XIV - Guerra Sem Fim

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Sobre a depressão:

A sombra o cobriu como um manto que cai sobre os ombros e abraça de forma a proteger do frio.
De modo íntima, sem reservas ou menção de sua inesperada chegada, rege seu domínio perante o hospedeiro causando-lhe a tristeza (silenciosamente) gritante que sussurra como quem revela aos prantos os piores segredos. É como uma amante vingativa que não se desfaz do tormento que pode proporcionar, saciando assim seu vulgar e tórrido prazer.

A primeira nota dessa nefasta sinfonia que surge é o peso que o hospedeiro sente, como se a gravidade o puxasse com determinação tentando enraizá-lo ao solo. As esperanças se afastam como pipas ao vento, se tornando somente belas imagens que compõem uma linda paisagem distante demais para alcançar.

Tudo escurece feito um eclipse que não só se manifesta sobre o mundo, também se espalha por dentro do hospedeiro como um veneno negro que tenta desmanchar o que ainda sobrevive com esforço buscando manter frágeis chamas para não sucumbir á escuridão.

É uma batalha muda, invisível, árdua e solitária, onde muitas vezes as vitórias possuem um amargor. Contudo a derrota ainda é inadimissível e travar essa guerra contínua é a única ação correta a ser feita.

Uma guerra que nunca tem fim.

JH Calisto.

Cantos e Encantos da Floresta SilenciosaOnde histórias criam vida. Descubra agora