Prólogo

1.1K 60 18
                                    

Paula Von Sperling P.O.V.

Segunda-feira, 5 de agosto, Lagoa Santa.

Acordo mais um dia ouvindo os sons dos pássaros e dos galos cantando ao fundo do sítio da minha família. Olho para o lado, querendo conferir o horário no relógio da parede do meu quarto e vejo que são 05:30 da manhã.

- Vamos, Paulinha, se levanta logo, o Diego jaja passa pra pegar a gente aqui. - Mônica, minha irmã mais nova, surge só de toalha na porta do banheiro e se encaminhando para o nosso quarto.

- O que, menina? Ainda são 05:30, Mônica, o Di só vai passar aqui 07:30, ainda tenho uma hora e meia pra dormir. - Respondo, mais por implicância. Sei o quanto ela está ansiosa pelo início do novo semestre da faculdade e porque ela odeia quando me atraso para as coisas (o que acontece quase sempre).

- Ah, nem vem, Paulinha. Se ele chegar e você não estiver pronta, a gente vai sem você, hein?! Sabe como deve estar o trânsito hoje, não é só a gente que tá voltando as aulas, são todas as faculdades e colégios. Deve estar tudo congestionado e não to nem um pouco afim de chegar atrasada logo no primeiro dia de aula do semestre. - Ela fala, jogando o travesseiro da cama dela em mim e abrindo o armário, preparando sua roupa.

- Quem liga pras primeiras aulas do semestre, meu Deus? São só os professores comentando sobre as próximas aulas, não tem nem conteúdo. - Continuo implicando.

- Ah, vai nessa, Paulinha. Preciso lembrar do semestre passado que no segundo dia já teve avaliação surpresa pra testar nossos conhecimentos? - Mônica para o que estava fazendo e se vira para mim, com um olhar sério no rosto e as mãos na cintura, esperando minha resposta e não consigo segurar o riso. Eu tinha conseguido deixar ela com raiva, de verdade, objetivo concluído com sucesso! Ela vira os olhos com raiva e, dessa vez, arremessa contra mim o sapato de salto que tinha acabado de tirar do sapateiro para calçar junto com as roupas, mas consigo me desviar, ainda rindo.

- Você é muito brava, fi. - Provoco-a, rindo e jogando de volta o travesseiro nela, me levantando.

- Anda logo, sua ridícula!

E corro para o banheiro para tomar banho e fazer minhas higienes matinais. Quando saio, Mônica não está mais presente no quarto e imagino que já esteja ajudando meus pais a aprontar a mesa para o café do manhã.

Aqui somos seis: eu, meus pais e meus três irmãos (Nancy, Porthos e Mônica). Sempre moramos em Lagoa Santa, no sítio. Amo essa vida sossegada e não trocaria por nenhum apartamento de luxo em Belo Horizonte. Não por enquanto. Tenho toda minha família por perto, literalmente... Meus tios são nossos vizinhos, minhas avós também e isso é bom demais, porque sempre estamos reunidos e sempre temos comemorações pra ir juntinhos. Eles suprem minha necessidade de ter muitos amigos, o que não tenho. Amigos de verdade só tenho meus irmãos, meu primo Diego e a namorada dele, Andressa. Os dois cursam Medicina e são o típico casal perfeito da roça, ela não fazia parte dessa vida rural, mas conseguiu se adaptar muito bem. E não posso esquecer do meu "abiguinho" Maycon, que apesar de nós dois vivermos mais se implicando e trocando farpas entre si e de as vezes ficar se saco cheio de tanta merda que ele fala, gosto muito dele, o considero um irmão que o curso de Direito me deu. Eu só não entendo como ele vai ser um advogado ainda, se nem sabe o conceito de Constituição.

Termino de me arrumar para a aula e vou tomar meu café da manhã em meio às implicâncias do Porthos e da Mônica. Nancy é a mais tranquila de nós 4, mas de vez em quando entra na pilha das nossas "brigas", principalmente para defender eu e Mônica de Porthos. Minha mãe, Adriana, sempre tenta dar um basta mandando a gente calar a boca e as vezes dá certo.  

New Feelings - Pauriany Onde histórias criam vida. Descubra agora