Universidade, festas, esportes, brigas, sexo.
O clássico cenário americano é onde se passa a história de Samantha Hastings. Capitã das líderes de torcida de Stanford, ela tem tudo que sempre quis: uma família, amigos e notas de dar inveja, sendo uma...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
10 ANOS ATRÁS
Sentada no parapeito da janela do meu quarto eu observava os garotos jogando futebol lá embaixo. David estava no gol, como sempre, já que era bom em defender. O velho Jamie era o juiz e me fizera rir mais de uma vez por causa do seu jeito desengonçado de corrrer.
Ouvi uma movimentação atrás de mim e Maggie apareceu do meu lado.
— Sabe que não pode ficar aí, Sam. Quantas vezes já falei?
Continuei em silêncio e no mesmo lugar. David espalmou a bola, impedindo-a de entrar e Jonathan berrou de fora da quadra. Meu amigo detestava qualquer tipo de esporte e eu tinha certeza de que ele seria um tipo de engomadinho quando mais velho. Um engomadinho rebelde conquistaria a todos (e todas) com seu sorriso cínico.
— Devia estar lá embaixo aproveitando esse tempo que ainda tem com ele. — ela comentou ao seguir o meu olhar e eu suspirei, ainda sem dizer nada.
David iria embora no dia seguinte com os Jones. Um ano depois daquele baile as papeladas ficaram prontas e em menos de vinte e quatro horas ele deixaria o St. Graal, e apesar de sentir que logo uma parte do meu coração seria levada para longe dali, eu ainda mantinha o mesmo pensamento de um ano antes: queria que ele fosse feliz. Os Jones iriam amá-lo como seus pais biológicos não o fizeram, e lhe dar uma boa vida. Ainda assim, não podia negar que doía.
Maggie pousou as mãos nos meus ombros e deixou um beijo no topo da minha cabeça.
— Ele não vai esquecer de você — garantiu com a voz tranquila. — E também sei que você vai se arrepender depois de não estar com ele a cada minuto até amanhã, como deveria.
O som de chaves atraiu a minha atenção e reconheci a que era estendida para mim.
— Sei que amam o por do sol — Maggie sorriu de jeito cúmplice. — Acho que vai ser um belo dia para verem juntos mais uma vez. Já pedi à Letty para preparar um lanche para vocês.
Mordi o lábio, sentindo os olhos ficarem úmidos. Pigarreei e peguei a chave do terraço.
— Obrigada, Mags. — sussurrei.
Ela já estava na porta quando se virou de novo, dessa vez me olhando com seriedade.
— Estou confiando em você, Sam. Tenham modos.
O que ela achava que poderíamos fazer? Eca.
Não demorei para descer até a quadra, ficando ao lado do John.
— E aí, diabinha. Preparada pra despedida de amanhã?
— Não. E você?
Ele voltou a prestar atenção no jogo e ficou em silêncio por alguns minutos, e então sacudiu a cabeça.
