Jimin Pt. 2

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Não conseguia respirar. Senti vontade de chorar, mas nada saia dos meus olhos. Vê-la ali parada, gelada, quieta, era a pior coisa que um filho poderia ver.
Seu pescoço estava envolvido em um colar preso no nosso teto branco. Seu corpo estava suspenso no ar, terminando de fazer um tipo de dança agonizante. A mulher que me deu a luz, minha mãe, estava bem na minha frente, morta. Eu a chamava: "Mãe... Mãe! MÃE!", mas ela nunca me respondeu e nunca me responderá. Minhas pernas tremeram e acabei caindo. Eu permanecia naquele chão frio sem conseguir me levantar. Meu pai logo em seguida chegou, e levou um choque. "Não! Minha esposa, não!" ele estava chorando de soluçar. "Por quê?" eu pensava "por que ela fez isso? O que eu fiz de errado?" e comecei a gritar, chorando. Meu pai tentava me acalmar, mas nem ele próprio estava calmo.
Depois, ouvi a sirene. A ambulância chegou e levou minha mãe.
Eu não... Minha ficha não havia caído.
No sábado, eu tive que resolver as coisas do enterro. Como eu, um garoto de apenas 16 anos, poderia resolver algo naquele estado? Mas não tive escolha. Meu pai, logo depois que minha mãe se suicidou, desapareceu. Eu estava sozinho, perdido. Sem mãe e sem pai.
No domingo de manhã, descobri que minha mãe seria enterrada na segunda em sua cidade natal, Bussan. Iria viajar no mesmo dia de seu enterro, à tarde.
Eu não conseguia comer, nem beber nada. Fiquei vagando pelas ruas, sem rumo. Eu não podia mais ficar naquela casa, dormir no meu quarto, assistir tv naquela sala, sem se lembrar da minha mãe enforcada lá.
Resolvi ir na casa da minha amiga no domingo. Chegando lá, sua irmã falou que ela ainda não havia chegado de viagem. Como sou íntimo delas, Joon Na me pediu para esperar no quarto. juro que tentava, mas não conseguia parar de imaginar minha mãe suspensa no ar, com aquele cordão que eu não podia acreditar que fosse uma corda. A corda que eu brincava quando era criança. A corda que agora.. Ah! Se eu tivesse olhado meu celular quando ele começou a vibrar, talvez ela...
- Jimin? - sinto sua mão tocar meu ombro e levo um susto.
Eu não podia contar para ela. Perdoe-me por não ter forças. Você me perdoa?

O Prazo Perfeito (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora