Demônio

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Era uma vez...

Uma vila comum, onde se viviam pessoas normais, essa vila não está muito longe de mim ou de você, pelo menos não a sua localização, mas talvez a distância esteja no tempo.

Afinal era natal do século XIV.

Numa cabana comum , uma família comum estava a espera do seu primogênito, o papai nervoso andava para todos os lados , seus amigos o tentavam acalmar só para falhar , a mamãe gritava de dor em seu quarto , a parteira era sem dúvida a pessoa mas calma da casa , enquanto dizia palavras gentis para acalmar a futura mamãe que estava aos berros ela continuava o seu trabalho.

O bebê já estava a vista, a parteira comemorou e aviso a mamãe, ela sorriu , porém quando o bebê já estava quase saindo por completo a mamãe deu um grito muito distinto de todos aqueles que já havia dado antes , até a parteira que parecia até então inabalável se assustou, o papai entrou as pressas. A mamãe não se mexia , nem sequer piscava, seu corpo estava mole , seus olhos sem vida. O papai chorou em cima de seu corpo , a parteira abraçou a criança que estava em silêncio, um dos amigos olhou para a criança enrolada no pano nas mãos da parteira. Ele a olhou com tanta tristeza que até o coração mais gelado derreteria em piedade, ele passou a mão pelos poucos cabelos que a criança tinha e boom ! Seu corpo foi ao chão, a parteira gritou , um outro amigo do papai se aproximou assustado daquele que se encontrava ao chão.

" está morto. "

Seu sussurro foi ouvido por todos. O terceiro e último amigo olhou para o menino que olhava para todos naquele quarto com grandes olhos verdes brilhando em curiosidade. O terceiro gritou.

" demônio ! DEMÔNIO !!!"

Ele correu para fora da cabana gritando, ninguém o impediu, talvez estivessem em choque, talvez achassem que ele tivesse razão ou talvez, só talvez estivessem com muito medo de fazer algo. A parteira olhou para o papai em agonia e jogou a criança em seus braços, por um momento pareceu que o papai a jogaria no chão.

" É seu ! Você decide o futuro dessa criança. Fique e o veja queimar na fogueira como todos os demônios e bruxas antes dele ou fuja com a esperança que talvez vivam."

O papai olhou para o corpo na mamãe e logo para o bebê em seus braços, ele negou chorando.

" Ele a matou... a matou... isso não é meu."

Ele soltou o bebê, porém antes que atingisse o chão o único amigo que restou o pegou. Ele olhou para o papai como se o estivesse vendo pela primeira vez , ele abriu a boca como se fosse falar algo , mas a fechou quando vozes , gritos dos moradores da vila foram ouvidos , nem sem pensar o amigo pegou a coberta mais grossa do quarto e fugiu com o bebê nos braços, a criança chorou por culpa do frio. O amigo o enrolou na coberta e juntos desapareceram naquela noite de Natal.












" o que houve depois papai ?"

O menininho de cinco anos perguntou olhando para o pai curioso.

" ele o levou para muito longe , onde ninguém poderia machucar a criança, então eles viveram felizes para sempre. Fim."

O menino fez bico e negou com a cabeça se enrolando mas nas grossas camadas do cobertor.

" Não é verdade , não é o fim !"

" por que não?"

" pois ... ainda estamos aqui , então não acabou ."

" hora Harry, é claro que acabou , aparti daquilo vivemos felizes e vamos continuar ,para sempre , não é?"

Ele pulou no jovem e o encheu de cosquinhas , sempre tomando cuidado para não tocar em seu pela exposta.

" sim ! Sim ! Papai ! "

Toque mortal. Concluída. Onde histórias criam vida. Descubra agora