Praia

472 40 45
                                    

Já se passavam das 10h da manhã quando eu abri os olhos naquele domingo, rapidamente me arrependi desse ato pois a claridade me acertou em cheio fazendo a dor na minha cabeça aumentar mais ainda, ressaca. Sentia como se um trio elétrico puxado por Ivete Sangalo em plena barra tivesse passado por cima do meu corpo, eu estava destruída. Tomei coragem para me levantar e ir fazer minha higiene matinal, corri atrás de um remédio para aliviar a dor e segui direto para a pequena academia que tinha em casa, nem de ressaca eu perdia o foco, gostava muito de manter meu corpo em forma e começar o dia com energia.

Depois de ir em alguns aparelhos decidi fazer uma sessão de socos nos sacos que tinham espalhados por ali, eu amo praticar esportes que me deixavam em movimento. Terminei tudo e já me sentia um pouco melhor, voltei para dentro da minha casa e encontrei a mesa farta de frutas e iogurtes, sentei para tomar meu café e uma Clarisse se espreguiçando apareceu no meu campo de visão, ela me desejou um bom dia seguido de um bocejo e sentou-se à mesa junto comigo, mas diferente de mim, que comia um mamão com aveia, minha irmã pegou um pão com Nutella para se servir.

- Você vai morrer cedo comendo desse jeito.

- E não vamos todos? Tenho que gastar meu tempo comendo o que eu gosto, para de ser chata. - Ela me deu língua e voltou a comer, Clarisse não tinha jeito. - Não sei como você consegue manter esse pique mesmo depois da festa de ontem, aliás que festa, hein? Não sinto nem meus pés de tanto que eu dancei.

- Foi sensacional, né? Não poderia estar mais feliz, comemorei com pessoas que eu amo, vocês são incríveis. - Eu realmente me sentia grata pelo dia de ontem, mesmo com alguns detalhes não desejáveis.

- Nat disse que vinha aqui, mas até agora não apareceu. - Foi ela calar a boca que uma Natalia abriu a porta e entrou, ela tinha uma chave. - Credo, colocou escutas na casa?!?

- Tavam falando de mim, era? Espero que tenha sido coisa boa. - Sorridente Nat nos cumprimentou.

- E aí, minha mulher maravilha, quais as boas de hoje? - Perguntei exalando bom humor.

- Já tá nesse humor todo? Pensei que vocês iam acordar mortas depois de ontem, Victor eu nem sei onde foi parar, nestante surge uma nota de desaparecido.

- Desaparecido? Aquela poc é a mais conhecida de Salvador inteira, duvido. - Clara tinha um vocabulário muito pra frente. - Morta eu tô, Carolina você já conhece, acho que se um dia for partir dessa pra melhor vai ter um cantinho no céu só pra ela malhar.

- Engraçadinhas, mas conte vá, saiu alguma coisa sobre ontem? - Perguntei novamente com uma curiosidade desconhecida por mim.

- Saiu, claro. Várias revistas e blogs falando bem da sua festa, que reuniu celebridades e etc, elogiando a banda e tudo mais.

- Mas...

- Mas tem a parte chata né, Carol? Pessoas dizendo que você ama gastar com festas exageradas e tentando por defeito em tudo, mas foram bem poucas.

- Quem falou isso?

- Ai, Carolina, você sabe.

- Foi a desgraçada daquele jornalista né? Que saco, a mulher não sai do meu pé.

- Pensei que depois de ontem ela fosse mudar de opinião. - Clarisse se pronunciou depois de um tempo.

- Mas em compensação tiveram pessoas que rebateram a postagem dela.

- Quem??

- Maria Laura, sua fiel defensora.

- Ela é maravilhosa, né? Ama me colocar pra cima.

K.OOnde histórias criam vida. Descubra agora