Universidade, festas, esportes, brigas, sexo.
O clássico cenário americano é onde se passa a história de Samantha Hastings. Capitã das líderes de torcida de Stanford, ela tem tudo que sempre quis: uma família, amigos e notas de dar inveja, sendo uma...
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Para onde vão os corações partidos? Eles encontram o caminho de casa? Where Do Broken Hearts Go — Whitney Houston
Os pingos molhavam meu cabelo e o cheiro da umidade preenchia meu nariz. Meu pai me ofereceu um guarda-chuva, mas fiz um movimento de recusa enquanto observava a rosa amarela que eu jogara sobre o caixão ser coberta pela terra escura.
Quando o processo terminou e a madeira branca não podia mais ser vista, as pessoas vieram dar abraços em mim e no meu pai e apertar levemente o meu ombro em uma tentativa falha de me confortar. Eu sorria fraco para elas para não parecer arrogante. Nenhum daqueles pêsames, que eu já estava cansada de ouvir, traria a minha mãe de volta. O cabelo ruivo do Gregory entrou no meu campo de visão e ele me envolveu nos braços, beijando a minha cabeça algumas vezes antes de voltar junto dos pais. Agora não havia muitas pessoas ali com a gente já que a maioria era empresários e advogados renomados, e por mais próximos que podiam ser do meu pai e ter um respeito enorme pela Roxy, tinham coisas mais importantes para fazer.
Com exceção dos Jones. Harry e Cassie choravam tanto quanto o meu pai por serem os melhores amigos dele e amarem a minha mãe.
— Ela vai estar sempre cuidando de você, Sam. — Cassandra sussurrou ao me abraçar e eu a apertei em resposta, soltando um suspiro trêmulo. Harry sorriu com compaixão e eu esperei eles irem embora para me virar de volta ao túmulo. Não faríamos nenhum tipo de cerimônia depois do enterro porque eu preferi assim e o meu pai não contestou. Eu e Roxy conversamos sobre aquele momento várias vezes depois que descobrimos o câncer e ela deixara claro mais de uma vez que nunca gostou de quando as pessoas iam comer e beber depois de irem a um velório — eu mesma não entendia aquele ritual, por mais que já tivessem me explicado. "Vão estar comendo às minhas custas", ela dissera mais de uma vez, sempre me fazendo rir apesar das circunstâncias.
Elijah aguardou pacientemente os longos minutos em que fiquei encarando a lápide cinzenta, revivendo lembranças e momentos dos últimos anos. De repente, me senti observada, e pelo jeito que o meu coração pulsou dentro do peito eu sabia exatamente quem estava por perto. Girei a cabeça, à sua procura, e quando o vi o meu humor escureceu de novo. Mesmo que ele estivesse a uma distância considerável não era difícil reconhecer os fios loiros e sentir a intensidade daquele oceano que eram os seus olhos. Meu sangue pareceu borbulhar pelas minhas veias, mas um toque quente em minha mão me fez desviar o olhar dele para a pequena senhora ao meu lado.
Adelaide me encarava com carinho e compreensão.
— Querida, vamos. Não quero que pegue uma gripe.
Sua voz era suave e macia contra os meus ouvidos. Eu assenti e não ousei olhar para trás novamente antes de enganchar nossos braços e meu pai nos levar até o carro.
Já estávamos a caminho de casa quando ele colocou a mão sobre o meu joelho, fazendo-me olhá-lo.
— Sempre teremos um ao outro, Sam. — murmurou com a voz rouca e quebrada. Apertei a sua mão e encostei a cabeça em seu ombro, tendo a minha avó do outro lado.