Capítulo 8

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"Desafio Fracassado" era tudo o que se exibia a minha frente quando eu apareci em um altar na Praça do Nascer. Fui até um banco ali perto e me sentei, pensando apenas no enigma de Sphina:

" Tudo só tem sentido graças a mim e aos meus filhos.

A vida depende de mim...

Para alguns sou breve como a brisa,

para outros sou lerdo como uma lesma.

Meu primeiro filho te faz lembrar,

Meu segundo filho te faz agir e

meu terceiro filho terás que adivinhar. Quem sou eu?"

Era muito subjetivo, podia ter várias interpretações. O relógio no canto da minha visão marcava meio dia, a movimentação na praça havia diminuído, o som da fonte de água que ficava no centro do local era relaxante, aproveitei para me espreguiçar, fechar os olhos e apenas descansar um pouco, não havia o porque me afobar tanto com o Andar Exclusivo, de toda forma a resposta exata estaria no laboratório de Valus. Sentado no banco de olhos fechados, me lembrava das minhas aventuras e o quão longe eu havia chegado, me perguntava o que teria acontecido se eu não tivesse derrotado Entharn "Provavelmente o ego dele estaria mais alto do que o Reino do Céu, eu teria sofrido vaias e seria motivo de piada em todo o servidor, talvez nem tivesse me juntado a Vipes e ao seu grupo e muito menos ido atrás da Sacred Reaper, é incrível como tudo está interligado como um grande circuito cibernético de computador, minhas ações geram consequências, que geram histórias e mesmo assim ainda não saberei o que está por vir. Dini vai dominar o mundo? A NWT vai falir? Wendy e eu vamos nos casar? Essa última seria um completo absurdo! Enfim, só o tempo dirá..." com esse devaneio, a resposta que eu tanto buscava veio então, era tão óbvio que quando eu me dei conta estava dando risada sozinho enquanto todos me olhavam, mas era cômico demais que eu não pude conter. Me levantei, e segui para a biblioteca com o meu objetivo em mente.

                                                                                                        ***

Ao voltar para a Biblioteca Eterna Sphina estava lá, sentada ao balcão com uma cara simpática, nem parecia a mesma Esfinge que havia me devorado a alguns momentos atrás.

— Olá, boa tarde! Como posso ajudá-lo? - Ela perguntou com um sorriso feliz no rosto quando me aproximei.

— Eu gostaria de fazer o desafio para ter acesso ao 5º Andar? - Fui direto.

— Claro, me acompanhe por favor.

Eu a segui novamente, fomos caminhando em passos lentos até a parte detrás da torre, estava muito cauteloso com relação a Sphina. Em sua forma de bibliotecária era gentil e atenciosa, já quando incorporava a Rainha do Conhecimento, ela era tirana e maliciosa, uma criatura que só se interessava em fazer os jogadores errarem suas respostas.

Descemos até o porão, onde todo o processo novamente se repetiu, após iluminar o lugar Sphina pegou o seu livro e recitou as palavras para transferir sua alma para a esfinge, ao terminar de assumir sua forma híbrida ela me reconheceu logo de cara.

— Ora, ora, vejo que o meu último lanche ressuscitou e voltou para a hora do almoço. - Ela disse com um sorriso e mostrando seus dentes afiados.

The Kingdoms: Caçadores Insolentes (Primeiros Capítulos)Onde histórias criam vida. Descubra agora