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 Algo em mim doia.. porquê não respondiam? Comecei a ficar tonta.
E por um segundo eu vi sangue enquanto lentamente ia ao chão. Não tentei ficar em pé, apenas me deixei levar e sussurrei para mim mesma...

-estão mortos...

[...]

 Abri os olhos com calma e dei uma boa olhada na sala em que me encontrava.
Eu estava numa maca recebendo soro através de pequenos canos ligados ao meu pulso. Eu não sentia minhas extremidades... não formigava nem doia.. era como se eu não as tivesse. Tentei chamar alguem mas nenhum som saiu de minha boca. Então, apenas aguardei encarando o teto..ele parecia bem mais interessante do que qualquer coisa naquela situação.

 Não sei quanto tempo levou, mas um doutor apareceu e me viu com os olhos abertos. Percebi uma leve expressão de surpresa em seu rosto.

-Vejo que finalmente acordou... isso é ótimo! Precisamos de informações suas.. tudo que sabemos é que você desmaiou na recepção ontem e então te trouxemos pra cá e fizemos alguns exames simples.. Você não tem comido muito huh?... Enfim, como você se chama?

 Eu tentei falar novamente, mas saiu mais com um suspiro. O homem percebeu e me ajudou a sentar, me oferecendo um copo d'água, da qual bebi um pouco e tentei falar novamente..

-Ah..Akane..É meu nome...

-É um nome bonito... pode me chamar de dr.Jekyl..muito prazer.

 Ele estendeu a mão para um aperto, e eu retribui com fraqueza.

-Onde estou mesmo?

-Hospital psiquiatrico: Annyelastland... Aliás, o que você pretendia fazer antes de isso tudo ocorrer?

 Encaro algo aleatorio da sala tentando me lembrar.

- Eu estou enlouquecendo... Meu pai morreu e minha mãe está em coma, minha família mora muito longe então estou sozinha. Eu vim atras de ajuda... não consigo mais dormir nem comer.. as crises que tenho me atrapalham muito... sinto que vou morrer a qualquer minuto....eu tenho medo.

 Encaro firmemente seus olhos, eu realmente precisava de ajuda nem que me internassem.. eu só queria que aquilo tudo tivesse um fim.

-Nós vamos te levar ao psiquiatra para entendermos o que acontece na sua cabeça durante essas crises e o que as provoca..

 Afirmo com a cabeça e respiro fundo.

[...]

 Acabei de sair do psiquiatra e obviamente vou precisar me internar até parar...

 Caminho calmamente até a recepção para confirmar a papelada e o lugar em que ficaria. Derrepente ouço grunhidos e barulhos de corrente abafados, mas continuo meu caminho com calma.
Mais a frente eu vejo uma criatura escura, alta e algumas partes de seu corpo pareciam... flutuar? Tinha um rosto circular,grandes orelhas,chifres que pairavam acima dos ombros,uma asa no lugar de um braço que se unia com a sua roupa e um fino rabo felpudo apenas na ponta e um grande olho triangular que virava sua boca conforme gritava.

 Estava algemado e aparentava nervoso... Havia três médicos o segurando e alguns policiais junto.
O que era aquilo? Um humano com certeza não....

 Quando passei pela criatura, nossos olhos se encontraram e um clima pesado tomou conta do local.
Parecia que aquele momento nunca acabava... algo era perturbador e incomodo...da maneira mais pesada possível.
Porém, ao passar por ele e olhar para trás, pude perceber o medo que ele sentia, mesmo com falta de expressões em seu rosto... parecia que ele estava triste, e não com raiva.

 Era como se tivéssemos uma ligação

[...]

 Ao entrar no meu quarto, bati a porta atras de mim e olhei em volta, e mesmo com aquela cena ainda cabeça, deito na cama e tento dormir um pouco. Foi um dia cheio, e amanhã começa o meu tratamento. Preciso dormir.

Em uma adorável depressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora