Don't leave me | taekook

Fall

Gabriella pediu e eu faço tudo que ela quer
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Jeongguk nunca pensou que o ínicio de uma gravidez fosse algo tão estranho para si. Pensava que as coisas só iriam começar a mudar a partir dos cinco meses, porém, tinha descoberto estar esperando uma criança há menos de uma semana e naquele meio tempo começava a se sentir totalmente diferente. Parecia estar no lugar de outra pessoa.

Sentia o corpo mais inchado e algumas áreas específicas pareciam tão sensíveis quanto poderia um dia imaginar. As dores que, às vezes, vinham no pé da barriga já não eram mais tão assustadoras, pois Jimin havia explicado que era normal sentir cólicas no período da gestação. Estava tentando se adaptar com aquela vida nova, mas, não sabia por onde começar. Apenas o amigo estava sabendo da sua gravidez, já que não tinha criado coragem alguma para contar para Bogum, este que estava começando a estranhar o jeito amedrontado e inquieto do mais novo. Ele estava desconfiando de algo e Jeongguk sabia que não poderia esconder aquela gravidez do alfa; na verdade, não poderia esconder de ninguém, visto que uma hora a barriga iria crescer.

O ômega pretendia contar para Bogum o quanto antes. Ensaiava sua fala todas as manhãs antes de entrar na faculdade, mas quando o outro o olhava tão sorridente, não conseguia. Sabia que aquela notícia não era a melhor de todas para se dar para alguém que nunca planejou algo do tipo. Bem, precisava da ajuda do alfa e teria que contar, pois somente como apoio de Bogum, Jeongguk conseguiria vencer todos os obstáculos e cuidar daquela criança como deveria. Mantinha-se firme porque sabia que o alfa estaria ao seu lado independente de tudo, como ele mesmo jurava nas noites em que se amavam.

Porque era isso mesmo. Eles se amavam e o amor quebra barreiras, certo?

— De novo não… — trabalhar na bomboniere estava sendo demasiadamente complicado, na medida que andava sempre deveras enjoado quando entrava no ambiente. Em uma madrugada qualquer, decidiu pesquisar sobre seus enjoos e descobriu a causa da maioria deles; o organismo de cada um funcionava de uma forma, e o de Jeongguk não aceitava o cheiro de café ou de qualquer tipo de massa. Seu estômago embrulhava toda vez que os sentia e percebeu que comidas com o perfume muito doce ou forte lhe davam náuseas horríveis. E para o azar de Jeongguk, aquilo estava sendo um grande empecilho, pois era o seu único emprego e parecia que a criança que crescia dentro de si não estava colaborando muito para isso.

Tinha perdido as contas de quantos remédios para enjoos tomou escondido. Queria que aquela sensação passasse logo, porém, Jimin havia dito que na sua gravidez mesmo, a senhora Park só começou a melhorar a partir do terceiro mês de gestação. Jeongguk gostaria de poder perguntar para sua mãe sobre a época em que ela o tinha dentro de si.

Seus pais. Toda vez que Jeongguk pensava neles, acabava ficando abalado e completamente cabisbaixo. Sabia que a primeira gestação de um ômega era extremamente importante e especial, mas não poderia contar para os seus pais. Não queria ser apedrejado como Yeri e sabia que aquela conversa faria mal para si e para o bebê. Se o ômega de pele alva pudesse escolher uma coisa no mundo, pediria para ter os seus verdadeiros progenitores de volta. Não, não estava falando do alfa cruel que o maltratava e nem da ômega que acreditava em tudo que o marido falava; estava falando de sua infância. Aqueles sim eram os seus pais; cuidavam de Jeongguk e o amavam. O mais novo queria poder ter eles em sua vida, entretanto, aquele sonho parecia estar distante demais da sua realidade.

A rotina de Jeongguk mudava a cada dia. A faculdade parecia uma casa de reality show, onde várias câmeras observavam seus passos e mais cedo ou mais tarde, seria julgado quando descobrissem a verdade. Sua vida parecia estar nas mãos daquelas pessoas e não sabia até quando teria paz, já que até agora ninguém sabia que estava à espera de uma criança. Mas e quando soubessem? Jeongguk temia o que poderia acontecer. Seu apartamento parecia ser o único lugar que o acolhia. Ansiava todas as manhãs e tardes chegar em casa logo e se jogar em sua cama, envolta de vários cobertores e sua própria mente.