Canadá e NY separam-se.

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Boa Leitura

Estou de volta ao Canadá mais rápido do que achei que fosse querer voltar, a verdade é que mesmo que NY tenha voltado a ser uma possibilidade, não sou mais a garota que queria ficar lá, a garota que queria ser amada e quando foi estragou, a pessoa que sou agora sabe do quanto pode machucar com atitudes egoístas e mesquinhas. Ajudei Jasmine a encontrar Lewis, seu pai biológico, liberei Derek da obrigação de aceitar uma pessoa que não pode lhe oferecer o que ele merece, não aprontei nada, mas, isso não faz de mim uma boa pessoa, perto daquelas pessoas sempre causo estrago, no Canadá todos ficamos seguros.

A normalidade das conversas com Dean, dos dias nos orfanatos, bar com contatos de apenas uma noite volta rápido, foi assim que passei anos e deu certo, quero falar que quando entro no elevador não me lembro de Derek e nossas risadas, mas, lembro, elas se impregnaram em mim como um bote salva vidas, digo eu estava desistindo e Derek me puxou de volta, não que eu esteja longe do topo de queda, mas, Derek me afastou, acreditou em mim quando nem um outro fez, nesses momentos em que sentávamos perto da lareira e ficávamos em silêncio eu o sentia se apaixonar por mim, Derek era tão incrível que até sentimentos que eram abstratos criavam forma em mim, eu conseguia enxergar esperança e ela tinha o formato dos seus olhos, a confiança tinha a cor azul como as iris dele, a felicidade tem o tom da sua fala. 

A neve não me congela porque estou muito bem protegida, mas quando por um instante a toco andando pela avenida barulhenta me pergunto como seria meu mundo se a coisa mais gelada que poderia ter fosse aquela coisa branca e sem sabor, não meu coração, aquele que é racional sobre quem sou, sobre o que fiz, sobre o que posso fazer.

Meus dedos adormecem quando tenho que os tirar definitivamente do bolso do casaco para atender a ligação do numero desconhecido. Faço uma careta colando o celular na orelha e aspiro o ar congelante enquanto olho em volta em busca de algum ponto em que possa parar para me aquecer, o orfanato pode esperar alguns minutos.

- Não acredito que voltou para NY e para a família Donnovan e teve o disparate de me ignorar. - não fala nem um cumprimento, Henrik me surpreende de modo divertido, minhas bochechas doem quando dou um sorriso para o nada. Meu primeiro namorado, aquele que poderia ser considerado meu melhor amigo no tempo da Katie fútil, o que nunca me julgou mesmo quando necessário, caçula da família Moore e pessoa mais louca que conheço.

- Você comprou um bar por causa de um relacionamento porcaria, perdeu meu amor há muito tempo. - zombo de volta sabendo que posso fazer isso. Estamos bem. É claro que estamos.

- Não me julgue, vou não conheceu Morgan, a mulher não valia nada. - tenta se explicar, aqueço as mãos ao entrar em uma lanchonete e continuo sorrindo.

- Nunca teve bom gosto para mulheres, se apaixonou por mim. - concordo.

- Sim, o primeiro amor sempre uma aventura. - é, sempre uma aventura, queria dizer que meu primeiro amor foi ele, que senti as tais borboletas no estômago, mas, o que eu sentia era mais desejo de beijar a pele por cima do dele, o arfar surpreso, as lágrimas mesmo em momentos felizes, essas coisas senti bem depois, com Derek.

- Então, está com a irmã de Alec? - Jasmine me falou sobre os relacionamentos loucos de nossos amigos.

- Ela é insana Katie, sinto que é ela, como nunca senti que era com ninguém entende? Tipo se eu a pedisse em casamento agora ela aceitaria, sem medir meus defeitos, ou aumentar minhas qualidades, ia me querer por quem sou. - sim, eu entendo muito ainda que não seja boa para experimentar.

- Você é insano Henrik, não me lembrava como podia ser intenso. - é um elogio, a parede que me segura em frente a janela da lanchonete me dá uma visão dos carros seguindo para os lados que devem, retiro alguns fiapos da lã da minha blusa enquanto tenho essa conversa.

Totalmente Por Ironia - Livro 2. - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora