Toque mortal. Concluída.

Você prometeu.

" Você não pode ir ! Você prometeu ! Por favor Harry não vá ! "

Seu primo gritava chorando em desespero.

A poucas horas havia falado com o tio sobre a escola que a contra gosto aceitou após Harry o informa que não teria que pagar pelos seus estudos , porém assim que Duda foi informado a casa se encheu de gritos e muitas lágrimas, ambas da parte de seu amado primo.

" Eu sinto muito Duda , mas entenda, lá é o meu lugar."

Falou tentando o acalmar.

" Não ! Não ! Você prometeu ! Papai faça algo ! Não deixa o Harry ir ! Por favor !"

Valter suspiro cansado e negou.

" Ele tem que ir Duda , vai ser melhor para nós e ele , ele junto com as aberrações iguais a ele e você longe dele !"

Harry observou apreensivo a forma que Duda se engasgava com o ar e começou a lutar para respirar , seu tio teve que correr ao seu auxílio para que ele não sufocasse. No fim Duda não olhou mas para Harry durante o resto do dia.

Já estava escuro e seu tio tinha ido dormir , Duda estava enrolado até a cabeça de cobertor e Harry o observou desde sua cama.

" Eu sinto muito. "

Repetiu pela milésima vez naquele dia , como esperado seu primo não respondeu.

" Duda , eu sei que você tem o direito de está com raiva , mas isso não é justo comigo. Ambos sabemos que sou diferente, que não sou normal-"

" Você é sim !"

Harry sorriu ao vê o punhado de cabelos louros sair debaixo do cobertor e olhos azuis encontrarem os seus verdes.

" Você é normal , não tem nada de errado com você. "

Duda falou com a voz roca pelo tanto que havia gritado e chorado. Seus olhos estavam inchados e vermelhos , do seu nariz ainda escorria um pouco de meleca.

Por mas que Harry estivesse feliz em vê que seu primo finalmente estava disposto ao ouvir , ele não pode deixar de se sentir mal.

Pela primeira vez em anos Duda não ficou feliz em vê Harry, pelo contrário , ele parecia evitar o olhar e quando olhava um brilho de traição reluzia naqueles olhos azuis.

" Eu... eu não sei o que te dizer para me perdoar."

Harry não tinha que ser perdoado por escolher ir e sim por fazer Duda acreditar que ele nunca iria.

Seu primo suspirou e olhou para as próprias mãos.

" Eu também não sei. Você realmente vai ?"

" Eu vou."

Os olhos azuis de Duda brilharam em lágrimas antes que o garoto piscasse as afastando.

Harry se levanta e o entrega uma caixa de lenços, Duda a pega e açoa o nariz. Vendo que ainda não era bem vindo para se sentar na cama do primo , Harry volta pra sua própria.

Duda parece ficar em seu próprio mundo por uns minutos antes de olhar ansioso para Harry.

" E se eu for com você ?"

Sua voz foi baixa, quase um sussurro, seus olhinhos arregalados como se soubesse que se o pai ouvisse seria o fim da amizade entre eles. Harry sentiu a garganta aperta em culpa e desviou o olhar daquelas safiras.

" É impossível."

" Por quê?"

Seu primo perguntou, a voz empapada pelo choro querendo sair novamente.