dali como se minha vida dependesse daquilo. Não fui muito longe, não sem esbarrar numas cinco pessoas pelo caminho. Mal pude pedir desculpas, a sensação de fuga é emocionante e nos deixa absorto.
Jason se engana por achar que darei a ele a mesma chance que dei a Tyler. Uma vez foi o suficiente para ver que, diferente dos filmes, aqui a mocinha não tem um final feliz.
Anos me enganando com isso...
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Não é fácil se equilibrar com tantos livros num braço e uma bandeja de comida no outro. É claro que, numa escola tão pequena, eu não acharia alguém disposto a me ajudar. Para ajudar, trilho um caminho diferente, evitando a mesa dos populares.
Esse foi meu pior erro!
Fico desnorteada com impacto, meu corpo se choca com uma parede. Isso mesmo, mas não como as dos livros, uma parede de músculos e sim uma parede invisível!
Se meu objetivo era passar por despercebida, tentativa falha com sucesso! A atenção de todos se voltaram para mim, o grupo de Joane fez questão de deixar claro que, a caipira não sabe o que é um vidro.
Agora me questiono o porquê de vidros transparentes. Seria estes uma armadilha? Um confronto à minha pessoa? Ou sou tão lerda ao ponto de passar uma vergonha dessa em frente ao colégio inteiro.
—Se machucou? -Adam me surpreende parando ao meu lado. Ainda não reuni os pedacinhos do meu orgulho no chão, já a vergonha está estampada na minha cara. —Deveria olhar para onde anda.
Acreditei que ele fosse me estender uma mão ou algo do tipo. Qual a minha surpresa ao vê-lo caminhar firme em direção à mesa dos populares. Com essa situação as pessoas só fizeram rir mais. Senti algo dentro de mim se quebrar e arder como fogo.
Foi instantâneo, minhas mãos criaram vida própria até a maçã que rolou no chão para um canto qualquer. Tão rápido a maçã veio parar na minha mão, quanto foi parar na cabeça de Adam.
Oh meu Deus, vingança é um pecado!
Eu estou fadada ao fracasso, acabo por iniciar uma guerra de comidas no refeitório. Adam não podia simples olhar para trás e suspeitar que eu joguei a maçã. Não, ele não seria tão inteligente. Só não compreendo a lógica dele ter achado que, o cara que estava praticamente na frente dele, o acertou pelas costas.
Tive que correr para não ser acertada. Foi tão infantil e tão bom. Assim como eu, outros também correram, causando tumulto e muita sujeira.
—Olha para onde anda! -Dessa vez esbarro em uma parede humana. —Ah, é você!
—Sou eu? -Demoro a me dar conta da minha resposta idiota, no mínimo ele vai achar que estou apaixonada por ele.
—Só fica fora do meu caminho!
Tão rápido quanto apareceu, Montanha, sumiu. Como alguém pode ser tão infeliz? O cabelo dele chega ser dourado de tão loiro! Ele me dá medo só de olhar.
—Ô coisinha! -Me espanto quando ele me chama, de forma ridícula, mas chama. —Viu o Jason?
Somente aponto em direção ao refeitório. Eu sei, é horrível fazer isso, mas ele me assusta! É tudo muito grande e grande, eu já falei que ele é grande?
Tenho três horários de aula ainda. Isso é revigorante, uma é matemática, as outras duas serão educação física, graças a Deus. Pelo que descobrir estão escolhendo novas cheerleaders, isso realmente não me interessa, mas é legal de assistir.
Modéstia parte, sou uma boa dançarina, mas na minha escola, o que essas garotas fazem é dado com vulgar. A roupa também não ajuda muito no julgamento da madre. Eu não me importo, só não usaria.
♥♥♥
—Isso aqui não é uma brincadeira! Eu não quero ficar repetindo isso. Por favor, a próxima. -Katharine está bem irritada, só sabe gritar, deixando as candidatas assustadas.
Foi triste ver a próxima candidata sair chorando. Essa garota é um ser horrível, a pobre garota nem foi tão mal assim!
—Incompetentes! -A voz dela precisava ser tão aguda e alta? —E você, vai ficar aí só olhando? -Olhei em volta procurando a pessoa com quem ela está falando, até o time de futebol americano e o de basquete pararam para vê-las.
—Alysson, é com você. -Kathielem é quem me dá a dica, fazendo minha atenção voltar a Katharine.
—Vai ficar aí só olhando? Está com medo de pagar mico? -Pondero em responder ou ir lá e fazer, mas assim eu estaria me igualando à elas. —Covarde demais para isso...
Agora irei mostrar à ela tudo que eu aprendi nos filmes.
Parei em frente à ela, seria mais empolgante se eu não fosse uns quinze centímetros mais baixa que ela. Ela é a personificação perfeita das garotas malvadas dos livros.
—Você não é digna de ver tamanha arte. -O coro de vaia, à elas, veio logo em seguida da minha resposta. Não era esse o meu objetivo, mas não reprovo o resultado pois ela me dá as costas e sai pisando duro.
—Você é foda! -Meu corpo é erguido do chão como se fosse um nada para Pathrick.
—Isso é horrível! -Afirmo e ele nega ainda me segurando.
—Isso é FODA!
Talvez para ele, isso seja algo bom.
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Diferente de 'Sequestro', esse livro tem capítulos pequenos, tenho receio de ficar uma leitura cansativa. Não chegam a 1000 palavras na maioria das vezes, já 'Sequestro' passa fácil das 2000.
Obrigado pela leitura. Até o próximo!❤️
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Assalto
Teen FictionEsta história é o início, antes do 'Sequestro', a ordem de leitura não altera em nada. Alysson é uma garota de 14 anos que acabou de sair de um colégio interno e terá a chance de fazer várias coisas pela primeira vez, só não entrava em sua lista co...