Capítulo 57 - Compaixão

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Os gritos da mulher podiam ser ouvidos de uma longa distancia! O duque tentava ignorar os sons lastimáveis de seu mártir e não conseguia manter a concentração em sua leitura. O homem parecia tenso com toda aquela situação e capturou o lenço secando o vestígio de suor que escorria de sua face. Alejandro respirou fundo antes de largar o livro em suas mãos e fechou os olhos; por um segundo desejou perder a audição completamente!

Aquela situação lastimável não poderia ser ignorada... Entrega - lá para Austin não foi uma boa ideia, isso o fez duvidar de sua índole. A mulher estava sendo torturada covardemente e poderia morta se ele não o impedisse a tempo! Isso ia contra todos os seus princípios. O homem se levantou disposto a acabar com aquela terrível angustia em seu interior e se retirou de seu abrigo.

Camila estava aterrorizada com o lamento de Verônica e gritava com grande sofreguidão como se pudesse sentir toda sua dor! Os cavaleiros de seu pai impediam que ela caísse completamente a amparando em seus braços. O som agudo de suas cordas vocais partiu o coração de Alejandro e de todos os homens presentes. Ele desejava ajudar, mas a essa altura não sabia se havia algo que pudesse fazer...

— Soltem-na! Ordenou e os cavaleiros a libertaram. Camila correu para presença de seu pai e se colocou de joelhos em seu desespero;

— Papai eu imploro, por favor, tente impedi-lo!

— Não deixe que eles a matem!

— Por favor, impeça essa desgraça! A mulher gritou agarrando as vestes de seu pai em busca de alguma compaixão no homem que agora parecia indiferente do pai amável costumava ser.

Os cavaleiros pela primeira vez encararam seu senhor com desprezo e isso o envergonhou.

O homem agarrou os braços de sua filha e suspendeu seu corpo frágil do chão, estava arrependido de suas atitudes!

— Perdoe-me hija, eu cometi um erro ao entrega-lá para esse miserável... Eu prometo que farei o possível para ajuda-lá! Alejandro fechou os punhos e partiu deixando sua filha lastimosa para trás.

O duque surgiu furioso nas instalações de Austin que agia com naturalidade perante sua grande inquietação;

O homem inalava seu charuto desprovido de qualquer preocupação e sorriu cinicamente;

— Vossa graça... Venha e aprecie um bom charuto cubano! Alejandro ficou céptico com seu comportamento e afastou sua mão para longe. A caixa de madeira caiu espalhando as especiarias pelo chão!

— Desgraçado o que pensa que esta fazendo? Você não tem honra!

— Uma frágil mulher... Entrega - lá para um maníaco?

— O que houve, esta arrependido? Você tem tanta culpa nisso quanto eu! Nós sabemos que ela não é uma frágil mulher... Austin rebateu com naturalidade soltando a fumaça concentrada em seus pulmões.

O duque encarou o chão envergonhado de sua atitude, seu coração estava dilacerado com tamanha crueldade!

— Ordene para que aquele miserável a liberte imediatamente!

— O que esta dizendo? Não podemos liberta-lá! O homem bateu as cinzas e inalou a fumaça antes de apertar o charuto contra o cinzeiro, apagando-o completamente.

— Já chega isso esta indo longe demais! Alejandro bateu as mãos contra sua mesa. Austin levantou e lhe encarou ameaçador.

— O que houve duque, esta dando para trás? Você começou isso e agora vamos ate o fim!

O Destino da EspadaOnde histórias criam vida. Descubra agora