Vêทυs • 2yeon

♡ Now I have your cell number ♡

                           💋

- Oi unnie, vim passar a sexta com você.

Fico parada ali na porta por uns cinco minutos tentando processar esse acontecimento, até deixa-la entrar.

- Você ainda tá de uniforme. - Comento, vendo ela ir até a cozinha tirando quatro cervejas da sacola e colocando em cima e pia.

- Sim, eu vim praticamente do colégio para cá. - Ela responde abrindo a garrafa com a camiseta.

- Mas por quê fez isso? Quer dizer, vim aqui.

- Unnie. - Ela suspira olhando para mim. - Eu passo a maior parte dos meus dias sozinha, é muito ruim ficar assim.

- Ah. - É a única coisa que eu consigo responder de imediato. - Mas e seus amigos? Eu já vi eles várias vezes aí.

- Meus amigos... Hum, nós temos objetivos de vida um pouco diferentes, então digamos que eu não posso ficar indo para festas todo fim de semana.

Tá aí uma coisa que me chocou, vou até a cozinha pegar uma garrafa de cerveja que ela trouxe, bem, já que está aqui e aberta não vamos desperdiçar.

- E quais são seus objetivos? Porque eu jurava que você saia quase todos os dias.

- Eu estudo, estudo muito. Quero ser advogada, eu sempre chego da escola e continuo estudando até tarde todos os dias.

Agora tudo fazia sentido, por isso ela sempre chega atrasada na escola. Porque fica estudando até tarde.

Meu Deus como eu a julgo mal. Estou me sentindo péssima.

- Então para não enlouquecer com os estudos eu dou uma festa em casa pelo menos uma vez por mês, e saio dois sábados a noite, para relaxar a mente. Bem esse mês não dei festas mas bebi com você.

- Espero que consiga alcançar seu objetivo. - Respondo sendo sincera, porque realmente eu estava me sentindo mal. - Ah, e me desculpa por ontem... Por ter te batido. Eu não sou assim.

Ela dar de ombros. - Relaxa... Mas e você unnie não tem nenhum objetivo? Cadê seus pais?

- Bem... Eu gosto do meu trabalho, consigo pagar minhas contas... Não sei. - Digo, pensativa. Eu nunca tinha pensado nisso pra falar a verdade. Acho que fiquei acomodada.

- E meus pais, deixaram esse apartamento para mim e estão morando na fazenda do meu avô. - Respondo, lembrando que eles sempre diziam que quando eu conseguisse tomar conta de mim mesma se mudariam para o interior.

- E seus pais chegam de viagem quando? - Pergunto, tomando mais um gole de cerveja e também vendo ela beber antes de falar.

- Daqui à dois meses. - Ela responde indo até o sofá, pegando o controle e ligando a TV, passando os canais freneticamente.

Sento ao lado dela, observando.

- Não tem nada aqui!

- Deve ser porque você nem ta dando a chance a algum canal?

- E eu deveria? Se eu não gosto dos programas de certos canais? - Ela questiona irônica, e acabo sentindo que essa pergunta é bem mais que para um simples canal de TV.

- Mas pode ser que algum outro canal te agrade, mesmo que você não goste dos outros. - Respondo, dando de ombros, bebendo da minha cerveja.

- Não sei, quando coloco algo na cabeça ninguém tira. - Ela responde. - Já, Sei. Vamos assistir aquele filme que te emprestei.

Quase cuspo a minha bebida fora.

- Ficou doida pirralha? Mas é claro que não.

- Eu não sou pirralha. - Ela responde com desdém.