Capítulo dois

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"...somos almas gêmeas"

Grande "JK"! Era você mesmo quem eu estava procurando. —Uma voz estridente chegou aos ouvidos do rapaz que até então, estava ocupado fazendo exatamente nada, na varanda de sua casa —Tenho um trabalho para você, guri, topa? Nenhum dos meus rapazes tiveram a coragem de aceitar, você foi a minha última opção.

—Cara, já vou logo avisando, nem por nada nesse mundo que eu vou entrar na casa da sua tia Stácia novamente. —Aqule fora um episódio assustador para Jungoo, quem poderia imaginar que uma senhora na casa dos oitenta teria um facão escondido atrás da porta por proteção?

Uma pequena cicatriz ficou em sua bochecha devido ao corte causado pelo objeto afiado. Hoje em dia, aquela marca é um charme ao belo rosto do garoto, atraia a atenção de garotas e garotos, pobres coitados, não sabem a origem daquela cicatriz, pensam ter sido causada em uma briga ou algo do tipo. Já seus amigos
Insistiam em o lembrar diariamente do episódio devidamente engraçado daquela madrugada.

—Desencana disso, brother, agora estamos falando de grana, muita grana, tipo milhares de wons. —As orbes de Jungkook rapidamente encontraram a do seu comparça, que agora, se mantinha atento ao que Jay P.  Lhe contava.

— Prossiga.

—Conhece o velho que todo mês vem a praça do nosso bairro pra fazer um pequeno teatro com suas marionetes escrotas pras crianças?

—Sim, o senhor... é... Baek, isso! — Se esforçou um pouco para lembrar o nome— Dahyun o ama, vive falando de como as histórias eram legais... —Sorriu com o que acabou de dizer.

—Sua irmã tem sérios problemas. Mas enfim, meus informantes me disseram  que na casa daquele cara tem muitos objetos antigos, e com "antigos", quero dizer valiosos. Quem diria, um idoso que se diz ganhar a vida fazendo teatro tem uma fortuna guardada. — Jungoo Levou um tempo para absorver tudo o que ouviu até poder responder.

—Com "seus informantes", você quis dizer o Winwin, né? Aquele doido passa o dia na maconha e você quer que eu acredite nisso? E outra, como ele descobriu isso? Seguiu o ancião até o cu de Judas pra depois espionar pela janela? Jay.... — Iria continuar a tagarelar mas foi interrompido pelo outro, com uma feição nada satisfeita em seu rosto cheio de tatuagens.

— Você nunca mais irá falar assim dele, e nunca mais irá me desrespeitar desta forma, porque se fizer... —levou um instante para completar a frase ameaçadora e amarga que saia de seus doces lábios —...Eu corto a sua garganta e, acredite, isso não será nenhum trabalho para mim e você sabe que eu faço isto.

Um silêncio incômodo se impregnou no local, os dois presentes sabiam que o que fora dito era realmente verdade, Jay P. Já fizera aquilo com um antigo  companheiro e facilmente fará com Jungkook. Um vacilo de palavras mal pensadas poderia causar a sua morte, mas foi ele quem escolheu viver desta forma.
Era o jeito mais fácil de conseguir dinheiro e poder se sustentar, se entregando ao mundo do crime. Com a mãe falecida quando tinha 15 anos e o pai que ao menos sabia a sua existência e provavelmente perambulava por aí  sem nenhuma culpa, Jeon foi obrigado a crescer rápido demais, tomar decisões que não deveria com aquela idade, aprendeu a fazer tudo sozinho,  passou por poucas e boas até chegar onde está.

Naquela época, antes que alguém interviesse na vida dele para poder o arranjar pais adotivos ou o deixar mofando em um orfanato qualquer longe de sua irmã, teve a brilhante ideia de fugir de casa junto com Dahyun na mesma noite que presenciou sua mãe dar seu último suspiro, jogada ao chão já sujo de sangue devido aos seus pulsos cortados.

Quando se deu conta de seus devaneios, percebeu que Jay P. Já havia o deixado sozinho naquele fim de tarde, o cara era assim, ninguém poderia entender o modo como sua mente funcionava, era um louco sadista que ofereceu um lar a Jungoo para crescer e cuidar de sua irmã, tudo por um preço específico. Nenhum laço afetivo foi criado entre ambos, nada além do proficional.

Tudo deu a entender que, no outro dia ele deveria dar uma resposta ao seu comparça sobre invadir a casa do senhor Baek ou não. Mas no fundo, sabia que não tinha opção a não ser aceitar, ou fazia os trabalhos sujos ou morria, tinha um tipo de pacto com Jay. Caso fizesse tudo o que for mandado, teria uma vida "normal", frequentaria a escola, com um lar e o que comer, caso não fizesse, algo ruim  iria acontecer.

MARIONETTE [ Pjm+Jjk ]Onde histórias criam vida. Descubra agora