Desculpas

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   - Espere um pouco mãe.

       Tinha me esquecido completamente que ela viria hoje.

     - Você tem que ir embora agora.

    - Ir por onde ? - ele sorri - Lembrando que você ainda está nua e amarrada.

   - Outra novidade - ele se inclina e dessamarra a gravata, que me deixou a marca do tecido nos pulsos - Nós ainda não terminamos.

     Jonas veste a cueca, os jeans e por último sua camiseta.

    - Como vou sair, linda ? - pergunta.

     - Entra no armário - respondo a ele.

     - Mas isso é desconcertante.

      - Não interessa, quero que entre no armário.

     Ele aperta os lábio, quase que para segurar o riso. Lentamente, Jonas entra dentro do armário mofado e que cheira a naftalina.

        Recolho minha blusa do chão e me alegro ao colocar ela completamente e coloco uma calcinha que havia deixado em cima da estante.

     Meu primeiro impulso é em direção a porta, ainda tremula. De algum modo, meus dedos tateando soltam a fechadura e a abro quase que por completo. Não há tempo para qualquer tipo de arrumação.

      Ao abrir a porta, percebo que o já havia amanhecido. Jonas e eu tínhamos passado a noite inteira juntos, sem ao menos perceber.

    - Bom dia filha.

      - Bom dia senhorita Danai.

       Gosto de chamar mimha mãe de senhorita, mesmo não parecendo uma dama ou rainha.

    Seus olhos são da cor dos meus e seus cabelos são um pouco mais claros. Seu sorriso e encantador e sedutor. Mas não me deixaria me levar pelo seu lindo sorriso.

    Por alguns momentos, tento captar a cena do lindo e velho sorriso, já que não o via a anos.

   - Seu filho está bem ? - pergunta, spassando a mão em minha barriga.

     - Não mãe - Nós trocamos olhares - ele está morto.

     - Meu Deus - seu rosto fica inclinado e surpreso com a resposta - por que não me avisou antes ?.

       Obviamente, tentei esconder o fato de mim mesma e até de minha mãe.

     - Talvez seja, porque você nunca se importa comigo.

     Instantaneamente, o mundo se transformou em chamas ódio e mágoa. Tudo o que posso fazer é seguir em frente, confiando no sentido de direção do meu coração.

       O sentimento é horrível, minha vida passa por um flashback rapidamente e me vejo chorando em momentos que nunca vou esquecer. Mas pior que as lágrimas, são as mágoas, que sufocam o peito sem avisar.

  Cerrei meus dentes enquanto chorava. Minha pele está dolorida, formigante e totalmente vulnerável.

     Eu olho para as frias paredes e para o chão branco e resisto ao impulso de chingar minha mãe. Resisto ao impulso de cruzar meus braços sobre meu peito.

     - Precisamos conversar seriamente - continua - Mas primeiro deixe eu entrar.

     Estendo os braços e dou um sorriso forçado, convidando ela a entrar.

Lembranças do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora