Kurynga

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_ São eles...

HD informou ao chefe que aqueles eram os gêmeos que ele tanto procurava. O homem era enorme, um e noventa e oito de altura, pardo, olhos verdes, cabelos pintados de verde, a sua boca era enorme, mais não muito grossa, seus dentes eram alvos, mesmo fumando maconha as vezes, era a única droga que o dono daquele morro consumia. Ele era musculoso, e seus braços, peito, e pernas eram cobertas de tatuagens. Em sua boca havia um piercing, assim como no nariz, em sua orelha esquerda tinha um alargador, e sua expressão facial era a expressão do próprio demônio. Quem olhava para aquele homem pensava que ele tinha uns trinta e cinco anos, mas nunca imaginavam que ele tinha apenas vinte e quatro anos, e era filho de Menor, traficante que havia tomado o Complexo do Alemão e havia sequestrado Kaka anos antes.

_ Quem é você? O que quer com a gente!?_ Tulio sempre curioso.

_ Todos aqui me conhecem como Kurynga. O que eu quero de vocês? Bom, eu quero atrair seu pai e sua mãe, vou me vingar dos dois, nem que seja a última coisa que eu faça.

_ Más porque?

_ Sua mãe não te contou? Olha que legal...vamos la! Sua mãe,  digamos que cresceu aquí,  e seu pai era policial. Sua mãe era a filha do dono desse morro todo, o temido Paulo Scobar. Só que numa invasão da polícia militar com o exército, seu avô foi assassinado, e advinha quem matou ele? Benjamin Kross, seu pai._ Os irmãos estavam perplexos._ Como Katleia ainda era menor de idade e não tinha mais ninguém que cuidasse dela, foi levada pelo Conselho Tutelar para um orfanato, advinha quem se tornou o tutor de sua mãe? Benjamin, o cara que matou Paulo Scobar, passou a cuidar da filha dele. O tempo foi passando e meu pai, Armando da Silva, conhecido como Menor, foi atrás da sua mãe, com a ajuda de uma velha conhecida, Eduardda Scobar, irmã de Katleia. Ambas não se conheciam, até Kaka passar a morar com o policial. Eduardda era uma quenga ruim, e sequestrou a própria irmã, que passou dois meses em cativeiro sendo espancada por ela, quando meu pai foi pegar Kaka para ela dizer onde estava o dinheiro da mercadoria, ele matou Eduardda, aquela desgraçada havia ameaçado meu pai de morte. Katleia conseguiu encontrar o dinheiro, e meu pai iria mandar sua mãe para ser prostituta em um bordel na Colômbia, só que a mesma conseguiu fugir da casa, se escondeu numa vizinha e chamou a polícia. Começou um confronto aquí na favela, e meu pai foi morto...pelo seu pai, Benjamin me tirou a pessoa que eu mais amava. Os parceiros de meu pai cuidou do morro do Alemão e do Jacarezinho ate eu e meu irmão pegar idade; então eu e meu irmão mais velho, Krypton começamos nosso trabalho de procurar vocês.

_ Você falou Krypton, do Jacarezinho?_ Gustavo perguntou.

_ Guto, como você sabe disso?

_ Eu tenho amigos Dendeh.

_ Não me chama de Dendeh, você sabe que eu não gosto.

_ Chega de xiada seus merdas. Vai ser incrível quando eu ter a família Kross reunida._ Saiu pela porta.

_ HD, me diz uma coisa...porque chamam ele de Korynga?

_ Você deve ser Tulio pra ser tão curioso..._ HD também saiu.

_ Chamam ele assim porque além da aparência ele é louco e malvado igual o Korynga. Sua família está ferrada na mão dele._ Falou um vapor.

_ Como é seu nome?

_ K2. Nem adianta tentar fugir em moleques,  a favela é cheia de homens armados._ Bateu a porta.

_ A gente tá lascado.

_ Larga de ser pessimista Dendeh, papai virá buscar a gente?

_ Você acha? Se ele vir, além de a gente morrer, ele vai morrer junto, e depois eles irão pegar mamãe, é por isso que a gente tem que tentar fugir por conta própria.

_ Você tá louco Tulio, a gente não conhece nada da favela.

_ A gente não, mais mamãe sim...a gente vai ter que pedir ajuda a ela.

_ Mais como?

_ Só observe...

Tulio conseguiu se levantar e pegou um celular que havia em cima duma mesa, já que o dele e o do irmão havia sido confiscado. Ele mexeu em algo até conseguir desbloquear, entrou no aplicativo do whatsapp e lembrou do número de sua mãe.

"Mãe, sou eu, Tulio! Preciso que a senhora faça um mapa do Alemão e mande para esse número. Por favor! E diga ao papai para não vir para essas bandas de jeito nenhum, vocês também correm perigo.😕😳😣✌"

Tulio fez aquilo e escondeu o celular dentro do seu tênis cano alto da all star.

Aquele estava sendo um dia terrível, como os outros dois para o senhor e senhora Kross. Kaka assim que soube do sequestro dos filhos, voltou para o Rio, e todas as horas ela chorava abraçada a um porta retrato dos filhos juntos.

Naquele dia quando recebera a mensagem do filho, Kaka logo se prontificou a fazer o mapa do morro, com riqueza de detalhes. Ela crescera ali, e a vantagem de ser filha de quem era, foi o fato de o pai tê-la ensinado cada canto daquele lugar. Kaka sabía de todos os cantos do Complexo do Alemão como a palma da sua mão, e ela sabia que Tulio seria inteligente o suficiente para escapar daquele lugar com o irmão.

_ Cadê meu celular?_ Kurynga procurava o celular._ Vocês pegaram, andem...me devolvam.

_ Nós não pegamos._ Gustavo falou após ter levado uma surra.

Kurynga saiu estressado da boca, em busca do seu aparelho celular. Havia varias coisas importantes ali que poderia prejudica-lo, e se Tulio descobrisse, poderia coloca-lo em perigo, ou poderia ferrar com a vida do dono no morro. Os irmãos sabiam que estavam correndo riscos, e eles sabia que a cada minuto que os pais deles se mantiam distante da situação, era um minuto a mais para eles continuarem vivos. Kurynga provou o suficiente em três dias, que não estava ali para brincadeiras, e que estava disposto para matar.

 Netos do Tráfico _ ConcluidoOnde histórias criam vida. Descubra agora