O que foi deixado de sobra

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Só me restaram destroços.
Um cigarro jogado no cinzeiro
Vinho barato
E lágrimas escorrendo pela face.

Poucas horas de sono,
Consequência de uma noite mesquinha.
Palavras ecoando em minha mente
Sussurrando mediocridades em meu ouvido.

Me restou a falta de ar
Suspiros e mais suspiros.
Uma demasia de tentativas a fim de conseguir respirar.
Com o peito falho,
Quase que sem aguentar.

Uma vastidão de nada em meu coração,
Sem arranjar um modo de explicar o que se passava.
Talvez tenha sido a ausência do que sentir
Mesmo sentindo tanto.

O excesso de palavras que aqui ficou.
Tanta coisa que eu queria ter dito,
Mas tão pouco me saiu.
Entalou na goela.
E quando eu pensei estar pronto para falar,
Percebi que nunca estive tão despreparado.

Um milhão de coisas foram engolidas.
À seco,
Tanto faz.
Coisas que eu sequer tive a escolha de colocar na boca.
Fui obrigado a mastigar
Massacrar com os dentes,
Limpar com a língua e fingir que nada queria.
Não me foi oferecido sequer um café
Para tirar o gosto ruim daquilo que foi sentido,
Mas tão pouco correspondido.

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