▪ U m a ▪ S a í d a ▪

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Não somos livres nas nossas atitudes porque não somos livres nos nossos desejos, não conseguimos ir contra aquilo que está dentro de nós.

Não somos livres nas nossas atitudes porque não somos livres nos nossos desejos, não conseguimos ir contra aquilo que está dentro de nós

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SEMANAS DEPOIS.

- Você me deve a porra do dinheiro, pague!

Felipe, aquele que disse que tinha uma casa para penhorar, não levantou a cabeça. Seus olhos estavam inchados dos socos que lhe dei, alguns dentes lhe faltavam. Sua dignidade estava no chão.

Eu era um filho da puta sem coração. As ruas da cidade Dark me moldaram assim e assim eu cresci, sobrevivi e não permitir que esses montes de merdas, os riquinhos de família esnobe, me massacraram.

Depois de anos sofrendo o diabo nas mãos de uma sociedade hipócrita, eu quem os estava massacrando!

Agora eu os tinha em minhas mãos, eles viam atrás de mim por dinheiro, para ajustar suas contas, para pagar suas joias e festas caras, seus carros de luxo e suas vidas de aparência.

Depois da fome, da violência, da solidão, das noites na chuva, das surras dos policias, me tornei imune a toda merda que possa existir nesse mundo fodido.

Agora eu era o rei da cidade. Tinha muito mais dinheiro do que todos eles juntos. Agora, eram eles que viam até a mim. Pedir ajuda, proteção, grana.

Eu os dou. Não nego, jamais. E ganho um bom lucro por isso.

Mas se não me pagam...

- Vai ficar calado, seu merda? - Ergo a cabeça do filho da puta, pegando-o pelos cabelos, tento olhar em seus olhos, ver se ao menos o imbecil está acordado.

- Eu... - Ele engasgou com seu próprio sangue. O cuspiu e falou: - Eu não tenho...

- Não? - Olhei para dois dos homens que trabalham para mim. - Amarrem ele. Quem sabe alguém dar por falta e tenta pagar para que ele seja solto.

- Não tenho ninguém, Sr. Hell - O homem tentou argumentar. - E o banco levou tudo o que eu tinha. Minha casa perdeu valor depois que encontraram corpos humano no meu quintal, meus carros foram rebocados e...

- E?

- O dinheiro... - Seus olhos abriram e me encaram pedindo compaixão. Mas eu não a tinha, não cheguei até onde estava por compaixão. - Tentei multiplicar, mas...

- Perdeu tudo! - Aquilo me irritou. - Não o amarrem. Matem esse inútil. E joguem no meio da rua, para todos saberem que: O que se deve a Hell, se pagar a Hell.

Transtornado, o homem começou a gritar, agitar-se sobre a cadeira que o mantinha firme no centro da sala.

- Não... por favor, não... - Seus olhos tinham o terror que eu conhecia. Entretanto, eu não tinha nenhuma empatia.

HELL | Série Dark Virgin | Edição 01Onde histórias criam vida. Descubra agora