Xeque-Mate, fim do jogo.

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Desde quando eu era uma semente de mostarda,
Uma folha em branco,
Já era assim.
Tu estava presente, mas era ausente.
Estavas e não estavas ao mesmo tempo.
Tudo que eu queria era sua presença, de corpo e espírito.

O mundo girou
O ciclo mudou
Minha semente germinou, enquanto a sua apodreceu
E na folha do destino, escrevestes em linhas tortas os frutos da tua amargura.

Não é capaz de amar a ninguém, nem mesmo a si.
Teu amor se resume aos teus bens, mas me refiro aos materiais, pois os emocionais foram tratados como lixo.

Antes o que era uma ausência constante, virou uma sombra.
Tua sombra me persegue aonde quer que eu esteja, sussurrando palavras amargas em meu ouvido, cultivando flores com espinhos que me ferem constantemente.

Porém ao olhar para meu lado eu vejo o vazio,
A solidão,
O isolamento.
Estou sozinha, me afogando nesse mar de dúvidas e culpa causadas por você.
Me afogo em sua essência, mesmo longe de sua presença.

Me enrolo em labirintos que criaste dentro de minha cabeça. E  continuo a tentar desvendar sua próxima jogada nesse jogo de xadrez, esperando a qualquer momento um  xeque mate, anunciando o fim do jogo.

Possessão Poética: Coletânea de Poemas Onde histórias criam vida. Descubra agora