Como tudo começou

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Fui uma gravidez muito desejada, principalmente pelo meu pai que sempre quis um filho. Minha mãe já tinha uma filha mas eu seria a primeira de meu pai. Meu nome significa flor de jasmim, bonito não? A ideia veio da minha mãe, que adorava vôlei e um dos jogadores que ela gostava tinha uma filha com o mesmo nome.Nascida de nove meses era uma gravidez de risco para ambos, mãe e bebê, minha mãe teve eclâmpsia pela segunda vez e eu tive muitas outras complicações no parto, tive que permanecer internada por um tempo. Sempre fui um bebê saudável e muito amado, segundo minha mãe eu comia de tudo e era uma faminta (ainda sou) éramos uma família feliz. Meus pais nunca foram casados porém moravam juntos (atualmente ainda moram juntos, uma convivência difícil) .Tínhamos uma casa muito bonita construída justamente para que eu pudesse ter uma infância confortável, por culpa da irresponsabilidade e infidelidade do meu pai a perdemos, ele havia dito coisas a uma mulher compromissada com um traficante, que o ameaçou dizendo que ele deveria se retirar daquele local ou morreria. Minha mãe poderia ficar, mas não querendo que eu crescesse sem um pai vendeu nossa casa por um preço qualquer e então fomos embora. E para onde fomos? Não me pergunte mas nesse lugar não ficamos muito tempo logo nos mudamos para Ramos um bairro daqui no Rio, compramos um barraco perto do piscinão e fomos recomeçar. Fui matriculada em uma escola e demorou para que eu me adapta-se, sempre fui muito sozinha e desconfiada mas ali conheci uma professora que me fazia querer ir para escola, em uma das voltas para casa encontrei uma gatinha tão branca quanto às nuvens decidi que queria adota-la mesmo sendo muito alérgica, a nomeei de "mia" mas no dia seguinte ela tinha fugido fiquei decepcionada mas o que encheu meu coração de alegria foi saber que só fugiu para encontrar sua mãe, ela só estava perdida. Em casa eu brincava sozinha não tinha amigos tentei socializar  e parecia que eu sempre virava o brinquedo, meu pai tomava conta de mim e ficava comigo a maioria do tempo enquanto minha mãe trabalhava, um dia sai para brincar em uma espécie de pátio e encontrei um menino que se tornou meu amigo se chamava lennon era um pouquinho maior que eu mas era gentil, depois de um tempo um acontecimento fez com que perdêssemos quase tudo em uma enchente, era água até a altura do peito, então tínhamos que recomeçar novamente já tinha se passado alguns anos desde que fomos embora de Irajá, então resolvemos voltar para lá e assim fizemos. Alugamos uma casa de três cômodos e fui matriculada em uma nova escola lá eu tinha amiguinhos me divertia era um horário longo de 6 as 6 mas eu estava feliz por estar naquele lugar, O ano seguinte chegou e fui para uma nova turma eu estava otimista com todo o conhecimento e descobertas que estavam por vir. Dias passaram e eu comecei a ficar pra trás com o conteúdo e tinha muita vergonha de perdir ajuda para minha única professora ou para qualquer um e como naquela nova turma não havia amigos era ainda mais difícil pra mim, eu deixei de querer estar ali, até que um dia durante a hora do almoço todos fomos para o refeitório, nunca gostei de abóbora e era esta a comida, pedi educadamente para que a merendeira não colocasse aquele legume, minha professora se recusou e pediu para que ela colocasse e afirmou que eu ia comer, me acompanhou até uma mesa e sentou do meu lado e começou a almoçar, quando terminou me olhou e me disse para comer, eu logo comecei a chorar com toda aquela pressão afinal eu era uma criança, ela pegou uma colher de comida e pôs na minha boca e começou a forçar até minha garganta, foi quando comecei a sentir dor a empurrei e fui em direção ao banheiro onde vomitei e fiquei sozinha chorando enquanto outras crianças riam de mim. desse dia em diante parei de comer definitivamente na escola passando a maior parte do dia lá sem comer nada,
a longo prazo minha mãe notou que eu estava estranha e muito magra, fui ao médico e esteva com anemia, minha mãe foi então na escola e descobriu tudo, e o mais engraçado disso foi ela correndo atrás da professora com uma madeira na mão, infelizmente ela não conseguiu pegar a desgraçada.

Decifrando YAWhere stories live. Discover now