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s h a w n
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Fiquei observando aquela janelinha do avião quieto segurando a correntinha com pingente de sapinho da Aurora.

Ela pediu para que eu trouxesse comigo como uma forma de proteção.

Era o que eu precisava.

Até que senti uma presença ao meu lado, Tonny.

Tonny: Você quieto...

Shawn: Estou pensando. - desviei o olhar para o sapinho.

O meu companheiro e conselheiro.

Tonny: Está com medo?

Shawn: Não. Faço o que for necessário para a minha filha nascer em segurança.

Tonny: Está controlado ou... Suas mãos? - olhei para o meu sogro.

Shawn: Não irão tremer.

É irônico um assassino ter mãos trêmulas mas eu tenho desde quando me drogaram na clínica.

Essa foi uma das consequências sobre mim.

Na verdade, naquele desfecho de 2017 não teve uma pessoa sequer que não teve uma consequência em sua vida.

Tonny: Estamos chegando. Teremos algumas horas antes de invadir.

Shawn: Sou acostumado com isso.

Tonny: Descanse.

Mas eu fiquei o restante da viagem pensando na minha filha, na serzinha de luz que me ilumina todos os dias, principalmente agora que eu consigo sentí-la na barriga da sua mãe.

É inexplicável a forma em que a Alice mexe comigo porque ela me faz querer ser melhor, ser mais eu, ser o que eu sempre quis ser: um homem normal, com uma vida normal, uma esposa e uma família normal já que por anos eu não tive isso.

E ela me faz querer deixar essa bola de neve que é a vida do assassino.

Por anos eu fui um garoto perdido desiludido dos seus sonhos, das suas metas e principalmente do amor. A ironia é que foi a minha bela adormecida quem me despertou para aquele mundo um pouco mais cheio de vida, mas é Alice quem me fez querer lutar para ser eu mesmo novamente.

Ser quem eu sempre quis ser.

E finalmente ser o pai de alguém, ser o abraço protetor daquela serzinha que veio do meu amor. Eu a amo tanto mesmo sem ainda ter visto o seu rostinho ou sentido a sua mãozinha minúscula segurando o meu dedo indicador.

Shawn: Eu vou voltar por você, filha, pode ter certeza disso. - deixei um beijo no pingente de sapinho e melhorei a minha postura já que iríamos pousar.

Prendi o seu colar em meu pulso e logo fiz aquela pose da qual todo o mundo tem medo: o demônio está na América.

Desci do jato de armado já que pousamos em uma certa localidade privativa de Anthony.

Andrew: Senhor Trevor. - Tonny o cumprimentou - Bem vindo de volta.

Tonny: Em definitivo, meu caro Gertler, em definitivo! - eles se abraçaram:

Andrew: Senhor Mendes. - o cumprimentei também com um aperto de mãos.

Tonny: Meu pessoal de Toronto já chegou?

Andrew: Estão na casa grande esperando suas ordens. - blá blá blá, hoje não estou com paciência pra isso.

Fui até os sedãs e como haviam mais carros que o necessário, me aproximei de um.

Consequences • Segunda Temporada de PWOnde histórias criam vida. Descubra agora