Capítulo 52

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_____ Dimitri Salim

No meio de tantas bocas beijadas e inúmeras transas, nada despertava em mim o gostar, o querer ficar e criar planos. A Valdirene tem sido um ótimo colo, o conforto dos meus dias de desânimo. Quem me ouvisse, diria que são palavras de um homem completamente apaixonado, creio que sim.

Enquanto pensava em tudo de bom que ela trazia com sua presença e não só, ouço o toque do meu celular que prontamente me traz de volta ao mundo. Meu sorriso surgiu, o coração palpitou de emoção, preparo a voz mais doce para atender o anjo que está em linha.

— Alô Vau, tudo bem?

Sua voz falha por alguns instantes, ela suspira e responde estar tudo bem de um jeito feliz...

— Liguei para dar uma ótima notícia a você, acabo de prender o Gagliasso. — Diz ela, quase aos gritos.

Não me controlei e chorei, porque todo mal que vivenciei durante o sequestro passaram em minha mente feito filme. Respirei de alívio, esse homem nunca mais será um problema para mim, não enquanto estiver nas mãos da justiça e pagar por todo mal que me causou.

Enquanto ia ao encontro da Vau, liguei aos meus pais dando a noticia que os alegrou bastante. A nuvem negra aos poucos se afastava de nós, a felicidade outrora perdida regressava com mais harmonia. Por essa razão, decidi enfrentar o meu problema de impotência com a ajuda do meu pai.

Somente ele soube, sofreu bastante e chorou amargamente comigo. Sua força tem sido muito boa, e tem dado um empurrãozinho para que eu tente algo sério com a toda bem treinada agente da Interpol. Lógico que eu me sinto atraído por ela, mas, sem o meu amiguinho funcionando, tudo se torna desinteressante.

***

— Finalmente está onde merece.

— Olha quem está aí, o homem feito mulher. Como tem sido as suas noites de sexo anal? Debochou o Gagliasso, com risos irônicos.

— Ao invés de debochar do meu problema, deveria se preocupar consigo mesmo. Esqueceu que está no meu país? Agora estás só nessa cela, não vejo a hora de saberes a resposta do que questionou acima.

Na hora, Gagliasso baixou a guarda e despertou da ilusão em que se envolvera. Aqui não teria os mesmos poderes, apesar de que, alguma máfia com ligações a ele o pudesse ajudar. Porém, não será desta vez que a sorte estará do seu lado, tendo em conta a chefia do caso.

Valdirene não se deixaria corromper por nada, a caça contra esse desgraçado tinha se tornado pessoal, depois da nossa convivência se ter ficado mais próxima. E fiz de tudo para que ele passasse horrores, assim que for transferido para o presídio de segurança máxima.

Horas depois, chamei a Valdirene para almoçar, ela parecia exausta e preferiu que fossemos em seu apartamento e pedir alguma coisa por telefone. Postos lá, adorei a decoração do local, tinha tudo bem arrumado e limpo. Deixou-me sentado no sofá, se dirigiu ao banheiro para o devido banho e outras higienes.

Enquanto isso, decidi surpreendê-la com alguma refeição feita por mim. A Marta sempre me ensinou alguns truques de cozinha, oxalá não faça algo horrível de se comer. Arregacei as mangas, e coloquei a mão na massa. Tendo em conta o tempo, optei por fazer frango assado inteiro com batata.

Em menos de 30 minutos tudo estava pronto, o cheiro estava uma delícia, espero que tenha feito algo bom. Coloco a mesa, pego a água, o sumo e uma garrafa de vinho. Diria que tudo estava perfeito para uma fotografia em um momento a dois, analiso a cada detalhe e reparo que está tudo certo, faltando apenas a anfitriã.

Valdirene surge cheirosa na sala, trajada de forma casual e com um olhar surpreendente, encantador. Nossos olhares se cruzaram e diziam tudo aquilo que gostaríamos de dizer um ao outro, de forma oral. Tudo ao nosso redor ficou quieto, seu cabelo úmido e bagunçado, seu jeito desajeitado fez meu coração explodir de paixão.

— Fez isso tudo? Indagou, Valdirene.

— Sim, espero que esteja ao seu agrado. Retruquei.

— Você se tornou o meu agrado desde que te conheci, tu és um ser especial com pitada de malícia. Disse Valdirene, num tom meio erótico.

— Assim ficarei sem jeito, diante de uma beldade cheirosa. Afirmei.

Ela chegou mais perto, ajeitei a cadeira para que ela se sentasse, uma química rolava sem intervalos, toda vez que os nossos olhares se cruzavam. Eu questionava para mim mesmo, sobre o que estava sentindo. Era algo novo para a minha pessoa, uma sensação de levitação.

Diante da cena meio romântica, coloquei a música da Jessie Ware – hearts, tocar. O almoço teve início, para o meu alívio, ela adorou o frango. Enchi as nossas taças com o líquido do vinho, no meio dos nossos olhares trocávamos caricias intimas, nos osculamos intensamente.

Repartíamos o fogo do ardor que nos possuía naquele exato momento, terminamos a refeição, lavamos a louça ao som da Jessie Ware- alone, e ela mesma guardou o que havia sobrado. Eu me sentia preso naquele espaço, Valdirene despertou em mim o gostar, o querer cuidar de alguém.

Fui trazido a realidade logo após seu toque, sua pele gelada manteve um contato duradouro com a minha derme esquentada. Abri outra garrafa de vinho, e fomos apreciando sem pressas. Seu corpo se juntou ao meu, segurei ela após um descuido que provocaria uma queda.

Nossos rostos próximos, nossas respirações pesadas misturadas, assim nos encontrávamos nós a escassos centímetros. Eu quero esses lábios nos meus, quero seu beijo, seu gosto, eu a quero para mim. Sem mais demoras, fiz tudo que os meus desejos anteciparam, nos entregamos com paixão.

As carícias se tornaram mais profundas, aos poucos ela me despia, num piscar de olhos parei tudo. Eu estava tenso, Valdirene não tinha noção do meu problema de ereção e não via formas de dizer a ela. Surpresa pela minha atitude, me encarava expectante por uma explicação.

— Sei que em sua mente está passar infinitas interrogações, saiba que eu sou apaixonado por você. E está mais do que óbvio, porém, algo me impede em avançar para um contato mais físico.

— Não sou atraente? Não lhe excito? O que se passa? Indagou Valdirene, quase chorando.

— O problema não está em você, o infeliz do Gagliasso injetou uma droga em mim. O efeito da mesma, é tornar o pênis sem ereção alguma.

Valdirene me abraçou forte, chorou comigo. Sem dizer nada, apenas cuidou de mim dando o conforto que eu precisava. Nos minutos seguintes, a gente falou mais sobre o assunto, investigamos bastante na esperança de encontrar algum antídoto. Fui nessa hora que percebi, que ela me ama de forma incondicional. 

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