Perfeito, não estou em um parque, não estou em lugar algum! E se ele estiver me levando para a morte... Meu Deus, espero que seja somente paranóia minha.
Já fazem dez minutos que estamos numa estrada, não há carros, estamos somente nós dois no carro e isso se parece muito com um filme de terror. Eu não posso morrer assim, não hoje.
—Alysson, não vou te fazer mal. -A declaração de Jason me pegou de surpresa e quase grito de susto quando ele para o carro. —Não precisa ter medo.
—Isso não está funcionando. Jason você me assusta, Tyler sumiu e para ajudar tem o outro lá e eu sozinha! Eu tenho direito de estar com medo.
Não esperava uma resposta dele, muito menos uma reação. O senti se aproximar de vagar, sem coragem fechei os olhos e senti uma de suas mãos deslizarem sobre o meu rosto. Esperei atentamente pelo próximo movimento, mas nada aconteceu. Abri os olhos e ele me fitava, algo diferente do que eu já tenha visto no olhar de outra pessoa antes. Ele se aproximou tanto que, em certo momento, achei que fosse me beijar, mas não o fez.
—Eu não quero te magoar. -Ouvir isso dele doeu, mesmo sem compreender a origem do sentimento.
—Não vou me magoar. -As palavras saíram sem meu consentimento. Não ouve mais assunto, ele somente funcionou o carro e saiu de lá.
Dá pra acreditar que todo o longo caminho que percorremos nos levou a um parque? Isso mesmo e Pathrick, o loirinho que eu não me recordo o nome, também estavam lá.
—Oh não! -Não permiti que déssemos mais um passo para dentro do parque. —Eu não vou entrar!
—Como? -O loirinho, muito grande, se exalta. —Acho bom você entrar nessa coisa.
—Calma, por que não quer entrar, Alysson? -Com um misto de raiva e forçada paciência, Pathrick, me perguntou. —É a altura?
Antes fosse...
—Não, são os caras!
Eu não esperava por um monte de coisas fantasiadas. Eu não tenho medo, só não gosto e passo um pouquinho mal, mas não é medo! Claro que é medo.
—Mas você vai entrar!
Tentei negar e me afastar do loiro que, a força, me puxou para dentro do parque. Resisti de todas as formas possíveis, mas não dava para me manter firme com um cara daquele tamanho me puxando. Eu gritei como se minha vida dependesse daquilo. Só parou de me arrastar quando me vi presa num carrinho da roda gigante.
Pude respirar ao perceber que os caras fantasiados estavam longe. Meu alívio durou pouco, bastou o negócio começar a andar e a cada rangido eu criei a certeza de que aquilo iria desabar comigo em cima.
—Você grita como uma menininha. -Meus pés tocaram o chão e suprimi a vontade de revirar os olhos.
Desnecessário
—Deu um problema. Precisamos ir agora!
♥♥♥
O silêncio me perturba. Agora em meu quarto posso refletir sobre os próximos meses. Não faço ideia de um lugar para onde eu possa ir. Falta muito pouco para o mês se encerrar e minha estadia no colégio acabar.
Eu não quero ir para um orfanato, muito menos morar nas ruas. Eu só preciso de uma chance, qualquer coisa, mas a vida é muito diferente do que mostram em livros e filmes. As pessoas não encontram o emprego perfeito tendo minutos antes derramado café no futuro chefe. Não é tão simples assim. Não é um badboy, não. Nada é tão simples, eu não vou encontrar alguém disposto a lutar por mim.
É essa a realidade. Nós crescemos, procuramos por um trabalho por anos e no final acabamos em uma lanchonete qualquer. Sem clichê, nem nada. Talvez até tenhamos um marido, muito longe do que denominamos como o perfeito e filhos, estes para te lembrar que não pode desistir.
Talvez seja um pouquinho de drama, mas não deixa de ser a realidade para muitos.
Eu só queria voltar para casa. Daria mais certo se Lucas estivesse comigo. Sempre demos um jeito para tudo, mas sem ele aqui, tudo perde o sentido.
(...)
—...Roubos dentro da nossa escola? Quem aqui teria motivos para isso! Só me resta a pensar nos bolsistas. -As palavras do senhor Conner me fez procurar com os olhos Jason. —Me recuso a ter esse tipo de problemas numa instituição como essa!
—Iremos descobrir quem está roubando aqui dentro. Estão dispensados. -Foi a vez da diretora falar e nos dar as costas.
Caminhei incerta pelo refeitório. Logo encontrei um lugar vazio e me permiti sonhar um pouco. De olhos fechados e cantarolando uma música qualquer. Mesmo de olhos fechados pude sentir alguém se deitar ao meu lado na grama. O perfume denunciava quem era, não precisei comprovar.
—Esta noite iremos fazer um servicinho na casa da diretora, eu sei o que você está sentindo, mas não temos muitas opções. -Meu corpo foi puxado para mais perto do dele e quando me dei conta já chorava. —Eu vou estar lá.
As palavras saíram em tom de promessa e mesmo que Jason me assuste, sei que posso confiar nele.
—Eu posso te machucar de todas as formas, mas sempre estarei com você, mesmo que em algum minuto pareça o contrário. -Não sei se foi o momento, ou as palavras dele, mas pouco a pouco nossos rostos se aproximaram.
Mais uma vez não passou disso. Só ficamos assim, bom isso até sentir um líquido gelado contra meu rosto. Reprimi um grito e a vontade de avançar sobre Katherine e Katharine. A cara de espanto de Jason entregava surpresa e ódio.
—Está louca, A1k?! -Até mesmo eu acabei me encolhendo com o grito de Jason. —Você vai pagar caro por isso. -E as palavras dele não pareciam reles ameaças.
—Isso é para você aprender a não sair comendo qualquer uma! -A raiva está visível no rosto da menina.
—Ela não é como você! -Disse de forma dura e se levantou me puxando em seguida para longe das duas.
—Como eu sou? -Precisei perguntar, pois nem eu mesma possuo essa resposta.
Eu almejava uma resposta, mas antes de sequer poder raciocinar, meu corpo foi puxado para trás.
♥♥♥
Espero que tenham gostado! Até o próximo capítulo, vote e comente se gostarem. Beijos😘
Demorou, mas finalmente atualizei 🙏🏾
Não me esqueçam de atualizar, por favor 🥰
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Assalto
Teen FictionEsta história é o início, antes do 'Sequestro', a ordem de leitura não altera em nada. Alysson é uma garota de 14 anos que acabou de sair de um colégio interno e terá a chance de fazer várias coisas pela primeira vez, só não entrava em sua lista co...