Estava tudo escuro. Pequenos feixes de luz estavam surgindo. Peggy permanecia estática. Não lembrava-se de nada. Ninguém. De repente, tudo mudou. Ela sentiu que respirar estava cada vez mais difícil. Encheu os pulmões de ar e tentou manter-se viva. Sentiu que seu corpo começou a cair em direção a algum lugar. O vento batia em sua face e de repente, ela rompeu a tensão superficial da água indo para as profundezas. Quando parou para prestar atenção no cenário, percebeu que estava no fundo de um rio. Não especificamente rio. Mas, algum lugar cheio de água. Seu corpo estava submerso e agora, já não era mais tão escuro.
Começou a bater os braços tentando chegar à superfície. Mas, nada acontecia. Era como se seu corpo estivesse preso naquela posição. Reuniu forças que nem sabia se tinha, e começou a nadar. Notou que sua reserva de ar estava acabando, estando prestes a morrer afogada.
— Não. Eu não vou morrer assim.
Seus pensamentos falaram e ela começou a lutar contra aquilo que a mantinha presa. Era como se as correntes invisíveis que enrolavam seus pés, estivessem se soltando uma a uma.
Carter percebeu que seu nado estava fazendo efeito. Continuou naquela árdua batalha contra a água. Quando finalmente seu rosto atingiu a superfície, ela puxou o ar com desespero e manteve-se estável naquele nível.
Não se preocupou em olhar em volta, ou pensar sobre onde estava. Só queria desesperadamente voltar a respirar.
Se viu no meio de uma cidade, cidade esta que não reconheceu. Tudo estava tão evoluído, tão diferente. Muito distinto das construções dos anos 40.
Estreitou os olhos e tentou alongar a visão para poder observar a borda. Avistou homens de preto com uniformes e o Capitão América. O rosto do herói era familiar, mas ela não reconheceu. Sua memória estava incompleta.— Onde eu estou. — começou a nadar em direção a borda tentando responder alguns questionamentos internos.
Quem eu sou?
Onde eu estou?
E porque eu despenquei do céu?
— Ali! Ela está ali. — Nick Fury gritou apontando na direção da Peggy.
Carter não sabe onde está. Nem como veio parar nesse “novo mundo”. Ela não tem certeza de nada. A única coisa que ela quer é, entender como veio parar nesse novo mundo.
Assim que chegou na costa os agentes da shield correram até ela e levaram-a em direção a uma van.
Peggy não sabia o que estava acontecendo, ela apenas seguiu as ordem que lhe eram dadas. Sentou-se na porta da ambulância e começou a observar em volta.
— Qual o seu nome? — um homem com um sobretudo preto e um tapa olho se aproximou.
— Eu não sei. — a resposta saiu naturalmente, mesmo que quisesse mentir, não poderia. Não havia nada para omitir.
— Tem certeza que não sabe? — o homem perguntou mais uma vez e encarou-a nos olhos.
Ela não respondeu. Permaneceu em silêncio e mudou o curso de seu olhar. Começou a olhar um certo patriota que vinha caminhando em sua direção.
— Peggy? — chamou-a por esse nome, mas para ela isso não significou nada. — Eu não acredito… — Steve sorriu e continuou se aproximando.
— Quem… quem é Peggy? — ela percebeu que ele iria abraçá-la e recuou um pouco.
O rosto dele não era estranho, era como se ela já tivesse visto ele em algum lugar.
— Como assim? — Rogers colocou o escudo nas costas e encarou-a.