Acordei com uma puta dor de cabeça, e logo percebi que estava no chão da sala da minha casa. Me virei e dei de cara com Felipe dormindo, sem camisa ao meu lado. Dei um grito de susto e ele levantou assustado.
- O que foi? Meu Deus que dor de cabeça dos infernos. - Ele disse fazendo careta. Era lindo até de manhã.
- F-Felipe o que estamos fazendo aqui? não me diz que a gente t-transou. - Falei gaguejando completamente.
- Eu não sei. - Ele falou com um sorriso malicioso.
- VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO FELIPE, EU NÃO POSSO TER PERDIDO MINHA VIRGINDADE ENQUANTO ESTAVA FORA DE MIM. - Eu falei gritando e ele não parava de rir.- Para de rir seu imbecil.
- Se acalma Mariana, apesar de não lembrar, não faria nada com você. - Ele disse passando a mão no rosto. E então Fernanda apareceu na sala e disse:
- Que caras feias são essas?! Vocês não transaram! - Eu suspirei e disse:
- Ufa! E como viemos parar aqui? Porra não lembro de nada. - Felipe assentiu.
- Vocês ficaram completamente bêbados, e trouxe vocês dois para cá, pois não sabia qual seria a reação da mãe do Fê ao vê-lo naquele estado. E aliás Mari, sorte a sua que seus pais e irmãos vão passar o resto do sábado em Búzios. - Ela disse arfando.
- Ufa, não perdi minha virgindade e me safei de uma confusão! - Eu disse.
- Seria tão ruim assim perder a virgindade comigo? - Ele disse fazendo um biquinho. "Não mesmo,amor" pensei.
- Você acha que seria bom deixar qualquer um entrar dentro de você enquanto você está fora de si? - Perguntei com a mão na cintura.
- Tá me chamando de qualquer um?
- Você entendeu, não seja idiota. - Ele riu e seu celular tocou.
- Porra, a Manu deve estar louca atrás de mim. - E então ele saiu pra atender o telefone. E eu consegui ouvir um pouco da sua conversa.
- Calma amor, eu estava com uns amigos num barzinho... Sim vamos nos ver a noite.. Beijos, amo você. - E então ele se voltou para a mesa e pôs a mão na barriga - Que fome do caralho!
Ele chamou ela de "amor". Eu estava enciumada. Eu dormi com ele, mesmo que involuntariamente.. E ele chama ELA de amor? Eu odeio essa tal de Manu.
- Terra chamando Mariana. - disse Fernanda quebrando minha linha de pensamentos.
- Vou fazer algo para nós!- Eu disse.
- Só para você e Felipe, amiga. Tenho de ir para casa agora, minha mãe está uma fera. Beijocas. - Ela beijou meu rosto e o rosto do fê e saiu.
- Bom, só eu e você. Você gosta de ovos mexidos com bacon?
- Qualquer coisa que você fizer eu vou gostar. - Eu ri e me voltei para o fogão.
Estava quase terminando quando ele me agarrou por trás apertando minha cintura. Um arrepio me percorreu.
- Que cheiro bom, Mari! - Falou me dando um beijo na bochecha.
- Obrigada fê. - Falei corando. E então seu celular tocou e ele prontamente atendeu dizendo:
- Oi Manu... Ja estou em casa.. Sim mais tarde nos vemos, beijo - Eu podia ouvir os gritos que ecoavam do telefone, que louca! E então ele desligou.
- É impressão minha ou essa garota é muito grudenta?
- Definitivamente não é sua impressão, em certos momentos ela é meio pirada.
Começamos a comer feito loucos esfomeados, nossa que ressaca. Levantei e fui até a pia deixar meu prato, quando me voltei para a mesa de novo, Felipe estava com uma cara tensa, como se prendesse o riso.
- O que foi menino? Ta doido?
- Seu vestido..
- O que tem? - falei percorrendo meu vestido com as mãos para achar o que estava errado. E então senti minha bunda molhada, não Deus, não por favor. Eu havia menstruado na frente do Felipe, que porra.
- Aaaaaaaaah - Eu gritei - Felipe pelo amor de Deus finja que não viu isso. Finja que não me viu sangrando.
- Ok, eu não vi nada. - Ele falou rindo do meu desespero.
- Para de rir idiota. - Falei brava - você pode comprar um absorvente na farmácia aqui perto para mim, por favor?
- Com que cara eu apareço para comprar absorvente? - ele riu.
- Não seja besta.
- Ok madame. - Ele riu.
"Madame?" Pensei. E então ele saiu.
Tomei uma ducha rápida, limpando aquele maldito sangue. Meu Deus não acredito que isso aconteceu. Felipe me viu assim. Oh deus!
Eu estava no meu quarto quando ouvi alguém bater à porta.
- Comprei Mariana. Sai dai, não seja criança. - Poxa eu estava com vergonha. - você não precisa estar com vergonha por isso, essas coisas acontecem. Somos amigos, esqueceu?!
Abri um pouco a porta e peguei o pacotinho.
- Obrigada, fê. E me deixe ficar com vergonha em paz.
- Boba. - Ele sorriu e ouvi seus passos se afastando. Fechei a porta e me vesti.