Juntos Para Sempre (Livro 1)

CAPÍTULO 3 - NOITE (IN)FELIZ

Lou Garcia - Não Fosse Tão Tarde

"Eu ia te pedir pra ficar aqui
Eu voltaria e apagaria
Tudo que nos fez hoje sermos assim
Não funcionou porque fui eu quem não quis"

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[19 de Fevereiro de 2022]

               Era uma manhã ensolarada, a pouca luz natural batia em meu quarto, eu estava deitado na minha cama enquanto olhava fixamente para teto, quando de repente aquela maldita lembrança.

— Marcus? – Me chamou enquanto olhava eu indo embora.

— NÃO! – Gritei me levantando, indo ao banheiro.

               Me olhei no espelho e realmente eu estava diferente, não por causa disso, eu mesmo tentei mudar um pouco minha aparência deixando um pouco da minha barba crescer — não sei nem dizer se dá para chamar isso de barba, mas ela tava rasa com alguns pelos que cobriam um pouco do meu rosto. Além dos cabelos tingidos em azul escuro, meio que me ajudou na minha autoestima, eu gostei do resultado.

               Hoje seria a comemoração do meu último período no curso, talvez o meu último ano em São Paulo... Eu ainda não o encontrei desde aquele dia, evitei por muito tempo passar perto da sua empresa desde o dia em que fiz um amigo que me dá carona todos os dias para aula. Espanto esses meus pensamentos voltados no dito cujo, e tento ao máximo esquecê-lo de vez — o que é difícil, já que sua imagem está pregada na minha mente.

•••

               Estava me divertindo com os meus colegas da faculdade, não eram muitos, no máximo eram 4. Como era o nosso último período e última vez que nos veríamos em uma sala juntos, decidimos sair um pouco para nos divertir na casa de Alisson. A conversa caminhou para um tema sobre relacionamentos, o que não é nada agradável para mim.

— Fala com o Marquitos, ele tava saindo com um boy esses dias. – Disse Kaio segurando meus ombros.

— Eu não tava saindo com ninguém, e se tiver falando daquele sujeito, já fazem praticamente 3 anos que não nos falamos. – Balancei a cabeça, revirando os olhos.

— Quem perdeu foi ele então. – Me beijou na bochecha e foi para a cozinha.

— Como foi isso?

— Surto emocional e medo de me apegar, basicamente. – Suspirei. — Mas foi melhor assim, pelo menos ele se livrou de um peso na vida dele.

— Ai amigo, você é melhor que isso, eu não quero saber de depressão, vem. – Pegou minha mão e me levou para a cozinha, onde estavam Kaio e Elisa bebendo. — Pega um copo pra mim aí.

— Não sei se isso vai melhorar minha situação.

— Vai por mim, vai melhorar mil vezes. – Piscou pra mim e me entregou um copo com vodka pura, sal e limão. — Já sabe o esquema, manda pra dentro. – Apenas pego o copo na sua mão e sinto a bebida queimar minha garganta, com o sal e limão em seguida.

— Moleque tu é o mais quieto de nós, como tu faz uma coisa dessas? – Protestou Kaio.

— Deixa ele, hoje ele precisa disso. – Repreendeu Elisa vindo ao meu lado.

— Vai ser minha única, amanhã eu tenho um compromisso cedo. – Deixei o copo de lado.

— Ué? Vai sair pra trabalhar em plena sexta?