Cap 10

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Caminhamos por um momento nos corredores vazios da faculdade. Todos parecem estar já na aula. Por fim, vou passar um tempo sozinha com o Peter! Eu estou tão feliz! Tenho a impressão, de que por uma tarde, o campus nos pertence!

Abro as portas para a biblioteca, ansiosa e animada. E se ele finalmente decidir mudar de ideia? Nós entramos na biblioteca silenciosa. Ele me segue, sem dizer uma palavra, mas posso sentir seu olhar no meu pescoço. Então ele gentilmente pega minha mão e me arrasta para um dos corredores. Apenas o toque de sua pele e meu coração começa a bater descontroladamente.

Pode ouvir isso, Peter?

Peter: Eu particularmente gosto de poesia. Apenas poemas que sabem falar sobre beleza, cores, sons e ritmos.

Eu olho para ele por um momento, sem dizer nada, sorrindo. Ele é um pau na lama! Ele me faz pensar um pouco em um artista torturado, que encontra descanso somente na arte. Sua inteligência e sensibilidade me tocam profundamente.

Mellanny: Você escreve poemas às vezes?

Seus olhos se encontram com os meus e percebo um pouco de calor que não estava acostumada a ver nele. Ele parece apreciar que esteja interessada em suas paixões.

Peter: Sim, escrevi alguns. Quando penso demais, gosto de colocar tudo em uma folha de papel em branco, uma maneira de escapar de meus antigos demônios...

Eu realmente me pergunto o que são os "antigos demônios". Eu vi frações de seu passado, e nas visões, eu sempre senti grande solidão, arrependimento e amargura.

Peter: Você gosta de poemas, Mellanny?

Sempre fui uma pessoa literária. Dentro dos poemas, há uma espécie de comunhão entre palavras e imagens que me encantam particularmente.

Mellanny: Sim, eu realmente gosto de lê-los, todas aquelas imagens escondidas entre palavras simples, isso me faz sonhar!

O Peter me dá um grande sorriso como se ele entendesse exatamente o que eu queira dizer.

Touché!

Ele é tão lindo quando sorri que fico sem palavras por um momento. Ele me leva à seção reservada para autores franceses. Ele pára em frente a uma coleção de poemas. Posso ler na capa "Alfred de Musset".

Peter: Eu particularmente gosto desse poeta, ele expressa sentimentos que são semelhantes aos meus.

Ele pega o livro, abre, e eu vejo seus belos olhos verdes seguirem as linhas, uma à uma, rapidamente, como se ele já às conhecesse de cor. Ele levanta seus olhos de cor de jade para mim e, com uma intensidade que me faz tremer, ele recita uma parte de um dos poemas.

Peter: Perdi minhas forças e minha vida, meus amigos e minha alegria, perdi meu orgulho, isso tornou meu gênio crível...

Ele se aproxima de mim e, logo me encontro de costas contra uma das estantes, sem fôlego. Eu estou hipnotizada por seus olhos, sua voz profunda e seu rosto perfeito. Com esses poucos versos, ele está confiando em mim.

Peter: Quando eu conhecia a verdade, pensei que ela era uma amiga: quando a entendi e a senti, eu já estava enojado dela. E, no entanto, ela é eterna, e aqueles que fizeram sem ela, nesta terra não entendiam nada...

Seu rosto está agora a poucos centímetros do meu. De repente eu sinto o gosto salgado de uma lágrima entre meus lábios. Este poema é tão triste, e Peter está recitando como se fosse ele, a verdade dele. Eu sinto sua tristeza, sem entender isso, e isso me deixa ainda mais triste. O Peter trás uma de suas mãos, delgadas e graciosas, até a minha bochecha e limpa suavemente a lágrima.

Is-It love? PeterOnde histórias criam vida. Descubra agora