Olá, estranho.

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06 de junho de 2019.

00:41.

  O garoto desliza suas mãos aos meus seios e aperta eles, depois me beija com mais força. Seu corpo está tão colado ao meu que não existe espaço entre nós. Seus lábios vão em direção ao meu pescoço, ele beija ele todo e desce ate meus ombros praticamente expostos. Puxo sua cabeça com meus dedos em seus cabelos curtos em direção a minha boca, estamos no meio da rua. Estamos encostados em um carro estacionado.

  Ele tenta mais uma vez abaixar meu vestido, mas dessa vez paro sua mão. Ele reluta em continuar ou parar, mas uma voz interrompe.

- Vamos? - É Sam, ele está sozinho.

  O garoto tenta puxar meu braço, mas puxo com mais força e ele grita alguma mais já estou muito longe para ouvir. Samuel tem algumas marcas de chupão em seu pescoço, mas seu olhar é melancólico. 

- Não deu certo ? - Pergunto, ele sempre leva alguém para casa. Era muito difícil ele terminar uma noite sozinho. Sua beleza era notada por todos.

- Ele não quis vir, disse que sou muito novo para ele.

- Existe milhares de caras que querem transar com você, não liga para ele.

- Você não entende, Barb. Não é questão de sexo, eu realmente gosto dele.

- Tem razão, eu não entendo. Para mim tudo é sexo, não precisa romantizar isso.


1:28


  Decepcionados com a noite resolvemos ir para um park que tem perto de nossa casa, onde tem uma bela vista do lago e das estrelas. Compramos duas garrafas de vodcas no caminho e nos sentamos no gramado. Por todos os cantos as pessoas estavam dormindo, mas estávamos abaixo de um poste de luz. 

  Eu nunca fui muito boa em consolar então enquanto Sam bebia e chorava eu somente bebia e olhava as estrelas. O céu estava quase sem nuvens e o ambiente estava um pouco abafado, o que provavelmente indicava que iria chover nos próximos dias. 

  Depois de virar quase metade da garrafa ele deita no chão e tenta tirar um cochilo, eu sempre fui mais forte para bebidas que ele então continuo a beber. Até que olho para uma figura em uma balanço e me pergunto se já estou tão bêbada que estou imaginando coisas, aceno quase involuntariamente e a figura se levanta. É uma garota, com longos cabelos castanhos e olhos escuros que não consigo diferenciar a cor. Ela está usando um jeans claro e rasgado, uma bota de cano alto e uma blusa branca simples. 

 - Oie - Diz ela. Ela se senta ao meu lado e dobra suas pernas em borboleta.

- Quer um pouco ? - Digo oferecendo um pouco de vodca. Ela assente e toma dois goles sem fazer careta. Eu sou sempre acostuma a ser apresentada as pessoas e fico sem saber o que dizer. - Qual seu nome?

- Sou a Amélia e você? - Ela me entrega a garrafa e acende um cigarro. 

- Bárbara, pode me chamar de Barb.

- Sendo assim você pode me chamar de Mel. 

  Dou um sorriso, se Samuel estivesse acordado teria feito alguma piada sobre o apelido da garota.

  Ficamos dividindo cigarros e bebidas até que Sam acorda e  nesse situação tenho que levar ele para casa. A garota rabisca seu número em meu braço e volta para o balanço. 


03:08

  Samuel e eu dividimos um pequeno apartamento próximo a nossa faculdade. Desde criança nós vivemos junto, eramos até vizinhos. Por tal motivo quando resolvemos sair de casa nada pareceu mais apropriado do que morarmos juntos.

  Coloquei ele, semiacordado, em seu quarto. Tirei seus sapatos e coloquei uma garrafa de água perto da sua cama. Nós tivemos essa troca, quando precisa cuidar do outro ele não bebe tanto. 

  Como de costume o sono não vem enquanto isso tomo um banho. Vejo o número da garota esquisita e pondero sobre, mas acabo anotando no celular. Sam tem o ditado de quanto mais pessoas a gente conhece maior é a festa. Por isso mando uma mensagem para ela.

"mensagens de texto"

- Ola estranha. 

- Olá Barb. Como você está?

- Fantástica. Ainda no balanço? 

- Não. Preciso ir, nos falamos amanhã.


06 de junho de 2019.


08:21.

  Acordo com um cheirinho de café e tapioca. Preguiçosamente me levanto de minha cama e vou em direção a cozinha. Sam está usando uma bermuda colorida e está passando a manteiga em algumas tapiocas. 

- Como você está? - Pergunto enquanto vou me servindo. Nos sentamos na nossa mesa e ele carrega um olhar tristonho. 

- Segunda-feira vou ver ele. - Ele dá uma mordida na tapioca e toma um grande gole de café. - Ele não é somente um chush, acho que realmente me apaixonei.

- Hora de desapegar então. - Todas as vezes que Samuel sai de um relacionamentos nos começamos uma grande jornadas de festas. Ou como ele chama: beber para morrer.




Uma dose de amorWhere stories live. Discover now