Cap 46º

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Ele parece fazer uma escolha, franzindo a testa como se sabendo que irá sofrer lá na frente. Ele me beija de novo e minhas barreiras cedem totalmente. Eu separo os meus lábios, deixando-o possuir minha boca completamente. O segundo que se segue, sua língua está dentro da minha boca, possuindo-a, como se já fosse sua para toma-la.

Nada mais existe além dele, nada além de seu cheiro irrestível, o seu gosto dentro da minha boca, a suavidade de sua língua entre meus lábios... Não posso deixar de roçar gentilmente meu corpo contra o dele, duro e frio, um corpo tão belo que evidentemente não é humano.

Eu o ouço gemer o que envia arrepios por todo o meu corpo e me rendo ao seu beijo. Ele está me deixando louca. Há lava derretida escondida atrás de sua frieza habitual! Seu cheiro, sua respiração... É tudo tão agradável, tão perfeito. O Peter é a doçura personificada. Se eu tivesse dúvidas antes, agora sei que ele beija tão bem quanto toca piano.

Nossas línguas se entrelaçam como a dança frenética de um demônio, e eu sinto que estou perdendo a cabeça como se fosse apenas um sonho, em outra esfera, uma realidade diferente. No entanto, é realmente o Peter me beijando apaixonadamente, como se eu fosse o ar que ele precisa para respirar.

Estou com medo do que esse beijo vai provocar. Ele vai me querer e aceitar o que eu tenho para dar ou ele vai agir como se nada tivesse acontecido, assim como ele fez da primeira vez? Ambas as nossas respirações logo se tornam uma. Seu cheiro, sua doçura, tudo é demais.

Ele resmunga e se afasta abruptamente, deixando-me com falta de ar, com apenas a mesa para me apoiar. Seus olhos estão relampejando. Ele parece irritado consigo mesmo. Ele passa devagar sua delicada mão branca sobre os próprios lábios, como se quisesse gravar meu gosto neles.

Peter: Eu não deveria ter...

Seus olhos ficam assombrados, possuídos pelo fantasma de seu passado, um lugar que eu nunca conhecerei. Acabou. Ele fez sua escolha... Estou completamente sobrecarregada, seu beijo causou estragos no meu corpo, meus lábios estão inchados... 

Mesmo que sua atitude me machuque, eu posso entender que talvez tudo isso esteja acontecendo um pouco rápido demais. No entanto, não posso deixar de lamentar esta realidade brutal... Ele parece tão triste quanto eu, mordendo o lábio enferior como se fosse para punir a si mesmo.

Peter: Sinto muito, Mellanny, você tem que entender que eu não sou bom para você...

E o que aconteceu, não foi "bom"? Ele começa a se afastar. Eu sinto que vou perder o controle e começar a chorar. Lágrimas correm pelo meu rosto e começo a soluçar. Então é assim que as coisas serão? O Peter nunca pareceu tão infeliz. Agora, eu o entendo e sinto como se meu coração fosse quebrar... O que eu vou fazer agora? Eu me sinto completamente perdida...

Eu volto para casa, sentindo-me totalmente deprimida, perdida com o que sinto, sem saber o que fazer. O Peter não pode me beijar daquele jeito e depois me ignorar! É insuportável. Por que devemos sacrificar algo tão belo quanto o amor, por uma ameaça que não temos certeza se existe? Ele acha que não tem nada para me oferecer. Eu sei que ele poderia me dar o mundo.

Quando entro na mansão, ouço o som distante de vozes. O Nicolae parece estar ao telefone com alguém... Ele parece um pouco irritado. Eu gostaria de saber com quem ele está falando... Eu ando sorrateiramente pelo corredor, o mais silenciosamente possível. E ouço as palavras "au pair"... Ele está falando de mim? Intrigada, ando silenciosamente até a porta da sala e espio pelo vão. Com quem ele pode estar falando sobre mim? É bem estranho...

Nicolae: Nós a contratamos porque pensamos que era necessário, a Lorie não pode crescer conosco como sua única referência...

Silêncio.

Is-It love? PeterOnde histórias criam vida. Descubra agora