Este capítulo contém o uso frequente de palavras de baixo calão.
Fraca, eu sei, mas é que... É o Jason. Não dá pra simplesmente dizer um não. Quando as palavras saem da boca dele, tudo parece tão certo. Ponho a culpa no olhar, no andar, nos mais simples detalhes que compõe a personalidade complicada do garoto.
—Por mim, tudo bem. -Até o loiro sorriu com minha declaração.
Por fora eu transparecia calma e com tudo sobre controle. Por dentro, após um minuto de silêncio e parando para pensar sobre a situação, eu estava surtando. Uma voz em minha cabeça sussurrava "nos vemos no inferno", me deixando ainda mais apreensiva.
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Fiquei feliz quando Pathrick me contou que iríamos a uma casa de festas, ou boate, como Pathrick prefere chamar. Não esperava que fosse tão ruim assim, mas me surpreenderam, é ainda mais estranho. Não digo pela muvuca, pessoas encostando umas nas outras, mas sim pelas mulheres com poucas roupas.
Não tenho nada contra, já percebi ser um gosto das pessoas aqui, mas não estava preparada para ver pessoas bêbadas, suadas, pulando e outras quase peladas. Fora as cenas de um quase sexo explícito ao vivo.
—O que você bebe? -Pensei em responder nada, mas a pergunta de Jason me trouxe curiosidade sobre o que havia ali para se descobrir.
—Não tenho um vasto conhecimento sobre essas coisas... -E ele riu com a minha declaração. Não com deboche, e sim de forma espontânea, verdadeira.
—Isso aqui é cerveja. -Indica um copo transparente e com algo parecido com refrigerante. —Beba!
Não podia ser ruim. Virei de uma só vez e senti o amargor e uma vontade enorme de comer qualquer coisa doce que me surgisse pela frente. E nisso uma bebida rosa foi posta no balcão para uma mulher, não pensei duas vezes antes de virá-la e sentir o gosto doce em minha boca novamente.
Jason riu acompanhado de Pathrick e Montanha. Não entendi a graça e voltei a analisar a festa.
—Está se sentindo bem, princesa? -A mão de Pathrick repousou sobre minhas costas. —Alysson? -Precisei rir da pergunta sem fundamento dele. —Ela foi drogada!
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Narração por Jason—Que merda, foi você, Jason? -Pathrick sabia a resposta, eu não seria idiota a esse ponto.
—Não.
Era como se ela estivesse fora de órbita. Já não ouvia Pathrick lhe chamar ou os resmungos de Louis (Montanha).
—Desse jeito ela vai foder com tudo! -Falo e a puxo em direção às escadas. Sendo acompanhado dos garotos e mais alguns amigos. —Cadê a A3k (Kathielem)? A Carla? Qualquer uma, vai até mesmo uma puta, mas chama alguém pra dar um banho gelado nela!
—Deixa que disso eu dou conta... -Pietro, um dos membros da equipe, se direcionou a porta do quarto, sendo barrado por mim e Pathrick.
—Não mesmo! -Pathrick já o puxa para longe.
—Vão se foder, que porra é essa agora? -Pietro questiona inconformado.
Nem eu mesmo entendo, só que seria palhaçada demais deixar qualquer um relatório a mão na garota inconsciente.
—Não vai tocar nela e pronto! -Respondo impaciente, será que é preciso um motivo para que alguém não permita que outra pessoa seja abusada?
—Me diz por que! -Grita e a Alysson se encolhe ao meu lado, mesmo parecendo longe de tudo que acontece à sua volta.
—Ela é minha... -As palavras não saem com firmeza, mas é o suficiente para que ele não dissesse mais uma palavra. —Alguém chama a A3k ou a A1k (Katherine)!
Tantos As nessa equipe, sorte a Alysson optar por Harley e não A alguma coisa...
—O que fizeram com ela? -Para o meu alívio, A3k surge e a puxa para um abraço apertado. —Deixa que eu cuido dela.
Não ouve protestos, as duas entraram juntas no quarto e eu fui atrás do idiota que resolveu sair drogando garotas.
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Narração por Alysson—Acorda! -Uma voz distante chama, mas o sono não me permite responder e volto a dormir. —Alysson, se você não acordar o Jason vai matar... -Despertei e me levantei com pressa, ainda sem reconhecer o quarto, encaro em dúvida a garota a minha frente.
—O que está acontecendo...? -Tive como resposta meu corpo sendo puxado por ela até pararmos em uma sala escura, muito parecida com a que estive da outra vez.
No centro há um cara sentado, ele não parece assustado ou algo do tipo, ele ri e em sua frente, Jason segura uma arma, assim como Pathrick e Montanha.
—Oi? -Digo e me aproximo sorrateiramente deles. —Jason, está tudo bem?
Vi o homem ser alvejado pelos três homens, arrancando de mim gritos e choro. Diferente de mim, todos na sala encaravam a cena com naturalidade. Nem mesmo a Kathielem esboçou emoção.
—Abra os olhos, isso foi por você. -A voz de Jason preencheu o silêncio junto dos meus soluços. —É isso que acontece quando alguém mexe com algo que é meu.
—O que ele te fez?! -Me permiti gritar e avançar sobre ele.
—Ele te drogou e provavelmente iria estrupar ao menos duas meninas essa noite. Isso pra você é pouco? -Responde e me empurra para longe, só paro ao sentir meu corpo se chocar com a parede.
—Pra que existe a justiça?! -Devolvi uma pergunta e na sala todos presentes riram. —Pra que?!
—Ela serve para prender pessoas como a gente e soltar ainda pior. A justiça é lá em cima, aqui em baixo quem manda é o dinheiro, Alysson.
Na sala todos concordam e o loiro, Montanha, acrescenta:
—Você não tem direito a clamar por algo que nunca teve, a justiça está a favor de quem tem mais e você não tem nada.
Penso em responder algo, mas Pathrick também resolve dizer algo.
—Nós somos a nossa própria justiça, Alysson.
Mal sabia eu que não muito mais tarde teria uma prova prática sobre isso.
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Só verdades nesse final...
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Assalto
Teen FictionEsta história é o início, antes do 'Sequestro', a ordem de leitura não altera em nada. Alysson é uma garota de 14 anos que acabou de sair de um colégio interno e terá a chance de fazer várias coisas pela primeira vez, só não entrava em sua lista co...