Dom de ser trouxa

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Point of view Elsa

Não me parecia muito inteligente alguém casar com alguém que - literalmente - acabou de conhecer; na verdade não parecia nenhum pouco inteligente. Mas quando aquela garota colocava algo na cabeça não tinha como tirar.

— Anna, isso é loucura! – falei mais uma vez enquanto revirava os olhos.

— O amor é uma loucura, somos todos loucos. — pegou meus braços e chacoalhou meu corpo enquanto tinha um sorriso gigantesco nos lábios. — Me chamam de louca num mundo em que os certos fazem bombas!

—Ah, com certeza fizeram uma bomba, e pelo jeito explodiram no teu cérebro. — puxei meus braços. — Você não vai casar com esse cara.

— Vou sim, você querendo ou não. — cruzou os braços como a bela garota mimada que era. — Se você não permitir eu fujo de casa!

— Foge de casa? — arqueei a sobrancelha e ri. — E vai morar onde? Comer o que? Você sabe se esse cara trabalha? Aliás... Você sabe o nome desse cara?

— Hum, não. — virou o rosto para o lado corada. — Mas o amor não tem nome, nem idade, nem...

— Cala a boca, idiota. — olhei para os lados para conferir se não tinha ninguém olhando. — Se alguém te escuta dizendo isso vão pensar que tenho a mesma cabeça oca que nem você e apoio pedofilia.

— Mas para o amor não tem idade...

— Diz isso para a polícia federal. — peguei seu braço e a puxei até seu quarto. — Fica aí até mudar seus conceitos de amor, irmãzinha.

— Podemos brincar na neve depois, pelo menos? — fez bico.

— Não. — bati a porta e sai.

Suspirei e fui em direção ao pátio, vendo Mérida brincando com seus irmãos de tiro ao alvo. Sua expressão era tão séria que pensei que a qualquer minuto sairiam chamas de seus olhos.

Sexy.

Rainha. — meu conselheiro chamou e me virei, dando de cara com o homem pálido. — Esqueci de avisar que a filha do rei vizinho havia vindo falar com você.

— Acho que é um pouco tarde para avisar. — revirei os olhos e o garoto sorriu sem graça.

Voltei a olhar para Mérida, mas logo um estrondo me chamou atenção e olhei em direção a meu conselheiro, que parecia um peso morto jogado no chão.

— Desculpe, alteza, tropecei nesse saco de areia.

— Mas o castelo é de gelo.

— Presente da ministra do Brasil. — revirei os olhos.

— Areia? Onde ela quer que eu use isso, funeral? — o rapaz deu de ombros e fiz sinal para ele sair. — Mande a areia de volta e se possível façam cair nos olhos dela por acidente.

— Uhhh, e esse ódio? — a princesa ruiva chegou ao meu lado perguntando.

— É ódio do bem! — sorri sem mostrar os dentes e ela me abraçou de lado.

— Aurora disse que você não está falando com ela... — murmurou me olhando de forma estranha.

— Estou dando um gelo nela.

— Que ironia. — pegou minha mão e levantou, vendo a tatuagem de flecha no anelar. — Gosto de flechas.

— Fiz quando era menor de idade, hoje me arrependo. Mas pelo menos não foi o laço do infinito.

— Humm. — continuou olhando para meu dedo e depois mordeu o lábio com malícia. — Nunca pensei que diria isso, mas eu adoraria levar umas flechadas.

Sorri para ela e olhei em seus olhos verdes, apenas para depois ver seu corpo sendo puxado com brutalidade e cair no chão.

— Talarica miserável, eu vou te matar, e depois fazer cubo de gelo com essa traíra maldita! — Aurora berrava enquanto tentava estapear o rosto de Mérida.

Fudeu!


Frozen: Um rebuceteio congelante Onde histórias criam vida. Descubra agora