A aventura de Cassie

46 3 0
                                    

"Quando você acha que acabou, esses idiotas trazem tudo de volta. Já disse antes, mas vou repetir o quanto for necessário: eu estou fora!"

"Lamento, srta. Lang, mas é impossível ficar fora disso."

"Por quê?"

"Porque seu pai foi envolvido."

O semblante da jovem fechou.

"Se o que diz é verdade, e meu pai está envolvido, porque ele não veio me procurar pessoalmente?"

"Oh, eu disse envolvido? Perdão, a palavra certa é comprometido. Por essa razão, me enviaram para buscá-la."

Cassie não gostou do tom usado pelo homem. Desde que seu pai sumiu, muitas pessoas como o agente Andrews foram à casa dela, perguntar sobre Scott. As visitas a deixavam tensa. Com os anos, rarearam cada vez mais até pararem.

Então Cassie recebeu a bolsa da Fundação. Saiu da casa da mãe, alugou um lugar com bastante espaço para trabalhar e achou que uma pedra fora posta sobre o assunto 'Scott Lang', mas estava errada.

"Meu pai foi 'comprometido'", ela fez aspas com os dedos, "há dez anos, senhor Andrews. Ninguém sabe dele."

"Você sabe. O localizou, srta. Lang. Não sabe como chegar, mas sabe onde ele está, não é isso?"

Cassie pressionou a ponte do nariz. Alguns dias antes de ter seu local de trabalho invadido por Andrews, ela chegou a algo chamado Reino Quântico. Hank Pym já o estudara. Registrou duas visitas a esse reino. A primeira foi Janet Pym. Ela ficou lá durante anos até Hank chegar até ela, com ajuda de Scott, o segundo visitante.

Foi adicionada a terceira passagem: Scott Lang voltou ao Reino Quântico, mas não conseguia sair sozinho, assim como Janet. Na teoria, tudo que Cassie tinha que fazer era repetir os passos dados por Scott, Hank e Hope. Porém, a prática exigia equipamentos caros e cálculos complexos, nos quais ela ainda trabalhava.

"É, sei onde ele está, e daí? Não é fácil chegar lá, nem barato."

"Tenho certeza que Tony Stark pode bancar o que precisa. E quanto à facilidade... ele pode ajudar também."

"Sim, ele certamente pode ajudar. A questão é: ele vai?"

"Se o filho dele pedir, vai sim."

"Como assim, filho dele?"

Andrews checou seu relógio e puxou a maleta.

"Lamento, srta. Lang. Tenho que ir. Por que não almoçamos juntos amanhã?", com um gesto floreado estendeu um cartão de visita.

Cassie assentiu. O agente deu um aceno de despedida e fechou a porta às costas. Ela despencou em sua poltrona, de olhos fechados. Pensou em telefonar para a mãe, mas Maggie dificilmente ouviria. Deixou bem claro sua aversão a tudo relacionado ao ex-marido. Ninguém se disporia a ouvi-la, exceto Andrews.

"Oi, Cassie. Não achei que ligaria tão cedo."

"Eu também não. Sobre amanhã... o que acha de frango frito?"

"Parece ótimo. Quer que te busque às onze?"

"Prefiro te encontrar lá, obrigada. Até amanhã, Andrews."

"Até, Lang."

Respirando fundo, Cassie colocou os pensamentos em ordem. Focara tanto na pesquisa que não tinha experiência em interações sociais. Nisso sua mãe ajudaria. Fez uma pequena lista de tópicos a abordar antes de pegar o telefone. Desde as frases-padrão até as que introduziriam o motivo da ligação. Discou o número decorado e esperou. Passados quatro toques, Maggie atendeu.

Stories of us allOnde histórias criam vida. Descubra agora