Capítulo 10

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Respiro fundo diversas vezes antes de responder, ele olha cada movimento que eu faço e a vontade que quero é de fugir, me sinto exposta e vulnerável mas pelo olhar dele e pela sua postura vai ser impossível eu sair daqui sem dar a ele uma resposta.Droga eu deveria ter ido para a casa da Jackie.

- Por que quer saber ? - pergunto surpreendentemente muito calma, tentando decidir se eu conto a verdade ou não.

- Porque gosto de você Kathy - ele estreita os olhos para mim com uma cara de suspeita - E você está me enrolando, vamos, me diga!

Respiro fundo mais uma vez e suspiro profundamente, sei que mais cedo ou mais tarde vou ter que contar pra ele a verdade, se bem que eu acho que ele já sabe.

- Tudo bem, eu sou infantilista - falo como se tivesse jogado tudo pro alto e como se não ligasse, o que é totalmente ao contrário porque ligo sim para o que as pessoas pensam, principalmente ele. A expressão dele passa por vários estágios desde a surpresa á curiosidade.

- E por que não me contou antes? Ou não ia me contar nunca? - ele massageia minhas coxas com o objetivo óbvio de me acalmar, mas é inevitável e eu explodo.

- Porque eu pensei que você nunca ia me aceitar, ninguém acha isso normal, todo mundo acha que é nojento - soluço entre as lágrimas e cubro meu rosto com as mãos morrendo de vergonha.

- Ei ei, Kathy não, não chore meu amor - ele me abraça e eu choro ainda mais segurando ele como se fosse meu bote salva vidas.- Kathy eu posso te contar uma coisa ? - tiro a mão do rosto olhando pra ele com os olhos arregalados - Eu adorei essa ideia, quer dizer , é inusitado mas eu adorei a ideia de que posso cuidar de você, eventualmente o que se espera em um relacionamento é saber do que gostamos e da pra ver que isso é crucial pra você - olho pra ele chocada  pensando se isso não foi coisa da minha cabeça- Eu preciso te confessar uma coisa também, eu sou um Dom, mas estava muito afastado desse meio e só sei agora sobre o infantilismo, então sou leigo nesse assunto, mas eu vi que está muito relacionado ao bdsm e por esse motivo que me interessei tanto, estava em um relacionamento baunilha por muito tempo e todo esse tempo não me sentia eu e você me trouxe essa energia de volta, me sinto eu com você Kathy.

- Mas isso não é normal, é tipo uma aberração - rebato com profunda tristeza lembrando de vários relatos que já vi na internet de meninas que revelaram a verdade para seus companheiros e foram totalmente mal compreendidas.

- Sei que ainda é cedo para nós, mas vamos nos resolver, eu me interessei muito sobre esse assunto, tipo muito, pesquisei, vi relatos positivos e negativos dos praticantes, até conversei com um daddy, ele foi bem legal - ele diz animado gesticulando e me mostrando tudo o que ele viu na internet.

Eu o olho hipnotizada e tonta, se eu não tivesse na cadeira de rodas eu certamente ia cair e provavelmente quebrar minha outra perna.Ele obviamente estava muito animado mas eu estava chocada e não acreditando na minha realidade.

- Deixa eu ver se eu entendi- ele para de falar e olha pra mim - Você, Aodhan, quer praticar o infantilismo comigo? E se você achar estranho? E se você não gostar ? Sei que só pelo fato de você estar gostando da ideia já é boa mas você pode facilmente estar equivocado - dou de ombros e começo a roer minha unha de nervosismo.

- Kathy estou comprometido com isso, eu quero isso, sei que sou novo nisso mas quero tentar, o bdsm me dá uma ajuda, quero também fazer várias coisas com você  - ele me olha de uma forma tão intensa, segura e verdadeira que eu me derreto por dentro, bem não ia ser tão ruim assim, na verdade é tudo o que eu quero e mais.

- Ok tudo bem, vamos fazer isso - digo sorrindo animada, ele por sua vez sorri mais ainda beijando meu rosto todo.

- Você é linda, é o meu bebê, perfeita, maravilhosa - ele diz isso enquanto ainda beija meu rosto me fazendo cócegas, ele para e me olha com paixão para depois me dar um beijo que me leva pro núcleo da terra de tão intenso e profundo- Você vai ser minha boneca linda que eu vou moldar do meu jeito, quero que seja uma coisa só nossa, infantilismo com bdsm e o que quisermos - ele me olha tão apaixonadamente e intensamente que eu perco o fôlego, ele está mesmo mais seguro, estou surpresa com esse fato dele do bdsm mas não posso deixar de ficar feliz por ele revelar esse segredo, e também um pouco da sia vida, e além do mais gostei dessa ideia de ser uma coisa única.

Eu o abraço forte, e ele retribui me impulsionando pra ficar de pé, me seguro fortemente nos ombros dele com medo de cair, nossos corpos estão grudados um no outro, meu rosto está no peito dele mas ele o abaixa para me olhar nos olhos.

- Me chame agora de papai, está bem Kathy ? - ele me olha com uma expressão de interrogação e bem sério, e eu concordo com a cabeça totalmente hipnotizada. Ele me aperta forte - Quero palavras Katherine - engulo em seco e prontamente respondo.

- Sim papai, está bem - o obedeço prontamente anotando mentalmente que devo sempre usar as palavras e que devo sempre o chamar de papai.Ele sorri com ternura e se inclina mais pra perto de mim.

- Boa garota, vem vamos ver aquela sacada que você quer tanto ver- ele me coloca na cadeira de  rodas e me leva a sacada que revela a beleza nata de Nova York: o Central Park.

Uma Nova GarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora