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Acabei publicando hoje, quem diria :0
1108 palavras k.

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Seja o gato gordo e cause revoltas.

Uma vez me disseram que quando você está dormindo, é como se você estivesse quase morto, como se sua alma estivesse dentro e ao mesmo tempo fora de seu corpo, você o sente, mas não sente ao mesmo tempo, o que é estranho, pois eu definitivamente estava vivo quando a porta do meu quarto foi aberta brutalmente, eu estava sentindo meu corpo muito bem, e a velocidade que eu me virei meu deu até um tontura, encarei meus amigos mais próximos segurando uma caixa branca pela alça, a marca da minha confeitaria favorita era evidente. Então lembrei, era meu aniversário. Soltei um grunhido e me virei ficando de bruços, tentei ignorar os barulhos que eles faziam ao entrar no meu quarto e se alojar para começar a comer daquele bolo que com certeza estava delicioso. Estava com sono demais e irritado demais para comer e falar com qualquer calma viva que não seja eu. Senti minha cama afundar e respirei fundo para não expulsar a visita bem quando eles chegaram. Senti uma mão na minha cabeça, e logo identifiquei o toque.

Katsuki fazia cafuné na minha cabeça, o que era uma delicia. Sorri no travesseiro e então virei a cabeça sumindo com aquele sorriso.

  — Oowwnnt, só assim pra ele dar bola pra gente. —fez Denki.

  Ali estavam Katsuki, Denki, Mina e Sero comendo um fudido bolo no meu quarto enquanto eu tentava ter disposição pra lutar amanhã na frente de milhares de pessoas- e da tv-, só esse cafuné que estava bom naquela situação, Katsuki parou de mexer meu cabelo, e quando ia se levantando, o segurei pelo pulso, eu estava com sono, sem paciência e completamente grogue.

  — Aonde pensa que vai, começa o carinho e vai embora assim. — lhe encarei, Katsuki deu de ombros e se sentou na cama voltando a mexer no meu cabelo.— Denki,vai tomar no cu. Que porra vocês estão fazendo aqui. Katsuki não responda. —Katsuki definitivamente já estava perdoado por ter invadido meu quarto.

  — Huh, viemos comer um bolo com o aniversariante? —falou Sero.

  — Ta, e desde quando vocês se importam comigo? —sono era o que me definia, eu estava fora de mim, além que ter carregado muita coisa nas costas, eu estava muito puto por ter sido acordado daquele jeito.— Quero dizer, quando é pra vir reclamar da vida vocês vêm todos pimposos pra cima de mim. —me ajeitei na cama.— Sério, 7 da manhã não é uma hora muito agradável pra ficar triste porque Denki sobre abuso, por que Sero é escravo, por que Uraraka terminou com Mina. Sério, eu tenho sentimentos também, e vocês sabem que eu me importo mais com vocês do que comigo mesmo! Isso tá me mandando, cacete. —minha expressão era de fúria. Assim como a deles.

  — Ah, acha que nos também não temos sentimentos? Te confiamos um segredo e você conta pra todos aqui, sem nenhum pingo de decência. —disse Mina.

  — Ah, você quer falar de decência? Onde é que ela tava quando você tava dançando que nem uma puta numa pilastra numa balada qualquer? —Mina deu um passo pra trás.

  — Ei cara, vacilo, melhor parar antes que pioremos as coisas. —falou Sero. Me levantei da cama alterado, quando comecei a falar eu não conseguia mais parar, eu não estava aguentando tudo aquilo pra cima de mim.

  — Vacilo era ter saído de madrugada fazendo teus pais morrerem naquele acidente. Agora vem chorar que é um escravo. Acorda, Sero! A vida é injusta sim! Então para com essa porra que você, assim como esses outros dois , não são os únicos que tem problemas! —oh eu estava puto, seja o gato gordo para causar revoltas. Sero se recolheu. Mina me encarou com desgosto e saiu do quarto puxando Sero junto, este que já segurava as lágrimas, porém nenhum remorso ainda me perturbava.— Tá esperando o que? Que teu pai venha te buscar, é? Sai! —berrei completamente alterado.

  Quando eles saíram, a culpa pesou nas minhas costas, me ajoelhei e no chão chorando alto, senti uma mão no meu ombro e me assustei, tinha esquecido completamente que ele estava ali.

  — E-Eu sou um idiota! —berrei escondendo meu rosto ao máximo para que ele não me visse chorar.

  — Sim você é. Mas é ótimo reconhecer isso. —falou, virei meu corpo rápido e lhe deu um abraço forte e apertado.

  — O-O que eu faço, Katsuki?? —supliquei por uma resposta.— O que!?

  — Eijirou. —meu coração se acalmou quase por completo ao ouvir sua voz me chamando.— Está tudo bem, você tem que se desculpar de maneira apropriada, você tem culpa nisso, mas eles também. Além que, está tudo bem ser egoísta.

  — M-Mas eu os machuquei mais do que eles já estavam. —falei soluçando alto tentando conter o som, já que minha mãe provavelmente está em casa.

  — Pode chorar o mais alto que quiser, sua mãe saiu e só volta mais tarde. —falou, soltei minha voz e chorei.— Sim, você os machucou, mas relaxa, se eles são seus amigos de verdade, com o pedido de perdão correto, eles te perdoam. Vamos, eles me aguentam. —sorriu fazendo o carinho que eu mais amo na minha cabeça.

  Me afastei um pouco do abraço, e como um ato de necessidade, puxei sua camisa e o beijei com força e voracidade, eu precisava me distrair, não queria chorar mais na frente dele, seus lábios tinham gosto de menta, tanto que vez ou outra eu sentia um bombom desse sabor tocar nos meus lábios. Enfiei a língua em sua boca e peguei o doce pra mim. Me separei do beijo e mordi o bombom o sentindo se quebrar em minha boca, ouvia o som dele se quebrando com atenção. E então finalmente me toquei que eu havia o  beijado.

  — A-Ah! Desculpa! Desculpa mesmo!—abaixei minha cabeça para não olhá-lo no rosto, o ouvi balbuciar meu primeiro nome, e então me pegou pelo queixo me dando outro beijo, um mais calmo, profundo, e sentimental, os restos quebrados do doce circulavam pelas bocas, e quando percebi ele já se foi, o lábios de Katsuki eram finos assim como os meus, o que me dava uma sensação ótima, como se foram feitos por medida para o outro.

  Meus pensamentos eram nublados e quentes, porém a medida que o tempo passava, eu sentia que aquilo era de certa forma, errado? Porém era certo ao mesmo tempo, ela bom, e era mal, era perfeito, e era imperfeito, era simples, e então rico de detalhes. Ele era confuso, eu era nublado. Éramos iguais, e diferentes. Ele era o gato magro, eu era a multidão.

Os Beep's de Kirishima [KIRIBAKU/BAKUSHIMA] Onde histórias criam vida. Descubra agora