Tormenta pessoal do marinheiro

216 36 13
                                    

Como um marinheiro
afogado em ilusões,
meio a imensidão enraivecida.
Submerso em águas impiedosas
de um mar de mágoas e frustrações.
Nada vê.
Não respira.

Mais uma vez cortando essas águas,
viajar é sempre um martírio.
Dia e noite
meio à escuridão intrínseca
de uma embarcação decadente,
cruzando um oceano de emoções
corroendo ainda mais o casco.

Atracado já esteve,
entre águas calmas
e céu estupidamente estrelado.
Ancorado em perspectiva do que já foi,
um tudo.
Estando em perfeito estado.
Intacto.

Hoje,
me vejo por enfrentar a escassez
do que se faz necessário,
tentando reconstruir o que um dia
já foi eu.

Como marinheiro
navegando no tudo e no nada,
com esperança do cessar da tormenta.
Navegando oceano a fora
na tentativa de outro porto alcançar.
Guiando-me pelas estrelas
e o acalentar da luz da lua.

O quase recalque do poemaOnde histórias criam vida. Descubra agora