Capítulo 11 - Teimoso

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Jh: Qual é Jiminnie, está bem óbvio que sim. – Hobbie falava pela quarta vez naquela fatiga manhã de quinta-feira. Estávamos todos na sala esperando o professor voltar depois do intervalo do almoço. Suspirei pela quarta vez naquela dia.

Jm: Não, impossível estar apaixonado... Gente vocês entenderam o que eu quis dizer? Entenderam tudo o que eu falei para vocês? – Coloquei meus cotovelos preguiçosamente sobre a carteira e deitei minha cabeça sobre meus braços. Que tedioso. Para os perdidos da vida, prazer sou Park Jimin e neste momento estou contando tudo o que aconteceu nesses dias para meus amigos.... Não, eles não sabem que eu falo de Min Yoongi obviamente.

Apenas estou falando hipoteticamente com eles. Se hipoteticamente, eu morasse com uma pessoa e essa pessoa, hipoteticamente, fosse bem popular e chamasse atenção e... Hipoteticamente, ela saísse todas as noites para beber descontroladamente arranjando brigas e... Hipoteticamente em uma dessas noites ela me tocou... E em outra noite hipotética nós tivemos uma briga que resultou em um Park Jimin machucado fisicamente, psicologicamente e emocionalmente. Porra, nem eu iria me convencer com esses "hipoteticamente".

Jk: Jimin Hyung, não sei quem é essa pessoa... Mas me parece que você vê ela de forma especial... – Jungkook se pronuncia falando enquanto olha pro nada. - Tão filosófico do jeito que só Jeon Jungkook conseguia ser - Pensei.

Jm: E... Se... Eu disser que é um homem... – Vejo eles me olharem seriamente.

V: Você nunca nos disse que era gay... – Me encolho na carteira um pouco receoso. Não queria acabar com nossa amizade por causa de um assunto como esse.

Jm: Eu sou gay... – Digo levantando minha cabeça e os encarando de modo sério. Percebo suas faces inexpressivas e me encolho tendo vários pensamentos negativos "acabou", "eles não vão querer ser amigos de um gay".

Jh: Que bom que foi sincero Jiminnie – Hoseok quebra o silêncio me dando um sorriso singelo. Sinto meu corpo se aquecer novamente ao perceber que eles estavam sorrindo para mim de modo compreensivo e não me julgando e me jogando pragas.

Jm: Gente... Obrigado. – Sorrio e escuto o sinal tocar. Conversar com os meninos sempre era bom, apesar de brincalhões e sem freios, quando o assunto era sério, eles podiam se tornar bem maduros.

Suspiro voltando minhas atenções para a aula. Min Yoongi... Não veio hoje... Pouso minha mão em sua carteira onde estaria sua cabeça se ele estivesse aqui. Fecho meus olhos e me recordo do dia em que toquei seus fios esverdeados. Desci minhas mãos pela carteira, ainda de olhos fechados, vendo em minha mente a imagem perfeita de sua nuca, me lembrando de como foi tocar aquela pele pálida e gélida... Ah Min Yoongi... Abro meus olhos devagar e suspiro. Eu estava quente.

Me pergunto se os meninos tinham razão... Será que... Eu estava gostando de Min Yoongi? Quando isso começou? Por que começou? Por que continua? Aish... Problemático.

Ontem a noite, quando eu praticamente levei uma surra do anão, ele não voltou pra casa, havia ligado pra mãe e dito que iria dormir na casa de um amigo, mas apenas eu sabia que provavelmente ele iria se afundar em bebidas novamente.

Nessa fatiga quinta-feira sem um anão para vigiar, percebi o quanto esses dias minha mente se enchia com os problemas dele e... Coisas sobre ele. Hoje eu não tinha pressa para chegar em casa, Yoongi não estaria lá... Não faria diferença.

Parei em uma sorveteria e tomei demoradamente um sorvete, põe demoradamente, porque quando eu estava voltando para casa, o céu azulado havia se tornado em um azul quase preto, escuro, iluminado apenas com o brilho das estrelas e da lua coberta pelas nuvens.

Chego na rua da casa dos Mins e me deparo com um corpo no chão. O que de diferente podia acontecer em um fatigo dia em que Min Yoongi não está presente? Exatamente, ele aparecer.

Ali deitado no chão, perto da casa, estava o corpo magro do esverdeado/loiro. Me aproximei dele checando sua respiração. – Vivo, beleza! – Pensei. Ponho seu braço ao redor do meu ombro e seguro sua cintura, levantando-o, ele parece acordar, seja lá do que estivesse o prendendo em seu mundinho particular, e me encara.

Sg: De novo Park? Quantas tenho que dizer para você não se meter na vida dos outros? – Ele puxa seu braço, mas eu apenas estava cansado desse showzinho de sempre e o puxei de volta. – Ei, eu estou falando com você sua baleia ambulante. – Sem dar ouvidos a esse anão, o levo para cozinha e o sento na cadeira. Ele me lança um olhar flamejante exalando puro ódio.

Jm: Cara feia pra mim é fome. – Estamos diante de um anão repleto de ferimentos e alguns cortes no rosto. Me inclino para cima do armário e tiro a caixinha do kit de primeiros socorros, retiro o algodão com álcool e vejo o anão estremecer.... Olha que interessante. Molho o algodão com álcool e assim que aproximo o algodão de seu rosto ele se levanta me empurrando.

Sg: Nossa... Que interessante, de repente virei Super-Homem e me curei. – Soltei um risinho. Ele estava com medo da dor que o álcool causava quando entrava em contato com o ferimento.

Jm: Oh... Então nosso adorado Min Yoongi tem medo de limpar ferimentos com álcool? – Levanto uma sobrancelha usando um tom desafiador e debochado.

Sg: Não tenho medo de nada – Ele senta na cadeira novamente franzino o cenho e fechando os olhos. Me aproximo ainda soltando risinhos e limpos seus ferimentos. Desvio meus olhos de seu rosto e observo os dedos de suas mãos, que se fechavam, desesperadamente, em um punho... Ah Min Yoongi.

Jm: Prontinho... Nem morreu. – Solto um sorriso e jogo os algodões sujos de sangue no lixo. – Seus pais podem te ver assim? – Ele balança a cabeça negando.

Sg: Normalmente eu uso maquiagem... – Ele faz um bico entediado. – Você é bem teimoso, Park.

Jm: Sou... Eu vou cuidar de você, decidi isso, quero cuidar e vou cuidar. – Cruzo os braços fazendo um bico e ele me analisa com os olhos.

Sg: Por que... Quer cuidar de mim? – Ele desce seu olhar por todo meu corpo como se buscasse alguma falha, algo que lhe provasse que eu estava mentindo que eu estava blefando. Min Yoongi realmente parecia ser esse tipo de pessoa, do tipo que não confia nos outros, que não acredita em palavras e as vezes, nem mesmo em ações.

Jm: Não sei... Apenas acho que eu devo ter uma grande empatia para com adolescentes bêbados que se metem em confusão. – Ele riu.... Min Yoongi pela primeira vez riu de algo que eu disse... Naquele momento todo meu mundo parou e eu fiquei admirando seu sorriso gengival... Uma estranha sensação se apossou de meu corpo, eu definitivamente queria fazer ele sorrir assim novamente.

Aconteceu (Yoonmin)Onde histórias criam vida. Descubra agora