capítulo único

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HOJE ERA MEU GRANDE DIA. Hoje era meu dia de festa.

Faltam apenas sete horas para eu começar a comemorar.

Sentado no meu quarto, com a cabeça encostada na parede que segurava o teto, me perguntava por quem e porquê estava fazendo isso. Talvez por mim, talvez por ninguém. Olho para minhas mãos segurando a espingarda; o nó rígido dos meus dedos, brancos. Olho para a cômoda que sustentava um copo de cerveja e meus remédios.

Antes de começar eu só quero dizer à vocês que não sou nenhum tipo de monstro, não. Não sou um monstro. Não sou um monstro. Não sou um monstro. Não sou? Não ou...?

Sou um realista. Sou um apaixonado, nada de monstro. Nada de monstro?

Nada de monstro?

Pergunta anotada, quem sabe ainda dá tempo para descobrir a resposta.

Vou ser bem direto com vocês: em um espaço de tempo de sete horas irei convencer Frank Iero a dançar comigo e provavelmente iremos dar uns pegas. ("Pegas", cadê sua formalidade, Gerard?)

Depois disso matarei 81 pessoas.

Então sim, isso me tornará um assassino. Poderei aplaudir e quem sabe até tomar um copo de champanhe, antes de apontar a arma pra minha cabeça e finalmente terminar com essa coisa toda de vida.

Tirarei a vida de 80 adolescentes que me rejeitaram durante toda a minha vida e depois tirarei a minha, que de certa forma também é a de um adolescente que me rejeitou durante toda a minha vida.

Eu devo ir indo agora, ainda tenho que realizar algumas tarefas.

**

Para minha mãe já deixei um presente. Fiz um desenho de como acho que meu corpo ficará depois do grande "...BOOM...". Até que ficou legal. Pena que minha caneta vermelha acabou quando ainda estava desenhando o córtex visual espalhado no chão.

Eu estou correto em deixar um presente para ela, certo? Por ela ter me sustentado por quase 17 anos foi uma boa cortesia. Até escrevi um "te vejo no inferno" no canto. Ela adora exageros. Passou toda sua vida exagerando, acho que foi uma oportunidade perfeita pra eu fazer o mesmo.

**

Para Mikey deixei uma carta, meus CDs com blusas de banda e um desenho pintado em sua parede. Ele merece muito mais, meu irmãozinho. A carta explica que tenho que parar antes que possa ser clinicamente diagnosticado como um psicopata, não quero ser internado. Fala também sobre outras coisas mas se eu contasse tiraria todo o suspense. Era uma carta longa.

Meu CDs e minhas blusas desbotadas, bem auto explicativo.

O passado foi passado. E o presente é alguma coisa. E o futuro? Não sei se ele aguentará.

✓ Why'd You Bring a Shotgun To The Party? || frerard one-shotOnde histórias criam vida. Descubra agora